Terrorismo na Europa: Quando o Governo faz roleta russa com a população…

 

Yam Wanders

Jornalista especializado em defesa, segurança e resgate.

Com informações do The Daily Mail, The Sunday Express, The Sun, The Times UK, Wales On Line via redação Orbis Defense Europe.

 

 

E mais uma vez, mais atentados em três importantes cidades europeias no mesmo dia; um em Londres, em Paris e outro em Haia (Holanda), o mesmo “modus operandi” e os mesmos grupos étnicos/religiosos extremistas envolvidos como autores, e, as vítimas como sempre, cidadãos civis desarmados e vulneráveis. Em mais um ataque do terrorismo islâmico, a mesma covardia de sempre no ataque contra civis, que nada tem a ver com os problemas do islã ou de suas etnias correlatas pelo mundo afora…

 

Icônica foto do atentado da London Bridge. Um anônimo cidadão, com a faca na mão, após ter desarmado o terrorista.

E ataques como esse sempre foram previsíveis. As constantes ameaças feitas por diversos grupos radicais islâmicos no Oriente Médio hoje se aliam ao discurso e comportamento de grande parte das populações islâmicas na Europa, em busca de sua autoafirmação política e social, que usam da constante possibilidade de violências para a intimidação contra os europeus.

A pior parte já não vem do "ataque em si" (com todo o respeito para com as vítimas, um ataque assim já era previsível e apenas questão de tempo para ocorrer) mas das ações precedentes do sistema de justiça do governo britânico, que permitiu que diversos terroristas fossem colocados em liberdade condicional, pois o autor do ataque, desse dia 29 de Novembro, na London Bridge, o paquistanês Usman Khan, já estava condenado justamente por terrorismo, tráfico de drogas e outros crimes no Reino Unido, e foi libertado já há algum tempo, junto com outra dezena de terroristas condenados!

 Meme circulando no Twitter com os três Heróis Anônimos da London Bridge

E se não bastasse essa infeliz ação precedente da justiça do Reino Unido, que colocou o terrorista em questão em liberdade, existe também mais uma vez o evidente esforço das grandes mídias em tentar minimizar os fatos, já que não podem ser negados devido à grande quantidade de testemunhas e publicações nas redes sociais. Mais uma vez as informações divulgadas sobre a amplitude do ataque (número de mortos, outros atacantes presentes, tiroteio e dezenas de feridos), não batem entre o que testemunhas afirmam e o que o mainstrean divulga.

Vimos o mesmo "filme" recentemente, no caso do ataque de um terrorista islâmico infiltrado por anos na Prefeitura de Polícia de Paris, que antes de matar pelo menos 5 policiais e ferir mais de 15 ainda conseguiu furtar milhares de informações reservadas dos bancos de dados da Polícia Francesa, e, provavelmente as repassou para grupos terroristas. Por mais estranho que pareça, Michael Harpon, o terrorista infiltrado na Prefeitura de Polícia também pertencia a uma rede de terroristas ativos, sua esposa também trabalhava em um escritório governamental de concessão de documentos para estrangeiros e ambos eram fichados pela Polícia Francesa como "Fiché S" (elementos que devem permanecer sobre vigilância), todos envolvidos à anos com terroristas islâmicos salafistas conhecidos da Polícia Francesa.

O ataque de sexta na London Bridge coincidiu com um ataque menor na Holanda, que resultou em três crianças esfaqueadas em uma rua comercial de Haia, na noite de sexta (29NOV2019). E em Paris, a estação de trem Gare Du Nord foi brevemente evacuada, depois que um suposto dispositivo explosivo foi encontrado em uma bolsa abandonada.

