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Drones: Uma possível ameaça longe dos radares

Uma ameaça, na maior parte das vezes invisível aos radares militares e civis, se multiplica nos céus do país com o desenvolvimento tecnológico. As Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARP), os populares drones, assustam pilotos de aviões, e têm levado autoridades de segurança a buscarem soluções para regulamentar o uso recreativo e comercial do que há tempos deixou de ser visto como um simples brinquedinho de adultos.

As restrições de tráfego aéreo em regiões de jogos olímpicos, incluindo Brasília, expõem as dificuldades do controle das Raps, que, a depender do tamanho e do peso, não podem ser detectadas por sistemas de segurança.

Ao passo em que impulsionam o mercado, apontando no horizonte novas possibilidades que vão da entrega de mercadorias até a pulverização de agrotóxicos, sem a participação direta de seres humanos, esses aparelhos também carregam uma preocupação. Somente no último ano, em ao menos dois episódios, a presença dos drones em áreas próximas a aeroportos quase provocou acidentes.

Em Londres e em Varsóvia, aviões comerciais passaram por sustos ao se depararem com um drone próximo à área de pouso. De olho no risco, a International Air Transport Association (IATA) chegou a pressionar os países para que aprovassem legislações que disciplinassem a utilização desses aparelhos em áreas de segurança aérea. 

“Além de ver, perceber e detectar tráfegos conflitantes e obstáculos, é igualmente importante que (o drone) seja visto, percebido e evitado por outras aeronaves. Nesse contexto, o acesso ao espaço aéreo de forma irregular e não coordenada por usuários não capacitados pode vir a ser um fator contribuinte para um incidente/acidente”, admite a Força Aérea Brasileira.

Para uma aeronave ser detectada por radares primários, ela deve ter um tamanho mínimo aproximado de 2m² ou ter um transponder, que envia sinais eletrônicos para radares secundários. Cerca de 80% das Raps no mundo são de pequeno porte e não têm capacidade de voar com o equipamento, por isso, há a dificuldade de detecção pelos sistemas tradicionais. Estudos preveem o controle dos drones por meio de sinais de celular. Esses mecanismos ainda estão sendo testados.

"Além de ver, perceber e detectar tráfegos conflitantes e obstáculos, é igualmente importante que (o drone) seja visto, percebido e evitado por outras aeronaves. Nesse contexto, o acesso ao espaço aéreo de forma irregular e não coordenada por usuários não capacitados pode vir a ser um fator contribuinte para um incidente/acidente”

Trecho do comunicado da Força Aérea Brasileira

Da mesma forma, a falta de controle sobre quem compra um aparelho como esse, facilmente adquirido em feiras de eletrônicos, fez com que ele se tornasse uma das principais preocupações das forças de segurança pública em relação a possíveis atentados terroristas nos Jogos Olimpícos e Paralímpicos do Rio de Janeiro.

Sem possibilidade de detectar os drones por radares, todas as cidades que receberão jogos do evento terão restrição no espaço aéreo. Apesar de parecerem inofensivos, uma das preocupações das autoridades é que eles sejam utilizados para furar as barreiras de segurança e até para o lançamento de bombas de pequeno porte em locais de grande aglomeração.

2m²

É o tamanho mínimo para uma aeronave ser detectada por radares primários

Na capital fluminense, eles estão proibidos até o fim das Paraolimpíadas, em setembro, em um raio que chega a até 72km das arenas esportivas. De acordo com o Ministério da Defesa, os equipamentos que não estiverem devidamente identificados e autorizados serão paralisados e derrubados.

Por outro lado, a Força Aérea Brasileira (FAB) utilizará sua frota de drones para aumentar o controle da segurança na cidade. A uma altura invisível aos humanos, três Aeronaves Remotamente Pilotadas voarão em silêncio e serão os olhos da FAB em arenas, eventos e no deslocamento de autoridades pela cidade.

Controle

A partir de hoje, o espaço aéreo brasileiro começa a ser controlado de maneira especial por causa dos Jogos Olímpicos. Durante o evento, que começa oficialmente nesta sexta-feira, os céus das cidades que receberão competições estão divididos em três áreas de exclusão — Reservada, Restrita e Proibida. Só voos autorizados pelo Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra) serão permitidos nas regiões.

As autorizações para o ingresso nos espaços aéreos segregados dependem da natureza e das intenções do voo, por exemplo, aeronaves transportando autoridades, delegações, aviões comerciais de operação regular doméstica e/ou internacional, serviços aéreos privados e especializados públicos, táxi aéreo, emprego militar, defesa aérea, transporte de pessoal e/ou material (civil ou militar), aeronaves ligadas à segurança pública, aeronaves de busca e salvamento e aeronaves ambulância. A Força Aérea Brasileira afirma que aeronaves em falha de comunicação e não identificadas poderão sofrer medidas severas.

No Rio de Janeiro, as restrições específicas para o sobrevoo começaram em 24 de julho e terminam em 22 de agosto. Depois, retornam de 7 a 19 de setembro, em razão das Paralimpíadas. Em Brasília, as restrições no tráfego aéreo começam hoje, a partir das 18h, por causa do jogo da Seleção Brasileira de futebol masculino no Estádio Mané Garrincha, amanhã, a partir das 13h. No dia da partida, espaço aéreo de Brasília estará fechado das 14h às 19h. A medida se repetirá em todos os jogos disputados na capital do país.

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