Autoridades destacam investimento em tecnologia e integração das forças públicas no combate ao crime organizado

Embraer e Marinha assinam acordo para desenvolvimento de Radares de Busca de Superfície embarcados e de Vigilância Costeira. Empresas apresentam soluções em inovação e tecnologia para o setor de segurança pública e corporativa em evento em São Paulo

Aconteceu, na manhã desta terça-feira (2/04), em São Paulo (SP), a cerimônia de abertura da LAAD Security & Defence 2024, principal evento brasileiro de negócios dos setores de segurança e defesa, que contou com a presença de autoridades policiais, militares, de delegações internacionais, palestrantes e expositores.

Ao dar boas-vindas aos presentes, Sergio Jardim, diretor da Creative Events Brazil, promotora da LAAD, destacou a importância desta edição, que marca a retomada do evento na capital paulista depois de uma pausa de quatro anos devido às restrições impostas pela pandemia da Covid. “São mais de 100 marcas de 12 países representadas na feira, além da presença de 69 delegações de 35 nações, que já agendaram 600 reuniões com nossos expositores para parcerias, negócios e networking”, ressaltou o executivo.

Na sequência, a secretária Municipal da Segurança Urbana de São Paulo, Elza Paulina de Souza, cumprimentou os presentes em nome do prefeito Ricardo Nunes, destacando-o como “um gestor que tem feito um investimento ímpar na segurança da cidade de São Paulo”, enfatizando o aumento dos efetivos da Guarda Civil Metropolitana e a renovação de equipamentos e viaturas.

“O investimento nas áreas de segurança é robusto e, em uma feira como a LAAD, não podemos deixar de falar em tecnologia e sua importância para a cidade”. Sobre o tema, a secretária citou o projeto “Smart Sampa”, que deverá contar com 20 mil câmeras até o final do ano e da característica de ser uma plataforma integradora dos vários sistemas de segurança da capital paulista, além do uso inovador de drones para monitoramento de eventos e áreas de risco. “Fico muito honrada de estar aqui e dizer que a cidade de São Paulo está comprometida com a segurança”, completou Elza Paulina.

O secretário nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Mario Luiz Sarrubbo, evidenciou a LAAD como um importante evento no atual cenário do mundo e do Brasil, onde crescem as organizações criminosas e a violência urbana, “fato que exige investimentos e integração das forças do Estado”. Sarrubbo também destacou a importância do diálogo com polícias e forças armadas para enfrentar a criminalidade organizada e o investimento em tecnologia e equipamentos. “É uma feira de negócios que interessa ao setor de segurança pública para conhecer novas tecnologias e segurança para promover a cidadania no Brasil. Empresas privadas e autoridades públicas para construir um Brasil melhor”, concluiu o secretário.

Já o secretário executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luís Manuel Rebelo Fernandes, reforçou que a retomada da LAAD na cidade de São Paulo também sinaliza “a retomada do binômio segurança e defesa como um eixo de desenvolvimento e direito à segurança e vida no Brasil”. Para ele, esta edição do evento “marca o casamento da defesa, segurança, ciência e tecnologia que estão representadas nessa mesa de abertura”. Para ele, essa “é uma integração importante, pois as áreas de segurança e defesa, e a capacidade nacional para produtos de segurança, são pilares centrais da nova política industrial brasileira”, completou Fernandes.

Embraer e Marinha

A Marinha do Brasil e a Embraer assinaram na LAAD 2024 um acordo de parceria para apoio mútuo em pesquisa, desenvolvimento e inovação. O objetivo da cooperação é o desenvolvimento de Radares de Busca de Superfície embarcados e de Vigilância Costeira, com o incremento da maturidade do Radar Gaivota X. 

Os estudos da Marinha do Brasil e da Embraer abrangem a integração do Radar Gaivota X com o Sistema de Comando e Controle Georreferenciado (SisC2Geo) e com o Sistema de Consciência Situacional Unificada por Aquisição de Informações Marítimas (SCUA). A cooperação traz uma importante contribuição para ampliar tanto o alto conteúdo tecnológico dos Programas Estratégicos da Marinha quanto o desenvolvimento da Base Industrial de Defesa, um dos principais objetivos da Estratégia Nacional de Defesa.

Brasil como gerador de inovação

Lançamento do comitê gestor para o Fundo Nacional de Segurança Pública e os desafios que envolvem a gestão da segurança pública de forma geral foram pontos abordados pelo secretário nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Mario Luiz Sarrubbo, em sua passagem no IX Seminário de Segurança LAAD.

Visitando pela primeira vez a LAAD Security & Defence, o secretário evidenciou a necessidade de uma integração entre as informações e ações federais e dos estados no combate à criminalidade. Segundo ele, a desigualdade no país e a necessidade de se ampliarem investimentos em educação não são os únicos pontos para que a questão da segurança seja mais bem estabelecida no Brasil. 

“Precisamos resolver problemas de efetivo e unificar a informação para o governo entender melhor as demandas de cada estado”, afirmou Sarrubbo. E completou: “além disso, trabalhar pela preservação da vida do efetivo e da população, instrumentalizar as forças com tecnologias de ponta, trabalhar a legislação para que o crime deixe de ser um negócio lucrativo e de baixo risco por conta da impunidade são parte desse desafio.

Durante a visita ao evento, o secretário pode conhecer e experimentar as tecnologias disponíveis e, durante sua palestra, representando o Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowiski falou sobre as questões de combate à impunidade, as melhorias voltadas ao segmento investigativo das forças e, ainda, sobre a gestão do Fundo Nacional de Segurança Pública. “No dia 5 de abril realizaremos a primeira reunião desse grupo gestor para identificarmos gargalos e buscarmos soluções para que o fundo chegue aos estados devidamente”, afirmou o secretário.   

Também palestrou no evento o secretário de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa, Rui Chagas Mesquita. Para ele, estimular a indústria da defesa no Brasil é ampliar a interlocução do País com os principais players mundiais no segmento e trazer desenvolvimento ao Brasil. “Defesa é um segmento extenso e difícil, mas precisamos incentivar projetos que nos posicionem mundialmente como geradores de inovação para o setor”, afirmou.

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