BR-US – Condicionantes para a ajuda ao Brasil


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Júlio Ottoboni
Exclusivo DeesaNet

O acordo militar entre Brasil e Estados Unidos deve frear o entusiasmo de alguns países que vinham em franca aproximação com o mercado brasileiro. O desenvolvimento de produtos militares e no setor aeroespacial selou o destino de potenciais parceiros, como a Rússia e até mesmo as ambições da própria China em alguns segmentos tidos como vitais para o progresso dos entendimentos com os norte-americanos.

Uma das premissas básicas dos Estados Unidos, segundo especialistas ouvidos pelo DefesaNet, é o afastamento da Rússia do programa espacial brasileiro. Os EUA não querem os russos produzindo veículos de lançamento de satélites (VLS) e muito menos empregando tecnologia dos mísseis balísticos intercontinentais no Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE). O Centro de Lançamento  de Alcântara (CLA), no Maranhão, também é alvo prioritário dos norte americanos.

O acerto do Brasil com a Ucrânia, na formação da empresa binacional Alcantara Cyclone Space (ACS), para construção de foguetes em parceria, já soterrada pela crise, ganhou a pá de cal definitiva. Os mais de R$ 1 bilhão gastos durante os governos Lula e Dilma na inócua parceria estão, oficialmente, perdidos.

As possibilidade de se criar um consórcio no BRICS para uma estação espacial e desenvolvimento de satélites e lançadores espaciais contam com antipatia dos Estados Unidos. Apenas a Índia e a África do Sul poderiam desenvolver novas atividades com o Brasil na área espacial e bélica, porém acompanhada de perto pelos EUA, que seria uma espécie de tutor dos programas.

 Quanto a Rússia, as possíveis intenções em se associar à empresas como a MECTRON e a AVIBRAS na produção de mísseis e de blindados, está totalmente vetada. Segundo os especialistas, alguns deles consultores da área de defesa, acreditam que a Rússia tentará ainda alguma investida no Brasil devido aos entendimentos tratados ao longo dos últimos anos com o governo de Dilma Rousseff. Um dos trunfos está na abertura de mercado para a carne brasileira entre outras commodities.

Uma parceria com a EMBRAER – cada vez mais improvável – também está completamente vetada. Esses indícios já foram expostos no ano passado, durante a  visita do Vice-Premiê russo Rogozin, em dezembro último quando não foi recebido pela direção da ex-estatal brasileira. Os russos chegaram a sondar o mercado de helicópteros na expectativa de ter uma fábrica em solo brasileiro e recuaram ao avaliar o mercado sul americano e terem a notícia da chegada dos chineses. (Ver matéria Russos querem criar fábrica de avião no Brasil independente da Embraer Link )

Com isso a possibilidade do Brasil ter um cosmonauta, como foi o caso de oficial da FAB Marcos Pontes, treinado na NASA, mas não indo ao espaço por ter participado de uma missão russa chegou ao fim. Se o Brasil voltar a ter alguém em uma missão espacial deverá ser um cientista e formado nos quadros da agência espacial norte americana.

A retomada da ‘guerra fria’ forçou o governo de Barack Obama a pedir uma posição clara do governo brasileiro quanto ao lado que se posicionaria. Apesar das simpatias ao antigo regime da URSS, Dilma Rousseff viu que poderia perder muito mais que a instabilidade política diante de seu maior parceiro comercial.

Uma das condicionantes dos Estados Unidos para traçar um plano de auxílio na recuperação econômica brasileira, está na suspensão imediata de apoio brasileiro na manutenção de governos de esquerda como da Bolívia e da Venezuela, inclusive tanto no suporte político como econômico, com remessas de divisas para esses países a títulos de empréstimos, colaboração e mesmo investimentos em parcerias econômicas que levantem suspeitas sobre as verdadeiras finalidades.

A situação para a China é mais confortável, como a instalação da fábrica de helicópteros, a continuidade do programa de satélites com o INPE e a vinda da indústria automobilística, de tratores, polo vidreiro e de mecânica pesada para o país. A China tem os EUA como um grande parceiro comercial, mas deve manter-se distante de interesses maiores dos norte americanos na região, o que inclui a floresta amazônica e as reservas hídricas potáveis brasileiras.

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