EB – Dia da Cavalaria

A Cavalaria nasceu da diferenciação entre as forças apeadas e montadas que surgiram em combate, a partir do momento em que o homem aprendeu a domesticar animais e servir-se deles em suas contendas contra vizinhos ou contra povos invasores.

A palavra cavalaria deriva do sânscrito “AKVA”, que significava uma forma de guerrear na qual guerreiros, do alto de plataformas montadas em elefantes, camelos, cavalos ou carros de guerra, combatiam em vantagem de posição.

Considerada a Arma com maior mobilidade dos exércitos, destinava-se antigamente ao combate a cavalo, sendo empregada em ações de choque e reconhecimento. Esta elevada mobilidade, somada ao poder de choque, conferia às tropas um instrumento multiplicador de forças e notória vantagem nos campos de batalha. Na Idade Média, a Cavalaria tornou-se fator essencial nos combates e suas cargas avassaladoras inúmeras vezes foram decisivas.

No Brasil, a Cavalaria tem sua origem ligada à criação do Regimento de Dragões Auxiliares, em Pernambuco, ao término da guerra contra os holandeses. Dentre os gloriosos feitos da cavalaria brasileira, destacam-se a participação na Batalha de Monte Caseros, no Uruguai, e seu importante papel na Guerra do Paraguai, sob o comando do Duque de Caxias, conflito no qual a liderança do General Manuel Luis Osorio, que mais tarde se tornaria o patrono da Arma de Cavalaria, foi evidenciada.

O General Osorio, como era conhecido, nasceu em 10 de maio de 1808, na cidade de Santo Antônio do Arroio, Rio Grande do Sul e faleceu em 4 de outubro de 1879, no Rio de Janeiro.

Desde cedo, a vida no campo lhe proporcionou a capacidade de dominar como ninguém os animais que lhe serviam de montaria. Aos quinze anos, incorporou às fileiras do Exército Imperial. Ao longo de sua carreira militar, na qual passou por todos os postos da hierarquia de sua época, evidenciou atributos de soldado que o consagraram como “O Legendário”.

Sua bravura e astúcia eram constantemente demonstradas nas campanhas de que participava, em especial quando, no comando do 2º Regimento de Cavalaria, na vanguarda das tropas brasileiras, infligiu ao inimigo o rompimento do seu dispositivo de defesa na Batalha de Monte Caseros.

Participou também das Campanhas da Independência,Cisplatina e na Guerra da Tríplice Aliança, comandando esquadrões, regimentos e exércitos, num período considerado conturbado na história de nosso País.

Osorio tornou-se um mito nos campos de batalha, seja pelo seu heroísmo ou pelo seu carisma e simplicidade, reconhecidos até mesmo pelos seus inimigos.

A Arma de Osorio caracteriza-se basicamente por ter elevada mobilidade, potência de fogo, ação de choque, proteção blindada e comunicações amplas e flexíveis. Possui elementos blindados, mecanizados e de guardas.

Essa capacidade ofensiva permite, além da realização de missões semelhantes às da cavalaria antiga, o uso de veículos motorizados ou blindados e helicópteros. Seu emprego dá-se no início das operações, pois ela vai à frente dos demais integrantes da Força Terrestre em busca de informações importantes sobre o inimigo, por meio de operações de reconhecimento e segurança.

A Cavalaria pode ser empregada também em operações ofensivas e defensivas. Na primeira, visa destruir o inimigo, conquistar o terreno, manter a iniciativa das operações com ações rápidas e agressivas. Na segunda, visa criar condições favoráveis para passar à ofensiva por meio de defesas em posição e movimentos retrógrados. Pode ainda ser empregada em operações de segurança, cujo objetivo é preservar o sigilo das operações e assegurar a liberdade de ação da tropa apoiada.

Essa flexibilidade evidencia a importância da Arma de Cavalaria nos campos de batalha. A doutrina militar terrestre passou por profundas e radicais modificações nas últimas três décadas, já que o campo de batalha moderno tornou-se complexo face à alta tecnologia que dinamiza a integração dos sistemas operacionais. Diante dessa modernização, crescem de importância a figura do chefe militar, o adestramento adequado dos quadros e da tropa, bem como a disponibilidade dos mais avançados meios de combate.

As Forças Blindadas ainda permanecem um fator decisivo no combate, graças a suas características cada vez mais aperfeiçoadas, possibilitando assim maior mobilidade nos campos de batalha, maior obtenção de informações, mais segurança, maior rapidez e sincronização das ações.

A Cavalaria foi e continuará sendo essencial. Suas características e seu ideal perduraram desde suas origens e seguem mostrando o valor da “Nobre Arma”. Ela demonstra que a vitória final será alcançada não só pelo emprego de modernos e avançados meios, mas também através de um elevado grau de liderança e espírito ofensivo, atributos imortalizados pelo seu patrono, Osorio, e incutidos em cada soldado de Cavalaria.

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