De acordo com um relatório da Inteligência americana, a Rússia registrou uma perda de quase 90% de seus soldados desde o início do conflito na Ucrânia

Além disso, houve uma drástica redução no número de equipamentos, com aproximadamente 2.200 dos 3.500 tanques que Moscou possuía à época sendo relatados como destruídos.

Ricardo Fan/DefesaNet

Segundo um relatório da Inteligência dos EUA divulgado recentemente, a Rússia enfrentou um elevado número de baixas desde o início do conflito na Ucrânia. Em fevereiro de 2022, o Exército russo possuía cerca de 360 mil soldados, dos quais teriam sido mortos 315 mil (87%), conforme indicado no relatório. Houve também uma considerável diminuição no arsenal, com os americanos relatando que dos 3.500 tanques russos na época, 2.200 foram destruídos. Além disso, aproximadamente 4.400 dos 13.600 veículos de combate de infantaria e veículos blindados de transporte de pessoal foram inutilizados, representando uma taxa de perda de 32%.

O documento afirma: “No final de novembro, a Rússia viu mais de um quarto de seus estoques de equipamentos das forças terrestres anteriores à invasão serem perdidos. Isso resultou na redução da complexidade e da amplitude das operações ofensivas russas, que não conseguiram obter grandes avanços na Ucrânia desde o início de 2022.”

s autoridades dos EUA afirmaram que o esforço de guerra da Rússia foi mantido graças à flexibilização dos critérios de recrutamento e ao uso de equipamentos mais antigos da era soviética. Isso incluiu iniciativas como o recrutamento compulsório de novos soldados, a mobilização de detentos e a utilização de tanques T-62 com mais de 50 anos de idade. Apesar disso, o relatório destacou que a guerra teve um impacto significativo nos esforços de Moscou para modernizar seu Exército.

“O conflito na Ucrânia representou um retrocesso considerável nos 15 anos de esforços russos para modernizar suas forças terrestres”, mencionou o relatório recentemente divulgado. “Até o final de novembro, a Rússia havia perdido mais de um quarto de seu estoque de equipamentos das forças terrestres anteriores a 2022 e registrou baixas em seu contingente de exército treinado profissionalmente.”

Adrienne Watson, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, informou que, na mais recente ofensiva, a Rússia teve mais de 13 mil mortos e feridos, além de perder mais de 220 veículos de combate durante os confrontos próximos a Avdiivka e outras cidades.

De acordo com autoridades em Washington, as forças russas tinham expectativas de um avanço rápido, porém encontraram uma forte resistência das tropas ucranianas, especialmente após Kiev transferir contingentes do sul para reforçar suas unidades no leste. Embora a Ucrânia tenha também sofrido baixas, o relatório indica que estas não são tão consideráveis quanto as da Rússia. Os números de baixas em ambos os lados do conflito são estimativas, conforme enfatizado. Há a crença de que Moscou geralmente minimiza seus números de mortos e feridos em situações de guerra, enquanto Kiev não torna públicos seus dados oficiais.

A divulgação desse relatório coincide com a visita do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a Washington para se encontrar com o presidente dos EUA, Joe Biden, buscando desbloquear a liberação de mais recursos e equipamentos para o seu país. A administração americana apoia essa iniciativa, mas ela está atualmente estagnada no Congresso.

A Casa Branca está solicitando um adicional de US$ 50 bilhões (quase R$ 250 bilhões) em ajuda para a segurança da Ucrânia. No entanto, muitos republicanos conservadores estão céticos sobre a capacidade do país de vencer o conflito e buscam mudanças substanciais na política de segurança das fronteiras dos EUA como parte de um acordo de financiamento.

Fonte: NYT

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