Simulação de distúrbio social completa treinamento de militares que irão para o Haiti

Alexandre Gonzaga


A cidade de Cristalina, em Goiás, foi palco nesta quinta-feira (28) do último treinamento do 24º Contingente Brasileiro para a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH).

De acordo com o comandante do 24º Batalhão de Infantaria de Força de Paz (BRABAT 24, sigla em inglês), o coronel José Arnon dos Santos Guerra, após quatro meses de treinamento, a tropa está preparada para cumprir sua missão no Haiti, a partir do dia 20 de maio. “Estamos aqui com 673 homens e concluímos o período de estágio avançado de paz”, comentou o coronel Guerra.

O treinamento militar teve por objetivo avaliar o preparo, o adestramento e a eficiência profissional de homens e mulheres em uma operação de paz e contou com a orientação de observadores do Centro Conjunto de Operações de Paz (CCOPAB) do Ministério da Defesa (MD).

As atividades simuladas, e com o apoio da 3ª Brigada de Infantaria Motorizada, de Cristalina, buscaram reproduzir os possíveis cenários encontrados em solo haitiano, e preparando os militares em situações com as quais a tropa brasileira poderá se deparar.

Para o chefe de Operações Conjuntas do MD, general Gerson Menandro Garcia de Freitas, o Brasil tem uma tradição muito longa em operações de paz, considerado um dos países mais conceituados em todo o mundo. “Um dos motivos disso, além do próprio brasileiro ser muito solidário e com espírito de ajudar o próximo, isso se baseia também na excelência do preparo” afirmou o general Menandro.

Simulação

O treinamento contou com o apoio de professores de creole, idioma falado no Haiti, que ajudaram cerca de 100 figurantes a dar realismo nas cenas de manifestação política e confrontos com as forças de paz. Além dos avaliadores do CCOPAB, oficiais da África do Sul, México e Moçambique acompanharam o desenvolvimento das atividades.

O ponto de partida para o distúrbio simulado foi o confronto entre dois grupos antagônicos. Posteriormente, os dois grupos voltaram-se contra os militares da força de paz das Nações Unidas, conhecidos também por capacetes azuis. O exercício da tropa foi justamente controlar os rebeldes e pacificar a área e trazer estabilidade ao ambiente.

A segunda tenente Hanna Kurrihara irá compor o próximo contingente no Haiti e, segundo a médica, o exercício foi proveitoso por trazer experiências que podem ser vivenciadas no país. “É importante o profissional de saúde participar desse treinamento. Eu entrei no Exército também com o objetivo de participar de uma missão de paz e ajudar outras pessoas.”

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