Senhoras e senhores!
Em nome do Comandante do Exército, General de Exército Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, saúdo as autoridades, os familiares, os amigos, que muito nos honram com suas presenças, e, de modo especial, os oficiais-generais ora promovidos.
Esta tradicional cerimônia representa o coroamento de uma carreira singular e o reconhecimento do profissionalismo, faceta inseparável da servidão e da grandeza militar do General de Exército Carmona; dos Generais de Divisão Caldeira, Zanon, Silva Néto, Nagy, Alessandro e Januário; e, em particular, dos Generais de Brigada Luís Ferreira, Nonato, Aquiles, Roberto, Aires, Gadelha, Mendes, Talavera Azeredo, Campos Mota e Soeiro.
As espadas que, a seguir, serão entregues aos generais de brigada por seus paraninfos certificam décadas de sacrifício incondicional, disciplina ferrenha, coragem inabalável e amor pela carreira que abraçaram por devoção.
Esta solenidade, ao evocar a presença do Duque de Caxias, também se revela como uma reafirmação coletiva do compromisso do Exército Brasileiro com a sociedade à qual serve, razão de sua existência e motivação maior para o cumprimento de suas missões.
Senhores oficiais-generais promovidos, o dispositivo que os envolve nesta cerimônia é especial pelo seu simbolismo. Ele possui três grandes propósitos: rememorar o passado, enaltecer o presente e inspirar o futuro.
Postados marcialmente ao fundo do salão, encontram-se cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras, onde tudo começou, todos eles empunhando a réplica do sabre de Caxias. Eles foram escolhidos como portadores das espadas de oficiais-generais.
Os cadetes representam os guardiões do fogo perene que aquece o nosso Exército — fogo que crepita no lenho nobre das árvores da ética, da moral, dos valores e das tradições que sustentam homens e mulheres de armas.
À direita dos senhores, encontram-se seus pais, esposas, filhos, netos e amigos mais próximos que os contemplam com emoção e felicidade incontidas. São a flancoguarda mais poderosa que os senhores poderiam mobilizar — aquela que os protegeu e ainda protege na longa marcha para o combate que os trouxe até aqui.
À esquerda do salão, estão seus companheiros — superiores, pares e subordinados —, os verdadeiros camaradas, os irmãos de armas. Eles são testemunhas da história que construíram e dos valores que cultivam. Ombrearam com os senhores, carregando o peso da mochila e superando obstáculos. Estiveram juntos nos momentos de alegria e de tristeza. Alguns deles, inclusive, não foram escolhidos para a promoção, mas estão aqui vibrando com a conquista dos senhores.
Por fim, à frente do dispositivo, os generais do Alto-Comando do Exército, de ontem, de hoje e de sempre, os certificam, neste momento, como as lideranças mais aptas a conduzir o presente e a construir o futuro da Força. Lideranças resilientes, que saberão corresponder às elevadas responsabilidades que lhes serão confiadas.
A ascensão ao mais alto círculo da hierarquia militar representa mais que a conquista das estrelas de general, estrelas acrescidas pelos ramos de café de nossa República. Essa promoção vai além. Ela exige um compromisso diuturno e onipresente para o qual os senhores se mostraram capazes, ao longo de suas vidas profissionais e pessoais. Trata-se do compromisso de carregar e de impulsionar, com vigor, os valores mais sublimes e permanentes da profissão militar.
O Exército sabe que não há atalhos na senda que conduz ao generalato. Esse caminho é feito de dedicação silenciosa, noites insones, privações familiares e fidelidade incondicional ao juramento prestado à Bandeira do Brasil.
Ao longo de mais de quatro séculos de história, o Exército de Caxias se amalgamou e se fortaleceu com um objetivo primordial e irrefutável: defender o povo brasileiro, suas terras, suas riquezas e seus ideais contra quaisquer ameaças que afrontem nossa soberania, nossa integridade territorial e a paz da nossa gente.
O mundo que se descortina diante de nós é incerto, com mudanças rápidas e imprevisíveis. A guerra, que muitos julgavam superada, reaparece sob novas formas: cibernética, informacional, híbrida e cognitiva, utilizando sistemas não tripulados, armas autônomas, inteligência artificial, computação quântica e outras tecnologias atuais.
A competição entre potências redefine alianças. O mundo bipolar evoluiu para uma momentânea unipolaridade e, hoje, torna-se cada vez mais multipolar. Veem-se o acirramento das disputas tecnológicas e a transformação do próprio caráter da guerra.
Nesse cenário, cabe ao Exército Brasileiro manter a contínua modernização e acelerar a sua transformação. A defesa da Pátria não admite improvisos. O preparo da Força, a despeito dos naturais desafios, deve traduzir-se em poder de combate real, incorporando capacidades que garantam a dissuasão.
Essa é a essência do Projeto de Transformação de nossa Força — um esforço contínuo para alinhar doutrina, organização, adestramento, material, educação, pessoal e infraestrutura às exigências do século XXI, tornando a Força Terrestre mais ágil e tecnologicamente avançada.
Os senhores serão indutores qualificados desse projeto.
Ser general é agir.
Cabe aos senhores conduzir esse movimento no caminho da modernização e da transformação, conscientizar as lideranças civis e a sociedade sobre a importância da defesa nacional, propor ajustes, inspirar novas mudanças e garantir que os recursos investidos no Exército se convertam em soberania para o povo brasileiro.
Ser general é liderar.
Nenhum sistema, por mais avançado que seja, substitui a força do exemplo humano. Os seus subordinados os observarão com respeito, mas também com expectativa, buscando, em seus gestos, palavras e atitudes, o rumo a seguir.
Os senhores foram escolhidos entre tantos outros igualmente preparados por demonstrarem liderança ética e profissional plena e por serem capazes de preservar os pilares da hierarquia e da disciplina.
Em tempos de narrativas que distorcem a verdade, o exemplo de cada um será a resposta mais eloquente às dúvidas que, porventura, surjam sobre a integridade do nosso Exército.
Não podemos olvidar que a confiança na cadeia de comando é a pedra angular para a manutenção da coesão da nossa Força.
Ser general é servir.
A patente que agora os distingue não é prêmio — é encargo. Os senhores liderarão mulheres e homens de gerações diversas, moldadas por vivências analógicas e digitais. Não resistam aos novos tempos, tampouco esqueçam os antigos. Lembrem-se: somos passageiros, a Instituição é permanente.
A diuturna submissão profissional à grandeza do Exército e do País é virtude que engrandece o chefe e eterniza o soldado.
Meus caros generais, sabemos que estão prontos para oferecer o melhor de si no cumprimento da missão que o Exército lhes confiou.
Que suas decisões sejam expressão de prudência, senso de justiça, coragem moral e fidelidade à Pátria.
E que o Todo-Poderoso, Deus dos Exércitos, os ilumine, guie seus passos, inspire suas decisões, proteja suas famílias e seus subordinados.
Sejam muito felizes!
General de Exército FRANCISCO HUMBERTO MONTENEGRO JUNIOR
Chefe do Estado-Maior do Exército
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