Festa Nacional da Artilharia 2014

O 3º Grupo de Artilharia de Campanha Autopropulsado (3º GAC AP) “Regimento Mallet” realizou no sábado, 31 de maio, a Festa Nacional da Artilharia (FENART), em comemoração ao 213º aniversário de nascimento do Marechal Emílio Luiz Mallet, Patrono da Arma de Artilharia.

Esta Festa tem como objetivo cultuar os valores históricos e culturais legados pelos heróis da nossa história, ao mesmo tempo em que enaltece a Artilharia Brasileira e a figura do Marechal Emílio Luiz Mallet, congregando artilheiros da ativa, da reserva e demais militares.

O evento apresenta uma encenação da Batalha de Tuiuti, a maior batalha campal da América Latina e de fundamental importância para os propósitos dos países aliados durante a Guerra da Tríplice Aliança, uma encenação da participação da Força Expedicionária Brasileira na Segunda Guerra Mundial; um desfile dos diversos canhões e obuseiros da Artilharia Brasileira e um desfile da tropa de Artilharia, incluindo uma Bateria do Regimento Mallet com uniforme e armamento histórico.


10 de junho – Dia da Artilharia

A Artilharia brasileira tem lugar de destaque em nossa memorável história militar. No século XIX, tendo à frente seu insigne patrono, o marechal Emílio Luís Mallet, foi fundamental para a vitória dos aliados na Campanha da Tríplice Aliança. No século passado, integrando a Força Expedicionária Brasileira (FEB) na II Guerra Mundial, apoiou, com denodo e precisão, todas as operações da FEB.

Nos dias de hoje, acompanhando a evolução dos tempos, organiza-se em três ramos: de Campanha, Antiaérea e de Costa. Possui uma gama variada de materiais, que equipam suas organizações militares, para o cumprimento das missões de apoiar pelo fogo as Armas-bases, realizar a defesa antiaérea e defender a costa.
 

Festa Nacional da Artilharia
Marechal Emilio Luiz Mallet
213º. Aniversário de Nascimento – 2014

Israel Blajberg
Ex Aluno CPOR/RJ
Tu Mar Rondon-1965
iblaj@telecom.uff.br
 

Na noite fria de maio, o Regimento Mallet de Santa Maria se engalana para receber os convidadosda tradicional Festa Nacional da Artilharia.
 
Pessoal da ativa, temporários, da reserva. Velhos soldados, vindos de perto e de longe,do Norte e do Sul, antigos e modernos, do General de Exército aos cadetes e alunos do Colégio Militar, da praça mais antiga ao mais jovem conscrito, todos imbuídos da mesma mística, que somente a um Artilheiro é dado revelar, forjada em épicas batalhas,fortalecida em incontáveis jornadas: entrar em posição… pegar na palamenta…elementos precisos transmitidos pela Central de Tiro… Peça Pronta ! Peça Atirou !
 
Desembarcamos, cumprimentos, saudação ao Comandante e companheiros que há muito não viamos, alguns desde que deixamos o serviço ativo. Abraços apertados, admiração.

O tempo as vezes cobra um tributo. Cabelos grisalhos, Aqui estamos. O Grande Arquiteto do Universo mais uma vez permitiu que compartilhássemos destes momentos.
 
As demonstrações se iniciam. Poderosa Artilharia, fogos largos e profundos; de Tuiuti ao Monte Bastione, de Lomas Valentinas a Fornovo di Taro. O rugido das peças faz tremer os ares no campo de parada do Regimento. As salvas iluminam a noite escura de Santa Maria, aos clarões que emanam das bocas de fogo e ao facho dos holofotes que cortam os céus.
 
A epopeia do fosso de Mallet, detendo a cavalaria paraguaia revive diante dos olhos dopublico em vibrante espetáculo de luz e som, interpretado pela tropa envergando o uniforme histórico vermelho e branco e perneiras.
 
As glorias da Artilharia Expedicionária de Cordeiro de Farias são recordadas, na reencenação do ataque desencadeado sobre o inimigo nazista com o poder do raio e do trovão, nos campos gelados da Italia, o espetáculo é magnífico. Diante do publico reunido em torno do Memorial Mallet, desfila a História da Artilharia, os primeiros canhões, do Boi de Botas aos obuseiros auto-propulsados, o roncar dos motores se misturando ao estrépito das lagartas,poderio de alcance, intensidade e precisão jamais sonhado naqueles tempos de outrora.
 
Mas ainda que o material mude, a tenacidade e o espírito de luta permanecem osmesmos, perpetuando a mensagem do Patrono em Tuiuti a 24 de maio de 1866, à frente deste mesmo 1º Regimento de Artilharia a Cavalo: “eles que venham… por aqui não passam!”
 
Logo vem a ordem de preparar para o desfile. Os Velhos Artilheiros formam em coluna pormeia-dúzia, juntamente com o pessoal da ativa. Entram em forma, como tantas vezes o fizeram, a preocupação com o alinhamento, a cadência certa.O tempo passou, mas o entusiasmo e a vibração permanecem, bumbo no pé direito.

Segue-se o desfile da tropa do Regimento Mallet e da 6ª. Bia AAAé, com a boina preta da tropa blindada e as faces camufladas. Ao som de vibrante dobrado, fileiras sucessivas de jovens soldados se sucedem. Flâmulas e estandartes tremulamà brisa suave que vem dos pampas.
 
Um dia os Velhos Artilheiros também marcharam assim. Eram jovens,sonhadores. A saudade bate, trazendo um nó na garganta, talvez até incontida lágrima furtiva …

A invicta espada do Barão de Itapevy, peça de gala, dourada e de punho em cruzeta, que lhe fora presentea da pela tropa ao ascender ao posto de Tenente-General, é trazida à frente da tropa.
 
Sob a proteção da Augusta Padroeira Santa Bárbaraa Festa vai terminando. A
fumaça branca dos canhões se dispersa levada pelo vento.   Mais um pouco e os Velhos Artilheiros se retirarão do aquartelamento com a esperança de no próximo ano estar aqui mais uma vez.

Simplesmente foramsoldados – do Exercito de Caxias – da Artilharia de Mallet.
 

“ Peça Atirou !!! “
 
“ Ma Force d’en Haut “
Minha Força vem do Alto
 
Brasãod’Armas do Marechal Mallet
Patrono da Artilharia Brasileira

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