Apesar de existirem fortes indícios que os ataques de Londres, Haia e Paris possam ter sido organizados em um ato coordenado, no entanto, o comissário da Polícia Metropolitana de Londres Cressida Dick insistiu que Khan agiu sozinho no ataque da London Bridge e as autoridades de Policia na França não se pronunciaram a respeito do que foi considerado pelas grandes mídias como apenas uma grande coincidência…

 

O vídeo do jornal The Sun mostra grupos de policiais armados correndo para a área do atentado. Tratam-se de policiais da Scotland Yard e dos C-Men (UK Atentado Parlamento – Conheça os C-Men da Scotland Yard DefesaNet 2017 Link)

 

E nessa noite de sábado (01/12), aconteceu o que já se previa antes, a reivindicação da ordem do atentado/os pelo grupo terrorista ISIS, afirmando que o ataque terrorista da Ponte de Londres foi realizado por ordem da organização terrorista. A organização terrorista acrescentou que o ataque foi feito em resposta a pedidos do Estado Islâmico, para atingir países que fizeram parte de uma coalizão que luta contra o grupo jihadista.

Quem era o terrorista islâmico Usman Khan?

O terrorista islâmico Usman Khan, inicialmente é considerado como nascido e criado em Stoke-on-Trent, uma cidade do condado de Staffordshire, na região de West Midlands, na Inglaterra, porém quando de sua primeira prisão ele foi suspeito de ser um imigrante ilegal, de origem paquistanesa ou afegã, e que toda a família dele estaria usando documentos falsos.

A princípio a família de Khan se beneficiou de políticas extremamente permissivas de recepção de refugiados, mesmo imigrando ilegalmente para a Europa e entrando clandestinamente no Reino Unido vindos do Oriente Médio e passando por algum outro país europeu, que também não efetuou os devidos controles.

Khan nunca trabalhou ou estudou no Reino Unido, e obtinha parte de sua renda com benefícios sociais e praticando o tráfico de drogas em pequena escala, assim como pequenos furtos no comércio, fazia parte de um grupo que era uma célula da Al-Qaeda, dirigido pelo terrorista Anwar Al Awlaki, recentemente morto no Iêmen e atuava ativamente no recrutamento de voluntários no Reino Unido para atuar na Síria e Afeganistão.

Em 2010, as autoridades policiais receberam diversas denúncias que um grupo de islâmicos radicais, incluindo Khan, que organizavam uma série de reuniões clandestinas nos parques galeses, para planejar um grande ataque terrorista antes do Natal na Bolsa de Valores de Londres.

Usman Khan e seu grupo foi monitorado diversas vezes, e fotografados se encontrando no Cardiff's Roath Park, em 7 de novembro de 2010, e posteriormente, no parque de estacionamento de um parque rural em Newport, em 12 de dezembro de 2010.

 

Especula-se que o ataque possa ter sido uma vingança pela morte do líder do ISIS Abu Bakr al-Baghdadi ocorrida na Síria há algumas semanas atrás e as frequentes queixas gerais de islamofobia na Europa.

Antes de realizar o ataque, ele havia participado de uma conferência da Universidade de Cambridge sobre reabilitação de prisioneiros, realizada na cidade de Londres.

Ironicamente, a primeira vítima atacada por Usman Khan foi Jack Merritt, de Cambridge, que era coordenador do curso do programa Learning Together, que organizava uma conferência no Fishmongers 'Hall com a presença de Usman Khan. Jack Merritt era um ativista de direitos humanos que lutava justamente por programas de sentenças mais leves, para condenados de penas consideradas muito severas para crimes que pudessem ser considerados de menor gravidade, independente da intenção inicial.

Jack Merritt era indiretamente um dos "padrinhos" da mudança de legislação que beneficiou Usman Khan com sua libertação indevida.

A outra grande ironia é o fato do nome de família do terrorista Usman Khan ser o mesmo do Prefeito de Londres, Sadiq Khan, também de família paquistanesa.

