Este meme de um Tu-96M com uma blindagem gaiola retrata com perfeição a ousadia estratégica e tecnológica dos ucranianos ao atacarem as bases russas
Expedito Carlos Stephani Bastos
Pesquisador Assuntos Militares
defesa@ecsdefesa.com.br
Assistimos no dia de hoje (01/06/2025) o mais ousado e incrível ataque de drones já ocorrido desde o início da invasão da Ucrânia em 2022 pela Rússia. Esta nova arma demonstrou sua eficácia e tem mostrado a que veio para os conflitos da atualidade, inovando todo o conceito de guerra até onde conhecemos.
A Ucrânia lançou o mais impactante ataque de drones de longo alcance já realizado desde que a guerra eclodiu há 1.194 dias, atingindo bases aéreas russas há 4.700 km de distância de seu território numa operação denominada Teia de Aranha (Spiderweb) que levou dezoito meses de planejamento, empregando segmentação de Inteligência Artificial usando aeronaves soviéticas expostas no Museu de Aviação Estratégica e de Longo Alcance de Poltava para identificação dos alvos, além de ter sido montada dentro do território russo por Forças Especiais Ucranianas (SBU) utilizando caminhões civis transportando containers tão comuns em qualquer país, adaptados para transportar um enxame de drones FPV (Visão em Primeira Pessoa) extremamente eficientes e baratos para causar grandes danos à força de bombardeios estratégicos russos estacionados nas quatro bases atacadas.
Para a execução da montagem dos containers e dos drones, as forças SBU alugaram um imóvel na região de Sverdlovsk, num trecho conhecido como 28, na região de Chelyabinsk, localizada na zona oriental dos Montes Urais, na fronteira entre a Europa e a Ásia, no coração da Rússia, alugada segundo o que tem sido divulgado na imprensa internacional por 380.000 Rublos (US$ 4.923,51) para um destes ataques.
A Operação “Teia de Aranha” visou quatro bases aéreas russas: Belaya, Diaghilevo, Olenya e Ivanovo, localizadas no interior do território russo. Segundo fontes ucranianas de segurança foram contrabandeados drones FPV para a Rússia, seguida pelo transporte secreto de estruturas móveis de madeira montadas nestes caminhões. Estes compartimentos esconderam os drones próximo ao teto do container, permitindo serem abertos remotamente no momento apropriado e lançados a partir do território russo contornando efetivamente os sistemas de defesa aérea russos. Os drones foram controlados através das redes de telecomunicações russas, utilizando auto-homing. Foram empregados 150 pequenos drones de ataque e 300 munições e destes 116 alçaram voos em direção aos seus alvos. Os caminhões que os transportavam foram deixados às margens das rodovias próximas às bases alvos. O preço de um drone FPV ucraniano está em torno de US$ 300 a US$ 600, enquanto que um bombardeiro estratégico russo Tu-95MS modernizado é estimado em mais de US$ 100 milhões.
Leia na íntegra o trabalho do pesquisador
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