Comentário Gelio Fregapani – Da Guerra e da paz- Estatais, Privatização e Desnacionalização – Segurança Pública e A Noruega e a Amazônia

COMENTÁRIO GEOPOLÍTICO

Assuntos: Da Guerra e da paz – Estatais, Privatização e Desnacionalização Segurança Pública e A Noruega e a Amazônia
 
 
Da Guerra e da paz

É a economia que move as guerras, mas elas estão cada vez mais caras. Os meios de destruição se sofisticam e se tornam por vezes mais caros do que os alvos a serem destruídos. A guerra, em tais condições não é lucrativa e não deve ser travada a não ser em defesa própria pois não compensa mais grandes perdas em batalhas campais e em princípio uma nação hesitará em iniciar um guerra até mesmo no caso de um país forte contra um bem mais fraco.

As grandes potências confiam mais no poder aéreo e na ação de Forças Especiais para fomentar rebeliões internas contudo, o poder aéreo tem sido superestimado; todo o poder aéreo da OTAN custou a dominar a insignificância das milícias líbias e cerca de 2.000 mísseis de cruzeiro, e mais de 3.000 missões, não puderam destruir o fraco sistema de defesa antiaérea iugoslava.

Lá as forças da OTAN preferiram não começar as operações terrestres, até o problema ser resolvido e o foi por meios diplomáticos. Certamente a OTAN não ousaria atacar nem a Sérvia nem mesmo a Líbia se fosse possível uma retaliação com armas nucleares. O erro do Iraque e da Líbia não foi procurar obter a bomba foi terem desistido, pensando que isto apaziguaria os ambiciosos predadores.

Mas para nós, que guerras poderiam acontecer? – É sempre possível uma III Guerra Mundial, ainda que pouco provável. Neste caso certamente tentaremos ficar neutros, mas forçosamente seremos envolvidos, não necessariamente por questões de ideologia ou de solidariedade panamericana (que também influem), mas principalmente pela atuação dos beligerantes ao evitar que seus adversários se abasteçam aqui do que lhes falta.

Para isto violarão a nossa soberania quer ostensivamente, quer através de falsas bandeiras, com os delitos atribuídos ao inimigo. Numa guerra assim, que envolveria todas a forças vivas da nação, terminaríamos por ficar ao lado do Ocidente. Certamente sofreríamos ataques de mísseis e mandaríamos forças expedicionárias, mas dificilmente sofreríamos invasões. Ninguém sabe como uma guerra dessas poderia evoluir, mas por enquanto se acredita que ninguém seria louco de a desencadear.

Entretanto, quando parecer certa a paz entre as grandes potências aumentarão nossas preocupações com a guerra. A disputa por matérias primas não terá limites e já de longo tempo ambiciosos estrangeiros vem tomando medidas para se apoderarem delas.

A sequência das ações indica que forçarão a secessão da área ianomami e outras igualmente mineralizadas, inicialmente com mercenários tipo Blackwater (nota DefesaNet – Devido à má imagem, durante a Guerra do Iraque, a companhia mudou de nome em 2009 para Xe Services e após troca de controle acionário , em 2011, para ACADEMI), conforme nossa reação, com forças especiais e mesmo regulares, mas invasão mesmo, dificilmente haveria no nosso espaço ecúmeno mas haveria possivelmente nas serras da fronteira onde não temos condições de levar nem um só Batalhão em face da supremacia aérea inimiga, que nos impediria o uso dos rios e estradas.

Se, apesar das desvantagens, conseguirmos deter os agressores com guerrilhas bem sucedidas, o bombardeio de nossas hidrelétricas e a tomada dos poços do pré-sal colocaria o nosso País de joelhos.

É possível evitar esse cenário? – Sim, claro. A chave da segurança é a capacidade de causar mais danos do que as vantagens que o inimigo poderia obter. A isto se chama DISSUASÃO e hoje significa mísseis intercontinentais e de terra-ar de última geração, minas terrestres e marítimas além de armas nucleares, exatamente o que o nosso País tem renunciado sem contrapartida.  Ou denunciamos os tratados do FHC e prosseguimos no desenvolvimento como o fizeram Israel, a China, a Índia e o Paquistão ou só atrairemos ambições, chantagens e até guerras mesmo.

