Trump ordena que governo federal prenda quem atacar estátuas e monumentos federais

O presidente Donald Trump disse, na manhã desta terça (23), ter determinado ao governo federal que prenda qualquer pessoa que destrua ou vandalize "qualquer monumento, estátua ou outra propriedade federal nos EUA". Trump afirmou que os acusados poderão pegar até dez anos de prisão, com base em uma lei criada em 2003, chamada de Veterans' Memorial Preservation Act, que busca proteger homenagens a militares que lutaram em guerras.

"Essa ação entra em vigor imediatamente, mas pode também ser usada retroativamente para a destruição e vandalismo já causados. Não haverá exceções", acrescentou Trump, que fez o anúncio em posts numa rede social.

Desde que os atos pelo assassinato de George Floyd, um homem negro asfixiado por um policial branco em Minnesota, eclodiram no fim do mês passado, manifestantes têm destruído estátuas nos EUA e no mundo que homenageiam conquistadores e imperialistas como forma de mostrar revolta contra o racismo.
 

No começo da noite de segunda (22), manifestantes antirracismo tentaram derrubar uma estátua do ex-presidente Andrew Jackson, que governou de 1829 a 1837, na praça Lafayette, em frente à sede do governo americano, mas foram impedidos por policiais, que usaram gás lacrimogêneo e de pimenta para dispersar a multidão.

Há poucos dias, a cidade de Nova York anunciou que irá remover uma estátua de Theodore Roosevelt, que presidiu o país de 1901 a 1909, da porta do Museu de História Natural. Na imagem, ele aparece montado em um cavalo, ao lado de um nativo americano e um africano, que estão a pé.

Estátuas de Cristóvão Colombo, o primeiro europeu a chegar na América, também foram atacadas nas últimas semanas nos Estados Unidos. Na Europa, houve ações contra homenagens a líderes do passado que fizeram fortuna explorando a escravidão e o colonialismo na África.

Trump repudia retirada de estátua de Roosevelt do Museu de História Natural¹

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira que se opõe à retirada da imponente estátua de Theodore Roosevelt da entrada do Museu Americano de História Natural da cidade de Nova York.

A medida foi anunciada pelo museu no domingo, em meio a protestos antirracismo que acontecem nos EUA e no mundo desde a morte de George Floyd, um homem negro desarmado que estava sob custódia policial, no dia 25 de maio na cidade norte-americana de Mineápolis.

A estátua mostra Roosevelt em um cavalo com um nativo norte-americano e um africano ao seu lado. Ela se destaca em um pedestal diante da principal entrada do museu, que fica diante do Central Park.

Roosevelt, republicano como Trump, foi presidente dos EUA entre 1901 e 1909. Conhecido por sua postura exuberante e ousada, ele realizou reformas antitruste e conservacionistas e o chamado acordo “Square Deal” e, dizem críticos, adotou uma abordagem intervencionista na política externa, o que incluiu projetar o poder naval de sua nação em todo o mundo.

Muitos críticos dizem que a estátua de Roosevelt simboliza discriminação racial e expansão colonial.

Ainda no domingo, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, disse que a cidade concorda com o pedido do museu para remover a estátua porque ela “retrata pessoas negras e indígenas como subjugadas e racialmente inferiores”.

“Ridículo, não façam isso”, tuitou Trump nesta segunda-feira.

Nas manifestações antirracismo em andamento, manifestantes dos EUA e de todo o globo vêm exigindo que as autoridades derrubem monumentos que homenageiam figuras pró-escravidão dos Confederados e os arquitetos das colônias europeias.

“Para colocar simplesmente, chegou a hora de tirá-la”, disse a presidente do museu, Ellen Futter, ao jornal The New York Times.

Ela explicou que a decisão da entidade se baseou na própria estátua, assim como em sua “composição hierárquica”, e não em Roosevelt, e que o museu continua a homenageá-lo como um “conservacionista pioneiro”.

O rosto de Roosevelt também é um dos de quatro presidentes – ele, George Washington, Thomas Jefferson e Abraham Lincoln – que estão gravados em esculturas de granito de 18 metros de altura no Memorial Nacional do Monte Rushmore, em Dakota do Sul.

Trump critica os protestos antirracismo, dizendo que os manifestantes vêm se comportando mal.

“A turba descontrolada de esquerda está tentando vandalizar nossa história, profanar nossos monumentos – nossos lindos monumentos –, derrubar nossas estátuas e punir, cancelar e perseguir qualquer um que não se sujeite às suas exigências de controle absoluto e total. Não estamos nos sujeitando”, disse ele a apoiadores em um comício na semana passada.

¹com Reuters

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