Em ação inédita, veterinários das Forças Armadas atendem animais em aldeias indígenas

No Dia Mundial dos Animais, comemorado neste 4 de outubro, veterinários das Forças Armadas prestaram atendimentos a cachorros e gatos em mais um território indígena, durante a terceira fase da Operação Maranhão. Foi o quinto dia de ação dos militares em terras indígenas da etnia Guajajara no estado. Dessa vez, na Aldeia Sede Morro Branco, no município de Grajaú (MA), oriente amazônico.

Compondo, pela primeira vez, a equipe médica que apoia as missões indígenas, dois veterinários das Forças Armadas viajaram rumo à Imperatriz, no Maranhão, para controle de zoonoses. Segundo a Tenente Ludmila Silva, médica veterinária do Exército, essa é uma importante ação para evitar a disseminação de doenças zoonóticas, ou seja, doenças que são transmitidas de humanos para animais e de animais para humanos.

"A presença do serviço veterinário junto à equipe médica é fundamental, para garantir a saúde da população indígena e dos seus animais, uma vez que doenças zoonóticas são comuns, como a Leishmaniose, a raiva, verminoses e doenças de pele, tais como bicho geográfico, sarna e fungos", informou.

Já o Aspirante Diego Pujol, também médico veterinário do Exército, destacou que, tratando da saúde animal, preserva-se a saúde humana. "Animais debilitados ficam mais propícios a doenças, que são transmitidas para os humanos, principalmente para as crianças. O nosso papel aqui é fazer a profilaxia e a prevenção de doenças de animais transmissíveis à população aqui da região", explicou.

Durante os atendimentos veterinários, também foram realizados testes rápidos de Leishmaniose Visceral Humano (calazar) (TRDPP), fornecidos pelo Ministério da Saúde ao Distrito Sanitário Especial de Saúde Indígena (DSEI-MA) da SESAI. "A presença do veterinário é essencial para o melhor diagnóstico da doença", declarou Adalberto Mota, técnico em laboratório da SESAI.

Nas aldeias, há um ou mais agentes indígenas de saúde (AIS), principais responsáveis pela divulgacão das ações da Operação Maranhão junto à comunidade. Na linha de frente da conscientização, na Aldeia Morro Branco, está o AIS Francisco Bento Lopes Guajajara. "Avisei a comunidade que viriam uns bons médicos para consultar os animais. O cachorro pra gente é muito importante, para proteger nossas casas e as dos nossos parentes. Servem como segurança para as aldeias", disse.

Marciliano Clemente Guajajara, Cacique da Aldeia Sede Morro Branco, também agradeceu a atuação dos militares. "Estou muito grato pela ação que as Forças Armadas trouxeram para a nossa comunidade hoje. A gente fica muito feliz", expressou.

A terceira fase da Operação Maranhão, que acontece de 29 de setembro a 05 de outubro, é a décima quarta missão indígena neste ano de 2020, e já auxiliou mais de 100 mil nativos. No momento, 24 profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e veterinários, atendem pessoas e animais nas aldeias de Zutiuá, Juçaral, Uruçu Juruá, Morro Branco, Bacurizinho e Planalto, nos polos de Arame, Amarante e Grajaú.

Operação COVID-19

A Operação COVID-19, coordenada pelo Ministério da Defesa, mobiliza militares em todo o território nacional. Homens e mulheres das Forças Armadas atuam no enfrentamento à pandemia do novo Coronavírus, em apoio à população.

As ações envolvem descontaminação de espaços públicos, doações de sangue, transporte de medicamentos e equipamentos de saúde, distribuição de kits de alimentos para pessoas de baixa renda, entre outras. Na execução dessas atividades, os militares atuam organizados em 10 Comandos Conjuntos, que cobrem todo o País, além do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE).

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