Um país que não possui armas nucleares sempre será tratado como uma colônia pelas potências, suas empresas multinacionais e ONGs, bem como pela Oligarquia Financeira Transnacional. 

Os povos que ousaram e fizeram sacrifícios para obter armas nucleares, como a China, a Índia, o Paquistão e Israel jamais serão invadidos nem pressionados além de certos limites, até a Coréia do Norte, em que pese seu detestável regime comunista, entendeu as regras do jogo.  Nós quase chegamos lá, mas a covardia entreguista de uma facção política então liderada por um presidente ora investigado por corrupção, nos deteve.

Um dia teremos um governo nacionalista que mudará este estado de subordinação. Esperemos que o Almirante Othon ainda esteja vivo para retomar os trabalhos.

Estatais, Privatização e Desnacionalização – para conquistar sem guerra

Houve no tempo do Milagre Brasileiro (Período militar) um gigantesco desenvolvimento baseado nas "Estatais". Assim, além das comunicações, que chegou a ser a quarta maior do mundo, avultaram o avanço no setor do petróleo e da mineração sendo que a Vale do Rio Doce chegava a ser uma peça influente no xadrez da política econômica mundial. Procurava-se então substituir as importações e mesmo havendo estatizações desnecessárias, há que se reconhecer que o desenvolvimento foi puxado pelas grandes estatais e que durou até que começou o desmonte, ainda no Governo Figueiredo (Nota DefesaNet – em especial devido à crise cambial nos anos 80).

A febre da desestatização alcançou o auge no Governo FHC, sempre acompanhadas da mais tola desnacionalização a pretexto de que seriam melhor dirigidas por empresas privadas e que sua venda serviria para pagar a dívida externa, a qual por isto mesmo passou a aumentar desmesuradamente.

Como se não bastasse essas desgraças, eleito um partido que estancou as desnacionalizações, este nomeou ladrões sem vergonha para dirigi-las, provocando sua completa desmoralização, dando pretexto para que o atual Governo prosseguisse desnacionalizando, agora com facilidade em função da roubalheira descoberta.

Estamos mal. Está a desintegra-se a última estatal que sobrou, a Petrobrás, através da diminuição dos investimentos e da venda dos ativos que fazem parte desta enorme cadeia produtiva. Isto a tornará uma empresinha concentrada na exploração e produção, lucrativa aos seus investidores, com pouca influência no desenvolvimento nacional e no setor estratégico da política externa.

Prossegue o fatiamento da Petrobras, agora, em sua fração mais lucrativa: a petroquímica, o corte nos investimentos em biocombustíveis em proveito das multinacionais agrícolas, entre elas a Bunge decepa mais uma área onde o nosso País poderia ser o campeão. A compradora estrangeira leva junto o enorme mercado brasileiro de petroquímicos sem construir nada de novo, comprando a preço vil a indústria aqui instalada e seu enorme e garantido mercado

Esta atuação, além da ideologia de um estado mínimo certamente envolve propinas e corrupção, coisa que já julgávamos terminada. A entrega às grandes corporações mundiais desconsidera o fato da indústria do petróleo e gás ser responsável por mais de 13% de nosso PIB e do Brasil ser o 4º maior mercado consumidor de combustíveis automotivos do mundo.

Todas as petroleiras reduziram seus investimentos face do colapso dos preços do petróleo, porem mantendo-se somente a produção e a exploração, desmontando-se as demais áreas do conceito do poço ao posto, se perde espaço e a parte mais lucrativa, além da capacidade de influir na política externa.

Culpa da crise? A crise só se torna real, à medida que a Petrobrás se desfaz de rentáveis projetos produtivos. Lamentavelmente o governo se deixa acuar e a proíbe de captar recursos no mercado financeiro, evitando contratações e reduzido os investimentos em projetos em andamento, quando não tem que os abandonar, perdendo o dinheiro já investido.

Em suma, a passagem da miséria para a riqueza e a da humilhação para a dignidade, depende da decisão e da coragem.

 Este Governo ainda tem um ano e meio para desmontar o que resta da Petrobras. Precisamos evitar que este desmonte tenha continuidade. As consequências para o país e para a nossa população serão sentidas por décadas, talvez séculos.

Como senão bastasse o desmonte da Petrobras. O setor elétrico brasileiro caiu no colo dos chineses. A bagunça causada pelo governo Dilma e a crise da Lava-Jato estão entregando, de mão beijada, o setor elétrico brasileiro para um grupo de estatais chinesas.

