Hackers invadem e roubam dados de site da ONU

GUSTAVO CHACRA

Hackers invadiram o site do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e divulgaram centenas de senhas de e-mails de funcionários, em um dos mais graves ataques cibernéticos da história da ONU. Autodenominado "Team Poison", o grupo também publicou uma mensagem acusando as Nações Unidas de corrupção, fraude e atrocidades.

Especialistas em segurança virtual disseram que o ataque foi sofisticado. Não está descartada a possibilidade de que países estejam envolvidos na operação. Recentemente, o grupo conhecido como Anonymous, aliado do Team Poison, também atacou sites de governos e de entidades internacionais.

Os hackers, na mensagem colocada no site, também responsabilizaram a ONU por supostas atrocidades em Darfur, Ruanda, ex-Iugoslávia e Israel. "Um Senado para a corrupção global, as Nações Unidas facilitam a introdução de uma nova ordem mundial e um governo mundial", afirmou o grupo no comunicado postado na internet.

Segundo o Team Poison, "a ONU tornou-se um monstro que precisa ser controlado. (A entidade) é uma fraude".

Na mira. A ONU declarou que as informações divulgadas pelos hackers são antigas e sem importância. "Nenhuma das senhas está ativa", disse Sausan Ghocheh, porta-voz do PNUD. Entretanto, os especialistas em segurança cibernética discordam. Eles diziam ontem que os dados são recentes.

Mais grave, em vídeo no YouTube, os hackers exibem até mesmo dados da vida pessoal de alguns membros do PNUD. Informações detalhadas de contas da Organização Mundial de Saúde (OMS) também foram atacadas pelo Team Poison. No Twitter, os hackers afirmaram que podem divulgar "e-mails comprometedores" da ONU, da BBC e da Fox News.

Esta semana, os hackers do Team Poison e do Anonymous anunciaram que juntarão forças para atacar o sistema financeiro na "Operação Robin Hood". Eles pretendem invadir os dados de contas de banqueiros e transferir os fundos para movimentos como o Ocupe Wall Street.

O governo americano considera o combate a hackers uma prioridade. Uma espécie de Exército cibernético está sendo treinado pelo Pentágono para enfrentar os ataques não apenas destes grupos, como também de outros países. Há suspeitas de que chineses, russos e iranianos tenham tentado realizar ações contra sites do governo americano.

Ao mesmo tempo, instalações nucleares iranianas teriam sido "contaminadas" por um vírus atribuído aos serviços de inteligência de Israel e dos EUA.

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