ALADA apresenta visão para o futuro aeroespacial brasileiro

Tenente-Brigadeiro do Ar Almeida, Presidente da ALADA, revela propósito, pilares estratégicos e novo modelo de negócios para consolidar o Brasil na promissora economia espacial global.

Coronel Paulo Costa – Agência Força Aérea

O 36º Encontro Internacional de Astronautas (ASE 2025), um dos eventos mais conceituados do setor aeroespacial global, que está sendo realizado no Club Med Lake Paradise, em Mogi das Cruzes, São Paulo, contou com uma apresentação da ALADA – Empresa de Projetos Aeroespaciais do Brasil S.A.

O Presidente da ALADA, Tenente-Brigadeiro do Ar Sérgio Roberto de Almeida, proferiu palestra para uma audiência internacional repleta de autoridades, pesquisadores e astronautas de diversos continentes, delineando a ambiciosa visão da empresa para o futuro aeroespacial do país.

A sessão, intitulada “Programa Espacial Brasileiro e Tecnologias Correlatas”, foi moderada pelo astronauta Marcos Pontes e contou com a participação de entidades cruciais do panorama aeroespacial nacional, como a Agência Espacial Brasileira (AEB), o Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), a própria ALADA, o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e o Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) da Força Aérea Brasileira (FAB), evidenciando a colaboração essencial para o avanço do setor.

Em sua fala, o Tenente-Brigadeiro do Ar Almeida sublinhou que a missão da ALADA é audaciosa não apenas pela busca do progresso tecnológico e exploração comercial, mas também pelo reforço da soberania brasileira.

O Oficial-General explicou que a concepção da ALADA engloba a soberania em áreas estratégicas, uma lição aprendida com experiências passadas de perda de controle sobre tecnologias vitais, como o caso da Petroflex, que foi adquirida e fechada por um grupo alemão em 2008.

A ALADA, portanto, se propõe a criar novas fontes de receita, impulsionar a geração de emprego e renda, promover o desenvolvimento econômico e aprimorar a governança estatal no setor.

O Presidente da ALADA abordou ainda a transição de um modelo de negócios que historicamente enfrentava desafios consideráveis como processos de aquisição muito demorados, baixa disponibilidade de recursos e serviços e contratos firmados a preço de custo resultando em um “paradoxo de eficiência”.

A ALADA, no entanto, propõe um novo modelo de negócios que se baseia em contratos a preço de mercado, incorporando o reembolso dos custos e investimentos na estrutura tecnológica da União, em abordagem mais dinâmica e sustentável para o setor.

De acordo com o Presidente da Empresa, a atuação da ALADA é fundamentada em três pilares estratégicos, com destaque para o Serviço de Lançamentos Espaciais, onde se propõe a explorar comercialmente os centros de lançamento do Brasil, facilitando o acesso de clientes à infraestrutura terrestre e ao suporte operacional para a preparação, lançamento e rastreamento de veículos espaciais e suas cargas úteis.

As atividades incluem prospecção de mercado, negociação de contratos e exploração comercial dos centros de lançamento. Foram destacadas as vantagens decorrentes da localização estratégica dos centros de lançamento de Alcântara (CLA) e da Barreira do Inferno (CLBI), que superam a mera economia de combustível.

O CLA, com uma inclinação orbital de 2º a 110º, atende a 99% dos planos orbitais comerciais e pode lançar veículos de até 600 toneladas. Já o CLBI, com experiência consolidada por mais de três mil lançamentos suborbitais, prepara-se para seus primeiros lançamentos comerciais que poderão se beneficiar de uma inclinação de 6º a 49º, podendo atingir 60% das órbitas comerciais.

Além disso, as estabilidades geopolítica, climática e geológica, como ausência de conflitos, tornados, furacões, terremotos, vulcões e o reduzido tráfego aéreo, garantem segurança e eficiência dos lançamentos.

A programação do ASE 2025 segue com diversas atrações e painéis temáticos, culminando em seu encerramento oficial na sexta-feira (7/11), no Memorial da América Latina, em São Paulo.

Fotos: Alada

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