Reino Unido diz que danos em depósito de combustível devem prejudicar logística russa

A inteligência militar britânica disse que a destruição de vários tanques de petróleo em um depósito na cidade russa de Belgorod, perto da fronteira com a Ucrânia, provavelmente aumentará a tensão no curto prazo nas já tensas cadeias logísticas da Rússia.

"Os suprimentos para as forças russas que cercam Kharkhiv (a 60 quilômetros de Belgorod) podem ser particularmente afetados", disse o Ministério da Defesa britânico no Twitter.

Mais cedo nesta sexta-feira, Moscou disse que helicópteros ucranianos atingiram um depósito de combustível em Belgorod, um centro logístico para seu esforço de guerra, causando um grande incêndio. A Ucrânia negou a responsabilidade pelo incidente.

EUA anunciam R$ 1,4 bilhão adicional em ajuda militar à Ucrânia

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos anunciou na última sexta-feira (1°) um novo pacote de R$ 1,4 bilhão em ajudar militar para a Ucrânia;

O pacote inclui sistemas de foguetes guiados a laser, munições de pequeno e grande calibre e suprimentos médicos;

Os Estados Unidos já forneceram mais de US$ 2,3 bilhões em assistência de segurança à Ucrânia desde o começo do governo de Joe Biden, e US$ 1,6 bilhão desde o início da guerra.

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos (DoD, na sigla em inglês) divulgou na sexta-feira (1°) um novo pacote de ajuda militar de US$ 300 milhões, cerca de R$ 1,4 billhão na cotação atual, para a Ucrânia, incluindo sistemas de foguetes guiados a laser, munições de pequeno e grande calibre e suprimentos médicos.

Segundo informações da página do departamento federal do país, a decisão “destaca o compromisso dos Estados Unidos com a soberania inabalável com o território da Ucrânia em apoio aos seus esforços heroicos para repelir a escolha de guerra da Rússia”.

No total, os Estados Unidos já forneceram mais de US$ 2,3 bilhões em assistência de segurança à Ucrânia desde o começo do governo de Joe Biden, e US$ 1,6 bilhão foi enviado desde o começo do conflito, no final de fevereiro. Com fundos alocados à Iniciativa de Assistência à Segurança da Ucrânia (USAI, na sigla em inglês), o novo pacote inclui também sistemas aéreos não tripulados, veículos blindados, suprimentos de comunicações seguras, metralhadores e equipamentos de campo.

União Europeia adverte China sobre apoio à Rússia

A União Europeia pediu, na sexta-feira passada(1°/03), para que a China não ajude Moscou a se esquivar das sanções ocidentais por sua invasão à Ucrânia, o que "danificaria gravemente a reputação chinesa" e afetaria as relações econômicas de Pequim com a Europa.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, em nome dos Estados-membros da UE, se encontraram, por meio de videoconferência, com o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, e depois com o presidente Xi Jinping.

A União Europeia (UE) apelou à China para "não interferir" nas sanções ocidentais contra a Rússia pela ofensiva contra a Ucrânia e advertiu que um apoio a Moscou "vai danificar gravemente a reputação" do país asiático na Europa.

"Isso vai danificar gravemente a reputação da China aqui na Europa", onde "as empresas olham como os países se posicionam", disse Van der Leyen, ao término da videoconferência com o presidente chinês.

"Nenhum cidadão europeu vai compreender um apoio a Moscou, que reforçaria suas capacidades para prosseguir com sua guerra" na Ucrânia, acrescentou Von der Leyen, que estava sentada ao lado de Charles Michel.

"Esperamos que a China se dê conta da importância de sua imagem internacional e da relação econômica entre a China e a UE", disse Michel, sem mais detalhes.

Até agora, Pequim evitou condenar a invasão da Rússia e manifestou sua amizade "sólida como uma rocha" com Moscou no início de março.

"Cálculo estratégico"

"Os europeus buscam influenciar no cálculo estratégico dos dirigentes chineses, ressaltando o custo econômico que sofreriam em caso de apoio concreto à Rússia", explicou Grzegorz Stec, do instituto alemão Merics, antes da videoconferência.

"As reações controversas da China são uma forma de estar do lado russo sem pagar o preço. Sem maior pressão, vai aportar mais ajuda a Putin", afirmou o eurodeputado ecologista alemão Reinhard Bütikofer.

Porém, a UE é prisioneira de sua forte interdependência com Pequim: o bloco absorve 15% das exportações do gigante asiático, que lhe fornece bens manufaturados e componentes essenciais.

A China também compra 10% das exportações da UE, sendo um mercado-chave, especialmente, para a indústria alemã.

Sob o estímulo de Berlim, a UE e a China assinaram um ambicioso acordo de investimentos no final de 2020.

Mas sua ratificação está congelada pelas sanções da UE para castigar o trabalho forçado na região chinesa de Xinjiang, negado por Pequim, e as represálias do regime comunista contra parlamentares e investigadores europeus.

E isso se uniu, recentemente, ao bloqueio da China às importações da Lituânia depois que esse país báltico permitiu a abertura de uma representação oficial de Taiwan.

"O perigo é que a China 'sobrevenda' sua neutralidade para obter concessões, como a reativação das negociações sobre o acordo de investimentos", adverte Valérie Niquet, da Fundação para a Pesquisa Estratégica.

Uma ideia "ilusória"

Nesta quarta (30), em Pequim, o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, obteve uma reafirmação da amizade "ilimitada" dos dois países frente aos Estados Unidos em nome de uma nova "ordem mundial multipolar", uma visão que desperta a inquietude do Ocidente diante do surgimento de um bloco "autoritário" hostil.

"A ideia de desvincular a China da Rússia é ilusória: quando a guerra na Ucrânia terminar, a atenção dos Estados Unidos vai se voltar, prioritariamente e não com espírito amistoso, para a China, que por isso tem interesse em manter sua cooperação" com seu vizinho, opina Sylvie Bermann, ex-embaixadora francesa em Moscou e Pequim.

A China não é o único país de peso internacional que não condena Moscou. Também não o fazem Índia, África do Sul, Paquistão e Brasil.

Para Pequim, os europeus se deixaram arrastar para um conflito instigado por Washington, que demonstrou os pontos débeis do Ocidente.

Bastante dependente do gás russo, a "Europa pode ter disparado um tiro no pé ao se unir às sanções americanas", adverte o jornal nacionalista chinês Global Times, que recusa vincular as relações Bruxelas-Pequim com a crise entre os europeus e Moscou por causa da Ucrânia. 

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