França e Reino Unido batem recordes de presença de terroristas

Oficiais de inteligência britânica já identificaram 25.000 extremistas jihadistas que vivem na Grã-Bretanha como potenciais atacantes terroristas, o Reino Unido perde somente para a França em quantidade de jihadistas identificados e que continuam em liberdade gozando de uma vida normal em território europeu, e ainda recebendo benefícios sociais dos países nos quais residem com o status de direito de permanência por reagrupamento familiar, imigração legal/ilegal ou até mesmo como refugiados!

A escala do desafio que a polícia e os serviços de segurança enfrentam foi divulgada por fontes de Whitehall (Ministério da Defesa), após críticas de que várias oportunidades para deter o homem-bomba de Manchester em 2016 (atentado no show de Ariana Grande), haviam sido perdidas.

Considera-se que pelo menos cerca de 3.000 pessoas do grupo total de 23 mil jihadistas identificados representam uma ameaça real e estão sob investigação ou monitoramento ativo em 500 operações conduzidas pela polícia e serviços de inteligência. Os outros 20.000 já participaram de pesquisas e inquéritos anteriores e são classificados como apresentando apenas um "risco residual".

Os dois terroristas que atacaram na Grã-Bretanha este ano – Salman Abedi, o homem-bomba de Manchester e Khalid Masood, o assassino de Westminster – estavam no meio de "ex-sujeitos de interesse" e não mais considerados como elementos de grande periculosidade para a segurança pública…

Sistema de justiça 'jogando roleta russa' com vidas

Chris Phillips, ex-chefe do Escritório Nacional de Segurança Contra o Terrorismo do Reino Unido, disse que o atual sistema de justiça criminal está "jogando roleta russa" com a vida do povo britânico. Ficou clara a situação política comunitarista na situação. Chris Phillips declarou ao vivo na BBC na sexta-feira dia do atentado;

"O sistema de justiça criminal precisa se reavaliar.

Estamos deixando criminosos e terroristas saírem da prisão, estamos condenando as pessoas comuns no lugar dos terroristas. A Justiça condena mas ao mesmo tempo as liberam de volta à sociedade quando ainda são radicalizadas.

Então, como podemos esperar que nossos serviços policiais e de segurança para nos manter seguros?"

Eu já disse isso algumas vezes hoje, estamos jogando roleta russa com a vida das pessoas, permitindo que criminosos Jihadistas condenados, conhecidos e radicalizados andem por nossas ruas livremente e impunes".

O primeiro-ministro Boris Johnson disse que foi um "erro" libertar Khan da prisão e prometeu reprimir a libertação antecipada de presos. O primeiro-ministro visitou o local do ataque hoje com a comissária da Polícia Metropolitana Cressida Dick e a secretária do Interior Priti Patel.

 

 

Enquanto prolifera a ameça terrorista a Scotland Yard e o Governo Britânico divulgam filmes como este.

 

Como um terrorista conhecido e perigoso estava em liberdade?

 

Inacreditavelmente, o advogado do  terrorista paquistanês Usman Khan, da London Bridge, venceu um recurso contra uma sentença de prisão de duração indeterminada por crimes de terrorismo, depois de reclamar que sua sentença de prisão era muito longa. Usman Khan, juntamente com vários outros terroristas de origem paquistanesa, foi preso em 2012 por planejar ataques terroristas, incluindo explodir a Bolsa de Valores de Londres e colocando bombas cronometradas caseiras em banheiros de bares da região.

O grupo também planejava bombardear alvos como a Embaixada dos EUA e matar autoridades nacionais, como o Ministro Boris Johnson. No final, Khan também foi condenado por ser participante colaborador (de dentro da cadeia) do ataque com facas do "Persia Walk", no Tunstall em 2017, junto com outros terroristas.

Após ser preso, a sentença de sua condenação inicial seria prisão por tempo indeterminado, para bem da proteção pública, com um mínimo de oito anos de detenção após sua prisão em 2012, o que significa que ele permaneceria preso pelo tempo necessário para proteger o público.

