A Segundo-Tenente assistente social Náthalie Siqueira Castello Branco elaborou um relatório situacional sobre o cotidiano dos militares que atuam nos abrigos de imigrantes criados pela Força-Tarefa Logística Humanitária para o estado de Roraima. Foram 21 dias de pesquisa em campo, conhecendo um pouco da rotina dos militares que compõem a Operação Acolhida.
A demanda partiu da Força-Tarefa que identificou a necessidade de se fazer um diagnóstico social em relação aos militares empregados na Operação. A Tenente Náthalie, da Seção do Serviço de Assistência Social (SSAS) da 12ª Região Militar (12ª RM), relatou que é a primeira vez que esse tipo de trabalho é realizado, voltado para um caso de crise humanitária.
O objetivo foi verificar a necessidade de intervenção do serviço social e da psicologia para atender aos militares, principalmente os que estão trabalhando nos abrigos. A assistente social compilou várias informações obtidas através de diálogos com militares dos abrigos, oficiais da Força-Tarefa e agências envolvidas para elaborar o relatório. “Fui conversar com a equipe de militares empregados na Operação Acolhida, para compreender a dinâmica das atividades desenvolvidas e também conversei com a Secretaria Municipal de Assistência Social de Boa Vista, para verificar as estratégias de atendimento aos imigrantes” declarou a Tenente Náthalie.
A pesquisa foi qualitativa, visando a produzir um relatório que identificasse a necessidade do serviço de assistência social atuar em proveito dos militares que compõem a Força-Tarefa. A assistente social concluiu, afirmando que é necessária a assistência exclusiva para os militares, que hoje totalizam cerca de 500 homens e mulheres.
Ao final do relatório, a Tenente Náthalie sugere que sejam enviadas para a Operação Acolhida duas equipes com dois assistentes sociais e dois psicólogos, que devem ficar por um período de três meses. “Há uma necessidade premente de ter esses profissionais aqui. Isso é observado até por profissionais que não são da área”, afirmou a assistente social. O atendimento seria focado nos militares dos abrigos, que são os que mais necessitam, pois estão no dia a dia em contato com os imigrantes.
A Tenente Náthalie explicou que a intenção é aperfeiçoar a preparação dos militares que estão trabalhando em um cenário de crise humanitária. “O militar foi preparado para dar e cumprir ordens e nos abrigos estamos trabalhando com civis e imigrantes, onde é tudo diferente. Por ser uma atividade inédita, pode vir a causar impactos nos militares empregados” declarou a oficial. O relatório diagnosticando as situações será encaminhado à SSAS da 12ª Região Militar e à Diretoria de Civis, Inativos, Pensionistas e Assistência Social (DCIPAS).
Fotos: 3ºSgt Neves (FAB)