DECEA implementa PBCS e amplia capacidade do espaço aéreo brasileiro

Iniciativa integra o Programa SIRIUS Brasil e alinha o País às práticas globais de navegação aérea

DECEA, Agência Força Aérea – por Tenente Fernandes E Tenente Bessa

O aumento do volume de Tráfego Aéreo e a crescente demanda por uma gestão mais eficiente do Trânsito de Aeronaves têm impulsionado a adoção de conceitos inovadores na aviação. Um dos mais promissores é o PBCS (Performance-Based Communication and Surveillance) — ou Comunicação e Vigilância Baseadas em Performance —, cuja implementação no Brasil é conduzida pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA).

A fase 1 do projeto está prevista para ser inaugurada até o final de 2026 e permitirá reduzir as atuais separações longitudinais de 80 milhas náuticas (ou 10 minutos) entre as aeronaves para apenas cinco minutos.

Baseado no uso criterioso de tecnologias de comunicação e vigilância por enlace de dados, o PBCS possibilita menores separações entre aeronaves em espaços aéreos remotos.

A norma que estabelece as diretrizes para a aplicação prática do conceito é a Circular Normativa de Controle do Espaço Aéreo (CIRCEA) 63-12, cuja publicação está prevista ainda para este ano.

Parte do Programa SIRIUS Brasil, a implementação do PBCS trará benefícios tanto para os órgãos de controle quanto para os operadores aéreos e para a sociedade.

A implementação do PBCS na FIR Atlântico se caracteriza como uma inovação e representará um avanço operacional para o SISCEAB. Além disso, essa iniciativa reflete a adesão efetiva do país às iniciativas globais de harmonização lideradas pela Organização da Aviação Civil Internacional, especialmente no que se refere à colaboração para a implementação do Projeto 30/10, conforme aprovado pela 14ª Conferência de Navegação Aérea. O aprimoramento da eficiência operacional e a mitigação de problemas de congestionamento causados por padrões inconsistentes de separação entre aeronaves nos limites de espaços aéreos de diferentes Estados também são objetivos do Projeto PBCS”, avaliou o Chefe do Subdepartamento de Operações, Brigadeiro do Ar James Souza Short.

Ao alinhar requisitos de performance de comunicação, vigilância e navegação com as capacidades modernas do sistema de Controle de Tráfego Aéreo, a implementação do PBCS na ampla região do espaço aéreo sobrejacente ao Oceano Atlântico, sob responsabilidade do Brasil, oferecerá os seguintes benefícios:

– Aumento da capacidade do espaço aéreo, a partir da redução das separações entre aeronaves;

– Maior eficiência, com otimização das rotas e ampliação da oferta de níveis de voo mais ajustados às performances das aeronaves;

– Maior flexibilidade operacional, permitindo ajustes dinâmicos frente a impactos meteorológicos;

– Redução do consumo de combustível e das emissões de poluentes, contribuindo para a sustentabilidade ambiental e econômica;

–  Manutenção da segurança operacional na FIR Atlântico, por meio de processos de monitoramento tático e pós-operação e do emprego de alertas aos controladores no software de tráfego aéreo.

A percepção de todas as vantagens será potencializada à medida que houver um significativo percentual de aeronaves equipadas com aviônicos certificados para requisitos de comunicação, navegação e vigilância ótimos, conforme requeridos para a aplicação do conceito PBCS”, finalizou o Chefe da Subdivisão de Planejamento de Comunicações, Navegação e Vigilância e Inspeção em Voo do DECEA, e Gerente do Projeto, Major Marcelo Mello Fagundes.

Foto: DECEA

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