Gen Ex Pinto Silva – Debelar Crises Exige Habilidades Políticas ao Governante

DEBELAR CRISES EXIGE HABILIDADES

POLÍTICAS AO GOVERNANTE.

 

Carlos Alberto Pinto Silva [1]

A atual conjuntura apresenta um inconformismo da população brasileira com a situação política, econômica e social do país e transforma dificuldades em desafios, na busca de atingir resultados na luta política.

Repentinamente a multidão se tornou visível, vê, ouve, pode entender tudo e reagir, apoiada pela nova difusão boca a boca (Internet) da era da informação.

No entanto, perdura no tempo um pequeno número de ideias, fundamentais a ação política de um governo, das quais não se pode fugir sem perigo e cuja aplicação ao contrário, tem sido em quase todos os tempos coroados de sucesso, na tarefa sempre difícil e complicada de gerir um país no meio da desordem e do tumulto político, econômico, social e de segurança pública.

A recente crise dos caminhoneiros mostrou a todos que existem ensinamentos que um governante precavido e inteligente deveria detectar e tirar proveito no desempenho de suas funções.

A legitimidade de um governante é dada pela escolha feita pelo povo em eleição livre que não deixe dúvida em relação à vitória.

É preciso tercredibilidade. Uma importante opinião que formamos de um governo, da sua inteligência, e da sua capacidade política e administrativa,firma-se na qualidade dos homens que o circundam. A ferramenta mais importante para que um governo tenha sucesso político e atinja seus objetivos são as pessoas que trabalham com ele. É importante não fazer ameaças ou promessas, que não serão cumpridas ou serão perdoadas, para não perder a credibilidade.

O governante não pode alardear vitória[2] na solução de uma crise, visto que não existe vitorioso e sim um acordo que deve atender os propósitos das duas partes, que não há vencedor quando o país sofre perdas em todos os campos[3], quando a sociedade sofre com desabastecimento e a sua maior empresa sofre perdas políticas e econômicas[4].

É preciso velocidade[5], isto é, capacidade de não se perder oportunidades e de solucionar as dificuldades antes que elas surjam nas crises políticas e nos negócios do Estado.Quando se consegue distinguir os males no momento em que apenas começam a aparecer, fácil é destruí-los; quando, porém, tendo passado despercebidos, se desenvolverem até o ponto de serem visíveis de todos, já não há como combatê-los.

O motivo pelo qual o governante esclarecido vence e seus feitos ultrapassam os de homens comuns é a “Previsão”.

Aquilo que é chamado de “Previsão” não pode ser extraído, de presunções, tampouco de divindades, nem de analogia com feitos passados, nem de cálculos. Tem que ser obtido de homens que conheçam a situação[6].

Aogovernante cumpre ser raposa para conhecer as armadilhas políticas que lhes são apresentadas; leão para amedrontar os lobos e derrotar os maus que não cumprem as leis e acordos; e, ainda, ter ousadia na busca de soluções inovadoras e criativas para a solução política das crises do seu tempo. Entre o ímpeto e a cautela, é mais importante o ímpeto nos momentos decisivos.

A conquista de apoio político leva,naturalmente, ao sucesso, mas a desarmonia e a falta de integridade dentro do círculo interno de um grupo governamental irão solapar a eficiência e dificultar a ação de gerenciamento de crises.

Obom governante percebe que precisa ser capaz de se relacionar e demonstrar capacidade e vontade política para exercer plenamente o poder que a Constituição lhe confere, para que haja confiança, possibilitando, portanto, a coesão com os membros dos partidos que o apoiam. Se o governante quiser que seus auxiliares e seu grupo político adotem e a sociedade aprove os seus planos de governo, eles têm que conhecê-lo.

Quando os auxiliares diretos, apoiadores políticos e eleitores perdem contato com a mensagem, eles abandonam o senso de ligação com o projeto político. Nesta situação, cresce a importância do conhecimento dos propósitos do governante, daí a necessidade de quebrar muros e construir pontes para expor os problemas e encontrar soluções. 

Mantendolaços fortes com seus auxiliares e com o reconhecimento do seu grupo político, o governante obterá sucessoe sua força fará crescer a fé e o orgulho de toda a sociedade, antes que passem os dias angustiantes e que o sentido do tempo volte a ser promissor.

Uma importante fonte de mudança no comportamento político de uma sociedade é o desconforto. “Criar o Desconforto” significa, essencialmente, nunca se contentar e sentir-se à vontade com o presente. Não deixar que a conjuntura dite o seu futuro.

 “Cresce quem foge do Conforto”. Quando a sociedade está acomodada, raramente há suficiente motivação ou humildade para mudanças políticas e sociais. Muitas vezes não tem, sequer, uma necessidade percebida. 

A fé precisa ser renovada na Política.A cada desafio novo ou difícil, a maioria finca os pés na areia e diz: isso é impossível. A única maneira da sociedade ter um governante legitimo e com credibilidade é dar prosseguimento à luta, de maneira imperturbável, até que finalmente se separem as águas do Mar Vermelho que se interpõe ao seu caminho.

Quando se verificar que a vitória política impensável é, afinal de contas, viável, todos farão a sua parte para uma escolha eleitoral livre e acertada.

 

Na atual conjuntura “A Defesa do Estado Democrático de Direito, da Ética na Política, e o Combate à Corrupção” “É o Nosso Próximo Mar Vermelho”, nosso principal objetivo, para isso é necessário ganhar as eleições de 2018[7].

Ressaltamos, a verdade é que a sociedade brasileira precisa se importar com o destino do nosso país, e muito. Se for necessário, precisa-se mesmo fazer com que ela se importe, porque a vitória política pertence aos que são capazes de ver, ouvir, pensar, agir, se indignar, e reagir.

Cada membro da sociedade brasileira deve saber onde se encaixa na busca pelo sucesso político.

 


[1]                      Carlos Alberto Pinto Silva / General de Exército da reserva / Ex-comandante do Comando Militar do Oeste, do Comando Militar do Sul, do Comando de Operações Terrestres, Membro da Academia de Defesa e do CEBRES.

[2]                      O Chefe da Casa Civil declarou que governo se sentia vitorioso.

[3]                      Político, Social, Econômico e Militar.

[4]                      Petrobras. Inclusive com a demissão do seu Presidente.

[5]                      Na era da informação, das redes sociais, das mensagens instantâneas.

[6]                      Inteligência

[7]                      Eleger um candidato comprometido com “A Defesa do Estado Democrático de Direito, da ética na Política, e o combate à corrupção”

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