Hamas reconhece utilização de “drones” no sul de Israel

As "Brigadas de Ezedin al-Qassam", braço armado do movimento islamita Hamas, admitiu o uso de três aviões não tripulados, também conhecidos como "drones", no sul de Israel.

Segundo um comunicado divulgado em Gaza, o Hamas disse contar com três tipos diferentes de drones, batizados como Ababil: o AB1, desenvolvido para missões de espionagem; o AB2, desenvolvido para realizar ataques, e o AB3, um planador suicida.

"Os três 'drones' lançados hoje fracassaram nos dois alvos que perseguiam", reconheceram as "Brigadas", que, por outro lado, não detalharam os alvos citados e nem o objetivo das missões.

Nesta manhã, um míssil do tipo "Patriot" israelense interceptou um desses drones junto ao porto mediterrâneo de Ashdod, a cerca de 30 quilômetros ao norte da Faixa de Gaza, informou o Exército israelense.

Segundo o jornal progressista "Ha'aretz", o Exército investiga se o "drone" abatido continha capacidade armamentícia.

Hamas diz ter enviado vários drones em direção a Israel*

O grupo militante Hamas, que governa a Faixa de Gaza, afirmou nesta segunda-feira ter enviado vários aviões teleguiados, mais comumente chamados de drones, na direção de Israel, a primeira vez que o grupo usou esse tipo de aeronave contra o território israelense.

O Exército de Israel informou ter derrubado uma dessas aeronaves que voava ao longo da costa sul do país, mas não fez comentários sobre as especificações do drone ou se ele carragava armas.

"Nós o tínhamos em nossa mira no momento em que decolou e escolhemos onde interceptá-lo", afirmou o porta-voz militar tenente-coronel Peter Lerner. Os escombros da aeronave caíram no mar Mediterrâneo, informou a rádio Israel.

As Brigadas Qassam, braço militar do Hamas, assumiram a responsabilidade pelo envio do drone e afirmaram que ainda tem "surpresas".

O ataque com o avião teleguiado aconteceu um dia depois de o Hamas sofrer um retrocesso em suas relações com a população de Gaza, que ignorou os pedidos do grupo para que permanecesse em suas casas, depois de Israel ter derrubado folhetos sobre uma região do território pedindo que as pessoas saíssem antes de um possível ataque. Cerca de 17 mil pessoas deixaram suas casas.

Fileiras de carros, carroças puxadas por burros e scooters com bagagem encheram as estradas que saíam da cidade de Beit Lahiya, norte de Gaza, em direção a abrigos da Organização das Nações Unidas (ONU) na cidade de Gaza.

O Exército israelense alertou os moradores de Beit Lahiya para que deixassem o local até o meio-dia de domingo, caso contrário colocariam suas vidas em risco. Porém, nesta segunda-feira ainda não havia tido início uma ofensiva contra o que os militares afirma ser locais de lançamento de foguetes na área.

O drone foi lançado de Gaza e derrubado perto da cidade de Ashdod, informaram os militares. Desde o início das operações israelenses contra o território costeiro, os militantes dispararam cerca de 1.000 foguetes contra Israel, provocando ferimentos em algumas pessoas e alguns danos, mas nenhuma morte, já que a maioria foi interceptada pelo sistema de defesa aéreo chamado de "Domo de Ferro".

Já do lado palestino, 172 pessoas morreram por causa dos ataques. Porém, o uso de drones com capacidade ofensiva eleva a probabilidade de mortes do lado israelense.

Israel começou os ataques contra Gaza na terça-feira, afirmando ser uma resposta ao disparo de foguetes contra seu território. O Exército lançou mais de 1.300 ataques desde então.

O Ministério da Saúde de Gaza informou que 172 pessoas morreram, dentre elas dezenas de civis. Não houve mortes do lado israelense, embora várias pessoas tenham ficado feridas, dentre elas um adolescente que ficou seriamente ferido por estilhaços de foguete no domingo.

Os militares disseram que o drone abatido nesta segunda-feira foi lançado de Gaza e foi derrubado por um míssil Patriot terra-ar em meio ao voo.

*Estadão – Fonte: Associated Press e Dow Jones Newswires.

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