A justiça britânica também determinou que os quatro homens devem cumprir prisão por pelo menos 30 anos, de acordo com as regras da Lei de Combate ao Terrorismo. Mas essa sentença foi anulada no Tribunal de Apelação em abril de 2013, e ele e outros receberam uma sentença de 16 anos de prisão, o que significa que ao final seriam libertados automaticamente depois de oito anos.

O advogado de Khan, Joel Bennathan insistiu que o prazo de prisão  por tempo indeterminado de Khan, do qual ele nunca poderia ser libertado, era simplesmente muito dura para alguém tão jovem. Ele também alegou que o juiz da corte estava "errado", ao alegar que o ataque que Khan participou em 2017, teria um alto nível de planejamento e sofisticação".

 

Mais tarde no mesmo dia do atentado, o Conselho de Justiça de Londres efetuou uma declaração afirmando:

 

"O Conselho de liberdade condicional pode confirmar que não teve nenhum envolvimento com a libertação do indivíduo identificado como atacante terrorista, que parece ter sido liberado automaticamente sob licença (conforme exigido por lei), sem nunca ter sido encaminhado ao Conselho de Justiça."(!?!)

O terrorista da London Bridge, enviou ontem uma carta ao Conselho de Justiça ainda quando estava na prisão, implorando para ser enviado a um curso de desradicalização durante sua sentença por seus primeiros crimes de terror.

Em uma carta antiga de 2012, divulgada após o atentado, o terrorista pediu misericórdia, e que fosse organizado um curso para que ele pudesse 'aprender adequadamente o Islã e seus ensinamentos, e provar que não proferiria as opiniões extremas de antes.

Ele escreveu: 'Sou muito mais maduro e quero viver minha vida como um bom muçulmano e também um bom cidadão da Grã-Bretanha. "Então, se você pudesse arranjar algo para mim e me enviar os detalhes, isso seria realmente apreciado."

A carta surgiu quando uma das vítimas foi identificada como Jack Meritt, da Universidade de Cambridge, coordenador do curso Learning Together, o esquema de educação administrado pelo Instituto de Criminologia da Universidade de Cambridge, que Usman Khan estava participando, na sexta-feira, dentro de seu programa de socialização.

Não está claro como Khan se dirigiu ao evento, pois ele usava uma tornozeleira eletrônica e era monitorado pela Policia Metropolitana.

 

Dando uma declaração fora da Scotland Yard, o comissário assistente da Polícia Metropolitana Neil Basu disse que Usman Khan estava sujeito a uma "extensa lista de condições de licença" ao sair da prisão, e que "segundo o seu conhecimento", ele estava cumprindo essas condições'.

Porém no julgamento na época, o Juiz do Conselho de Justiça de Londres J. Wilkie afirmou que a periculosidade de todos os envolvidos era grande, e, jamais deveriam ser inseridos em programas de liberdade condicional e de reinserção social.

Uma briga política intensa e acalorada começou após o atentado no meio político do Reino Unido, depois que foi revelado que Khan foi libertado automaticamente (mas de maneira indevida), da prisão no ano passado – embora ele ainda tenha sido incluído no programa de monitoramento eletrônico.

 

 

Nota DefesaNet

Ao ler o texto de Yam Wanders para DefesaNet detalhando o ataque terrorista na London Bridge, ficou a clara percepção de um paralelo com o Brasil.

É incrível como podemos ter o reflexo de um espelho com o garantismo e leis permissivas, que colocam em risco o cidadão.

Roubando o título aos Promotores Diego Pessi e Leonardo Giardin(+), se o Brasil tem a “Bandidolatria” e Europa tem a “Terrorismolatria”.   

 

O Editor

Diego Pessi e Leonardo Giardin de Souza. Bandidolatria e Democídio. Ensaios sobre o Garantismo Penal e a Criminalidade no Brasil. Editoras Armada e Resistência Cultural

 

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