Laçador 2013 – o Exército em ação no sudoeste do Paraná

Cassiane Seghatti


Cerca de 500 militares de Cascavel, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão, Palmas e Apucarana participam de diversos treinamentos e simulações de guerra na Usina de Salto Caxias, em Capitão Leônidas Marques, no sudoeste do Paraná. A operação, chamada de “Laçador” e coordenada pelo Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), órgão ligado ao Ministério da Defesa, também é realizada nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Ao todo, são oito mil militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. As atividades, coordenadas pela 15ª Brigada de Infantaria Mecanizada com sede em Cascavel, começaram na terça-feira (17) e seguem até sexta-feira (27).

Na manhã desta quinta-feira, o G1 acompanhou o treinamento dos militares. Ao redor da área da usina é possível ver os militares preparados e atentos para qualquer possível ataque. Divididos em dois grupos, um faz a proteção da usina e o outro fica descaracterizado para tentar invadir o local. O objetivo, conforme explicou o oficial de Comunicação Social da 15ª Brigada de Infantaria Paulo Henrique Rivero, é evitar a entrada de pessoas que possam oferecer algum risco à empresa. “Tudo isso visa aperfeiçoar as nossas técnicas e táticas de combate dessa natureza. De como a gente vai trabalhar em uma situação real. A gente está desenvolvendo toda essa técnica para que, em caso de necessidade, trabalharmos de maneiras mais eficiente”, disse.
 

No Paraná, somente o Exército participa do treinamento e das simulações, onde são realizadas operações de defesa de estruturas estratégicas terrestres. “Eles estão simulando ataques descaracterizados, ataques à usina, tentativa de invasão, tentativas de sabotagem. O exercício de simulação de combate visa uma integração maior dos militares com as estruturas estratégicas que estão sendo utilizadas para o exercício”, explicou Rivero.

Para evitar confusões entre quem participa do treinamento e civis, os militares, que estão disfarçados, estão identificados com uma faixa no braço. “Isso serve para que a tropa possa agir adequadamente a uma ameaça real. Então, não há risco, tanto para a população como para quem está participando do exercício. Somente para quem for tentar, realmente, realizar uma ação criminosa contra a nossa tropa vai ter uma surpresa desagradável”, acrescentou se referindo ao fato de que alguns militares usam munição real.

As invasões dos grupos disfarçados não são avisadas. Por isso, segundo Rivero, os militares que trabalham na segurança da usina ficam atentos 24 horas para evitar qualquer ataque. Durante a reportagem, por exemplo, alguns rapazes chegaram até a entrada da usina, onde havia um bloqueio, e tentaram adentrar alegando que eram funcionários da empresa. Os militares, no entanto, que faziam a proteção, exigiram a documentação e os revistaram.

"Eles precisam realizar esta ação para verificar se algum deles não carrega alguma arma, explosivos na bolsa. Então, no meio deles pode ter algum infiltrado. Eles [os militares] precisam proteger os funcionários que estão dentro da empresa", relatou. Enquanto o G1 ficou no local, a ação ainda não havia terminado.
 

Todas as ações realizadas pelos militares são avaliadas por uma equipe para posteriormente trabalhar os erros cometidos. “Eles vão verificando ação por ação. O que foi feito correto, o que poderia ter feito melhor, o que não foi feito, que procedimento deixou de ser tomado, e que procedimento foi tomado e que não estava previsto, mas que foi bom daquele jeito. Tudo isso vai alimentar um relatório final, que é enviado para o Comando Militar do Sul e depois para o Ministério da Defesa”, complementou o militar.

Pela primeira vez, este tipo de operação contou com a tropa da 15ª Infantaria Mecanizada, que possui veículos blindados usados em guerras. “Essa viatura, chamada de Guarani, oferece proteção, bloqueio eficiente de estrada com rapidez e segurança, um apoio de fogo, que vai oferecer proteção contra algum inimigo que venha a atacar. E ele acompanha a tropa até o local do combate, diferente dos caminhões que ficam na retaguarda”, contou.

No centro de Capitão Leônidas Marques, também foi montado um Posto de Comando e Área de Apoio Logístico, de onde são fornecidos os alimentos, equipamentos necessários para a operação e cuidados com a saúde dos militares, entre outros.

 

 

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