Estatais brasileiras não podem. Estatais chinesas sim. Como é possível isto?

Segurança Pública – O Óbvio Ululante

A próxima intervenção das Forças Armadas na Segurança Pública do Rio de Janeiro, tal como as anteriores está condenada ao fracasso.  Poderia ter sucesso se detivessem o poder de fazer o que fosse necessário, controlando o poder político e a Justiça. Só nestes casos o grande Caxias aceitava e vencia desafios muito maiores.

Afinal, o que fariam os militares se lhes dessem essa autoridade toda?

– Estudemos o assunto: a insegurança se baseia em três principais fatores  – O estímulo ao crime com a certeza da não reação provocada pelo estatuto do desarmamento, o erro na repressão ao tráfico e consumo de drogas e a frouxidão da Justiça e das Leis.

Vejamos o primeiro dos fatores – o estímulo ao crime pela certeza da não reação. Sabemos que indivíduos de má índole sempre existirão. Sabemos que entre esses os mais ousados (uns 5%) continuarão assaltando independente do perigo, até serem neutralizados por prisão ou morte, mas os demais pensarão duas vezes se pode haver reação da vítima ou de transeuntes armados. A maioria, mais prudente abandonará definitivamente essa atividade.

O Centro de Estudos de Pessoal do Exército há décadas previu que o crime comum aumentaria de 300% entre a lei do desarmamento e sua efetiva aplicação. Errou por pouco, o crime comum aumentou de 380%. A simples revogação do Estatuto do Desarmamento e estímulo a reação já diminuiriam significativamente esse tipo de crime, que é o que dá a maior sensação de insegurança à população.

Quanto ao segundo fator de insegurança, o erro na repressão ao tráfico, é simples o entendimento que toda corrente tem a força de seu elo mais fraco e este é o consumidor. Todo mundo também sabe – inclusive os Generais – que a atividade econômica do narcotráfico não é afetada pela mera repressão armada, mas sim pelo corte no consumo.

Sabem que os plantadores, fora do território nacional, estão fora do alcance. Sabem também que os grandes traficantes estão protegidos no Congresso e outros órgãos, também fora do alcance e que os pequenos traficantes são descartáveis e imediatamente substituídos quando neutralizados.

O elo frágil é o consumidor e é impossível controlar o tráfico enquanto houver demanda. O que fazer então?  Prender os consumidores? – Não há cadeia suficiente, mas se pode aplicar castigos pesados – multas e trabalho forçado aos consumidores.  Mas e a Constituição não proíbe? –Ora se quisermos vencer que se mude a Constituição. Se ela fosse imutável ainda teríamos a escravatura. Deixemos de hipocrisia.

Por fim vejamos a questão da frouxidão da Justiça e das Leis. Isto já é consenso da totalidade do nosso povo. Só o que impede de ser devidamente ajustado é o Congresso e a Instituição Judiciária – onde estão os piores bandidos – para proteger seus próprios membros.

Não é preciso dizer o que fariam os militares, com carta branca. É fácil deduzir: Seria o óbvio. Claro que venceriam e entregariam aos civis o País seguro em um ano.

Valeria a pena? Quanto tempo duraria a nova Segurança Pública? No meio do próximo caos ainda seriam os militares taxados de assassinos fascistas pela imprensa internacional e pela nacional de propriedade estrangeira? – Sim, é o óbvio ululante. 

 A Noruega e a Amazônia

A Noruega está se fazendo de besta. O tal subsídio para proteção da Amazônia que a Noruega manda ao Brasil por meio do Fundo Amazônia são para ONGs ambientalistas que nos tem retardado o progresso, impendido o asfaltamento de estradas e a utilização do potencial hidrelétrico. Quem perde com o corte do repasses noruegueses ao Fundo Amazônia são as ONGs não é o Brasil, nem a Amazônia. Bom se cortasse 100% ou que não aceitássemos nada.

Uma resposta altiva seria nada aceitar e exigir um pedido de desculpas sob pena de cortar a concessão de exploração de Bauxita que fizemos àquele paizinho insignificante.

Mas isto talvez se possa esperar de um próximo Governo eleito em 2018

Que Deus nos propicie a Coragem, a Força e a Autoestima para passarmos a ser um País soberano.

Gelio Fregapani

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