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Farc entregam 60% de seu arsenal à ONU

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) iniciaram nesta terça-feira a entrega à missão da ONU de um segundo lote de 30% das armas de seu arsenal, em um ato na zona rural de La Elvira, no Departamento de Cauca, no sudoeste do país.

Na quinta-feira passada as Farc já tinham anunciado a entrega à ONU de um primeiro lote equivalente a 30% de suas armas, entre as quais havia fuzis, pistolas, lança-granadas e lança-foguetes.

Desta forma, a guerrilha entregou 60% das suas armas à ONU, em uma processo que deve terminar no próximo dia 20 de junho com os 40% restantes.

O ato desta terça-feira não foi presenciado pelo presidente colombiano, Juan Manuel Santos, em razão do mau tempo na região que impediu a aterrissagem do helicóptero em que viajava na companhia do ex-primeiro-ministro da Espanha Felipe González e do ex-presidente do Uruguai José Mujica.

Por essa razão, a comitiva presidencial retornou a Cali, capital do departamento vizinho de Valle del Cauca, de onde acompanhou o ato pela televisão ao lado dos dois ex-governantes que lideram o mecanismo de verificação e acompanhamento internacional para a implementação do acordo de paz.

O chefe da Missão Especial da ONU, Jean Arnault, destacou durante o ato em La Elvira o passo dado pelas Farc rumo à vida civil e declarou que "a política sem armas é possivelmente o melhor símbolo deste processo".

"Somos testemunhas hoje da etapa final do processo de entrega de armas individuais, com 30% destas armas já armazenadas nos contêineres da missão", ressaltou.

Arnault afirmou ainda que, apesar de o processo de paz não ter sido isento de "episódios de desalento" e "momentos de ceticismo", no futuro "haverá outros momentos difíceis".

"No entanto, algo que caracterizou o processo de paz da Colômbia é a determinação do governo da Colômbia e das Farc de persistir e de superar uma e outra vez os desafios no caminho da paz", comentou.

Por sua parte, o comandante guerrilheiro Jorge Torres Victoria, codinome "Pablo Catatumbo", principal representante das Farc no ato, declarou que "o cessar-fogo evitou mais de 2.500 mortos, soldados, policiais e guerrilheiros filhos de famílias colombianas".

Além disso, destacou que é hora de "construir pontes" e lembrou que a entrega das armas por parte da guerrilha está sendo realizada de acordo com seu compromisso.

"Esperamos que os guerrilheiros tenham garantias jurídicas e econômicas para a sua reintegração à vida normal do país", disse "Catutumbo", ao mesmo tempo em que exigiu a instalação da comissão especial de combate ao paramilitarismo, segundo ele "a principal ameaça que paira sobre a paz".

Ao final do ato, os guerrilheiros de La Elvira receberam o documento em que a ONU certifica que deixaram suas armas para que possam empreender seu caminho para a vida civil. / EFE

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