Força Nacional errou ao entrar na comunidade, diz ministro da Defesa

O ministrou da Defesa, Raul Jungmann, afirmou nesta quinta-feira, 11, que a Força Nacional cometeu um erro ao entrar na comunidade da Maré na quarta-feira, 10, onde policiais foram vítimas de um ataque a tiros. Dois policiais se feriram, e um deles continua em estado grave, correndo risco de morrer.

“É bom lembrar que o comandante disse que,eles foram insistentes na recomendação: os comboios [de segurança] não deveriam jamais entrar em comunidade, deveriam permanecer nas vias expressas, as chamadas vias olímpicas”, disse o ministro ao visitar o centro olímpico de hipismo, na Zona Oeste do Rio.

Segundo Jungmann, a Força Nacional está orientada a atuar apenas em áreas onde estão acontecendo competições ou por onde transitam pessoas ligadas aos Jogos Olímpicos.

“Pode ter sido engano, cheguei a ver as imagens, eles [os policiais] vêm normalmente pela Av. Brasil e, de repente, eles infletem à direita. E aí aconteceu. E lá é uma comunidade que tem os seus problemas. Na verdade, isso se dá muito mais por um erro, seja por uma falha não intencional, do que qualquer outra coisa.”

O ministro afirmou que as polícias estão investigando os autores do disparo.

Forças de segurança estão fazendo ‘vasculhagem’ na Maré

O ministro afirmou que as polícias estão investigando os autores do disparo. O complexo da Maré passou viu a entrada de veículos do Bope enquanto o exército e a força nacional fizeram as barreiras nos acessos.

“Ainda durante a madrugada o exército apoiou a formação de barreiras para evitar evasões”, disse Jungmann. “A abordagem era feita pela Força Nacional. E o Bope fez um processo de vasculhagem, digamos assim, em busca dos responsáveis, a esse hora a operação deve ter se concluído.”

Jungmann também comentou outra agressão, essa cometida contra um ônibus que transportava jornalistas na Av. Transolímpica. Ainda não se sabe se o objeto que atingiu o ônibus e quebrou uma janela foi uma pedra ou um bala.

“O que aconteceu com aquele ônibus”, disse o ministro, “pode ter sido uma pedra, e ele pode ter sido alvo de um protesto, uma vez que a construção da via atravessa uma comunidade que poderia não estar satisfeita com ela”.

Morre agente de segurança da Olimpíada baleado

O agente da Força Nacional de Segurança (FNS) baleado após entrar por engano em uma favela do Rio de Janeiro não resistiu aos ferimentos e morreu.

Em nota divulgada na noite de quinta-feira, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, classificou o ataque como covarde e informou que o soldado Hélio Vieira não resistiu aos ferimentos causados por um tiro de fuzil na cabeça.

O soldado, que era de Roraima, veio para a Rio para trabalhar na segurança dos Jogos Rio 2016. Ele estava internado em estado grave desde quarta-feira, após passar por uma longa cirurgia.

"Quero expressar meus sentimentos aos familiares do soldado que sofreu um ataque covarde e, infelizmente, morreu (hoje) em decorrência dos ferimentos", disse Moraes em comunicado.

O ministro informou que, "em consideração ao alto nível de excelência e a importância do trabalho desenvolvido por aqueles que se dedicam diuturnamente a garantir a segurança dos Jogos Olímpicos", o presidente interino Michel Temer decretou luto oficial pela morte do agente da Força Nacional.

Os agentes da FNS entraram por engano na quarta-feira na favela Vila do João, uma das comunidades do Complexo da Maré e foram alvo de tiros que teriam sido disparados por traficantes.

Em operação na quinta-feira em busca dos autores do ataque, as forças de segurança não encontraram os suspeitos, mas realizaram apreensões de drogas, armas, munições e veículos roubados.

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