Japão diz que submarino que acredita ser chinês foi visto perto de águas territoriais

O Ministério da Defesa do Japão disse neste domingo que um submarino que se acredita ser da China foi avistado em águas perto de suas ilhas ao sul, conforme as tensões marítimas persistem no Pacífico.

A Marinha do Japão identificou na manhã de sexta-feira um navio submerso navegando para noroeste próximo às águas territoriais perto da ilha Amami Oshima, parte da província de Kagoshima, disse o ministério em um comunicado. Um contratorpedeiro chinês também foi localizado nas proximidades.

Tóquio reclamou de inúmeras intrusões de navios chineses em suas águas territoriais e perto de ilhas disputadas nos últimos anos. A China sempre reagiu com irritação aos navios norte-americanos que navegavam por áreas disputadas do Mar da China Meridional, no que Washington chama de demonstrações de liberdade de navegação.

O diplomata chinês Wang Yi, que visitou o Vietnã durante uma viagem ao sudeste da Ásia, disse que os dois países devem se abster de ações unilaterais em relação ao Mar do Sul da China, que poderiam complicar e ampliar as disputas.

O anúncio de domingo disse que a Força de Autodefesa Marítima do Japão identificou os navios em uma zona contígua, que fica fora das águas territoriais onde os navios são obrigados a se identificar. O ministro da Defesa, Nobuo Kishi, instruiu sua equipe a "reunir informações e manter vigilância atenta com senso de urgência", disse o comunicado.

O Ministério da Defesa da China não respondeu a um pedido de comentário imediatamente e as autoridades da embaixada chinesa não puderam ser contatadas imediatamente para comentar o assunto neste domingo.

O submarino continuou submerso em direção ao oeste no oceano perto da Ilha de Yokoate, disse o ministério.

Candidato a premiê do Japão quer reforçar segurança de olho na China

O Japão precisa se contrapor à assertividade da vizinha China fortalecendo a Guarda Costeira e melhorando sua coordenação com os militares, disse Fumio Kishida, candidato à liderança do partido governista e ao cargo de primeiro-ministro, nesta segunda-feira.

Só os membros da base e os parlamentares do Partido Liberal Democrata (PLD) votarão para escolher seu líder na eleição de 29 de setembro, mas a popularidade dos candidatos com o público conta, já que o vencedor levará a sigla às eleições geais deste ano.

"O ambiente de segurança ao redor do Japão está ficando mais duro", disse Kishida em uma coletiva de imprensa.

"Precisamos nos esforçar para garantir a segurança marítima através de medidas como fortalecer a capacidade da Guarda Costeira e lhe permitir que trabalhe com as Forças de Autodefesa."

Os comentários vieram depois que a China aprovou uma lei neste ano que, pela primeira vez, permite explicitamente que sua Guarda Costeira dispare contra embarcações estrangeiras.

Obter a capacidade de atingir alvos inimigos é uma opção essencial para reforçar a segurança, acrescentou Kishida, dizendo que não aderirá cegamente à manutenção dos gastos com defesa abaixo de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) japonês caso o abandono dessa tese seja necessário para proteger os cidadãos.

Kishida é um dos postulantes à sucessão do premiê Yoshihide Suga, que surpreendeu no mês passado ao anunciar que deixará o cargo, encerrando um mandato de um ano durante o qual seu apoio desmoronou à medida que as infecções pelo coronavírus disparavam.

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