EUA dizem a OTAN e aliados na Ásia que China pode fornecer armas à Rússia, diz autoridade

Os Estados Unidos disseram, nesta segunda-feira, a aliados da OTAN e em vários países asiáticos que a China sinalizou que está disposta a fornecer auxílio militar e econômico à Rússia, a pedido de Moscou, para apoiá-la na guerra contra a Ucrânia, afirmou uma autoridade norte-americana.

A mensagem, enviada em correspondência diplomática e entregue em pessoa por autoridades de inteligência, também disse que a China deve negar esses planos publicamente, segundo a autoridade, que falou sob a condição de anonimato.

O conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, reuniu-se com o principal diplomata da China, Yang Jiechi, em Roma, nesta segunda, após seu alerta de que a China sofreria consequências se ajudasse a Rússia a driblar as sanções do Ocidente e em meio a reportagens de que a Rússia havia pedido equipamentos militares à China.

A Rússia negou esses relatos, dizendo que tem recursos militares suficientes para cumprir todos seus objetivos na Ucrânia. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China descreveu os relatos como “desinformação”.

A Rússia começou sua invasão à vizinha Ucrânia em 24 de fevereiro, com o que chamou de “operação especial” para desmilitarizar e “desnazificar” a Ucrânia. A Ucrânia e aliados ocidentais dizem que esse é um pretexto sem fundamentação para justificar a guerra.

A divulgação do pedido da Rússia e da resposta da China faz parte de uma estratégia deliberada de autoridades dos EUA para combater desinformação sendo mais abertas sobre questões de inteligência do que o comum, disse a autoridade norte-americana.

China nega alegação dos EUA de que Rússia pediu ajuda na Ucrânia

A China negou nesta terça-feira as alegações de autoridades dos Estados Unidos de que a Rússia havia buscado assistência militar chinesa para o conflito na Ucrânia e acusou Washington de espalhar "desinformação maliciosa" que pode levar ao agravamento do conflito.

"Os EUA espalharam repetidamente desinformação maliciosa contra a China sobre a questão da Ucrânia", disse a embaixada chinesa em Londres à Reuters em um comunicado.

"A China tem desempenhado um papel construtivo na promoção das conversações de paz", acrescentou.

"A principal prioridade agora é aliviar a situação, em vez de acrescentar combustível ao fogo, e trabalhar para um acordo diplomático, em vez de agravar ainda mais a situação."

Vários funcionários norte-americanos disseram que a Rússia havia pedido à China equipamento militar após sua invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro, despertando a preocupação na Casa Branca de que Pequim poderia minar os esforços ocidentais para ajudar as forças ucranianas a defender seu país.

O Kremlin negou que qualquer pedido desse tipo tivesse sido feito.

China enfrentará consequências se ajudar Rússia a evitar sanções sobre Ucrânia, dizem EUA

O conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, que deve se reunir com o importante diplomata chinês Yang Jiechi em Roma na segunda-feira, alertou Pequim que certamente enfrentará consequências se ajudar Moscou a evitar sanções abrangentes sobre o guerra na Ucrânia.

Sullivan disse à CNN que os Estados Unidos acreditam que a China estava ciente de que a Rússia estava planejando alguma ação na Ucrânia antes da invasão, embora Pequim possa não ter entendido toda a extensão do que foi planejado.

Agora, disse ele, Washington está observando atentamente para ver até que ponto Pequim fornece apoio econômico ou material à Rússia e haverá consequências se isso ocorrer.

"Estamos comunicando diretamente, em particular a Pequim, que absolutamente haverá consequências", disse Sullivan. "Não permitiremos que isso avance e que haja uma tábua de salvação para a Rússia dessas sanções econômicas de qualquer país, em qualquer lugar do mundo."

Um alto funcionário do governo disse que a guerra na Ucrânia seria um "tema significativo" durante a reunião de Sullivan com Yang, que faz parte de um esforço mais amplo de Washington e Pequim para manter canais abertos de comunicação e administrar a competição entre as duas maiores economias do mundo.

"Esta reunião está ocorrendo no contexto da guerra injustificada e brutal da Rússia contra a Ucrânia, e como a China se alinhou com a Rússia para avançar sua própria visão da ordem mundial, então eu espero… impacto da guerra da Rússia contra a Ucrânia na segurança regional e global", disse a fonte.

Nenhum resultado específico é esperado da reunião, acrescentou a fonte, falando sob condição de anonimato.

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