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EB – 6º GMF faz treinamento na fronteira do Amapá

Aline Paiva


O 6º Grupo de Mísseis e Foguetes (6º GMF) do Exército Brasileiro trouxe ao Amapá armamentos para um treinamento em Oiapoque, a 593 quilômetros da capital. Os militares amapaenses terão a oportunidade de conhecer como funciona o sistema "Astro 2020", que tem como finalidade lançar uma grande quantidade projéteis em um pequeno intervalo de tempo.

De acordo com o comandante do 6° grupamento, tenente coronel Alexandre Melniski, uma equipe de 60 militares viaja nesta terça-feira (20) para a fronteira de Oiapoque com a Guiana Francesa.

“Viemos para testar a capacidade logística de trazer esse material até aqui. Isso é uma operação que já vem sendo planejada desde do ano passado, verificando a necessidade de trazer o nosso sistema até aqui atravessando a foz do rio Amazonas, de balsa, de Belém até o Amapá”, contou.

O Exército brasileiro trouxe para o treinamento uma viatura de posto de comando e controle de bateria, que planeja coordenadas e controla a operação; duas viaturas lançadoras múltiplas universal, que lança foguetes de vários calibres; uma viatura remuniciadora, que transporta munição; e uma viatura meteorológica, que realiza um levantamento sobre as condições climáticas do ambiente.

Segundo o comandante Melniski, em Oiapoque, serão utilizados foguetes de treinamento que possuem um menor alcance devido à proximidade com a Guiana Francesa.

“Estamos trazendo para o Amapá o nosso foguete de treinamento que sinaliza o local do impacto, a partir de um efeito famígero. Na medida em que o foguete atingir o solo, ele vai lançar um pó que vai entrar em reação com o ar e criar uma cortina de fumaça, podendo identificar onde houve o arrebentamento ao atingir o solo”, explicou.

Astro 2020

O sistema de lançamento de mísseis e foguetes tem a finalidade de lançar uma grande quantidade de projéteis em um pequeno intervalo de tempo, provocando efeito de saturação, seja de uma área ou um alvo escolhido. Os foguetes têm alcance de 10km até 70km, em nível do mar.

Uma exposição dos armamentos será realizada no entorno da Fortaleza de São José, localizada na Zona Central da capital, no dia 28 de outubro.

O Projeto ASTROS 2020 contém no seu escopo e estrutura as seguintes etapas:

– criação e implantação de: uma Unidade de Mísseis e Foguetes; um Centro de Instrução de Artilharia de Mísseis e Foguetes; um Centro de Logística de Mísseis e Foguetes; uma Bateria de Busca de Alvos; paióis de munições; e uma Base de Administração e Campo de Instrução de Formosa (CIF);

– modernização do atual 6º Grupo de Lançadores Múltiplos de Foguetes, transformando-o em 6º Grupo de Mísseis e Foguetes;

– desenvolvimento de dois novos armamentos: o foguete guiado, utilizando-se a concepção do atual foguete SS 40, da família de foguetes do sistema ASTROS II, em uso pelo Exército Brasileiro, e o míssil tático de cruzeiro com alcance de 300 km; e

– construção de Próprios Nacionais Residenciais (PNR) e outras instalações necessárias ao bem-estar da família militar na Guarnição de Formosa (GO). 

As duas Unidades de Mísseis e Foguetes estarão estruturadas com um Comando e Estado-Maior, uma Bateria Comando e três Baterias de Mísseis e Foguetes mobiliadas com viaturas e equipamentos em fase de desenvolvimento com base no atual sistema ASTROS II.

O sistema ASTROS 2020 irá possibilitar a realização do lançamento, partindo das plataformas da nova viatura lançadora múltipla universal na versão MK-6, dos vários foguetes da família ASTROS e também do míssil tático de cruzeiro de 300 km. Além disso, permitirá fazer toda a preparação para a realização do tiro, desde o recebimento e análise da missão, o comando e controle, a trajetória de voo e o controle de danos. 

O Sistema ASTROS 2020 foi concebido e elaborado pela empresa brasileira AVIBRAS, sediada em São José dos Campos (SP).

Os trabalhos na empresa AVIBRAS contemplam desenvolvimento e fornecimento do míssil tático de cruzeiro, do foguete guiado e das novas viaturas lançadoras, remuniciadoras, de comando e controle, meteorológica e de apoio ao solo, desde a sua concepção, projeto de engenharia, testes de voos, protótipos, definição de insumos agregados com elevada tecnologia e pintura com baixa resolução.

Durante todas as etapas do Projeto ASTROS 2020, haverá ofertas de muitos empregos na área do Parque Industrial do Estado de São Paulo, na região de Formosa (GO) e do Distrito Federal. Some-se a isso, o estímulo às Universidades e Faculdades voltadas para o estudo de engenharia na área de mísseis, foguetes, guiamento eletrônico, telemetria, química, blindagem, tecnologia da informação, georreferenciamento, propulsão de foguetes etc.

Este processo aumentará o número de profissionais com elevada capacitação e conhecimento em áreas de tecnologias de ponta, as quais serão absorvidas pelo parque industrial brasileiro e, certamente, poderão ser empregadas para fins civis.

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