Irã acusa Israel de tramar atentado na Bulgária

O embaixador do Irã na Organização das Nações Unidas (ONU) acusou nesta quarta-feira Israel de promover o atentado suicida que matou cinco turistas israelenses há uma semana na Bulgária.

O ataque ocorreu contra um ônibus que estava estacionado junto ao aeroporto da cidade turística de Burgas, no litoral do mar Negro. O motorista do ônibus, búlgaro, também morreu, e mais de 30 pessoas ficaram feridas.

Israel atribuiu o atentado ao Irã e ao grupo xiita libanês Hezbollah. O Irã negou envolvimento. "É incrível que poucos minutos depois do ataque terrorista autoridades israelenses tenham anunciado que o Irã estava por trás dele", disse o diplomata Mohammad Khazaee em um debate do Conselho de Segurança sobre o Oriente Médio.

"Nunca nos envolvemos nem nos envolveremos numa tentativa tão desprezível contra … gente inocente", afirmou. "Tais operações terroristas só poderiam ser planejadas e realizadas pelo mesmo regime cuja curta história está cheia de operações de terrorismo estatal e assassinatos destinados a implicar terceiros para estreitos ganhos políticos", prosseguiu Khazaee.

"Eu poderia oferecer … muitos exemplos mostrando que este regime matou seus próprios cidadãos e judeus inocentes durante o último par de décadas."

O embaixador de Israel na ONU, Haim Waxman, afirmou haver impressões digitais deixadas pelo Irã na trama do atentado na Bulgária e também em dezenas de outros recentes planos terroristas dos últimos meses no mundo todo. "Esses comentários são assustadores, mas não surpreendentes, em se tratando do mesmo governo que diz que o ataque de 11 de setembro (de 2001) foi uma teoria conspiratória e que nega o Holocausto", disse Waxman em nota.

Alguns analistas dizem que o Irã poderia estar tentando vingar as mortes de vários cientistas seus envolvidos no polêmico programa nuclear do país, crimes pelos quais Teerã culpa Estados Unidos e Israel. Diplomatas israelenses sofreram várias tentativas de atentado nos últimos meses, também atribuídos por Israel ao Irã.

"Chegou a hora de o mundo pôr um fim a essa campanha de terror, de uma vez por todas", disse Waxman.

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