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Querosene solar para aviões na mira dos pesquisadores


Júlio Ottoboni
com Ag. Inovação Tecnológica Unicamp

 
Uma grande novidade no mundo dos combustíveis aeronaúticos. Pesquisadores europeus demonstraram a viabilidade técnica de um novo processo que converte CO2 em combustível para aviões usando energia solar. Ela é concentrada e usada para aquecer um reator, no qual é produzido o material intermediário do processo.

"Com esta primeira prova de conceito de um 'querosene solar', o projeto Solar-Jet deu um grande passo rumo a combustíveis verdadeiramente sustentáveis no futuro, com matérias-primas virtualmente ilimitadas," disse o Dr. Andreas Sizmann, coordenador do projeto, que congrega várias universidades e empresas da Europa.

A demonstração envolveu uma tecnologia de processo que usa a luz solar concentrada para converter dióxido de carbono e água para o chamado gás de síntese.Outros experimentos usaram a energia solar para produzir combustível para carros, uma área de pesquisas também conhecida como combustão reversa.

Isto é feito por meio de um ciclo redox que usa óxidos metálicos a temperaturas elevadas. A ideia é usar a energia termossolar para que o processo não dependa da queima de combustíveis fósseis para o aquecimento dos fornos.

"A tecnologia de reator solar apresenta uma transferência de calor por radiação otimizada e uma cinética de reação rápida, que são cruciais para maximizar a eficiência de conversão de energia solar para combustível," disse o professor Aldo Steinfeld, do instituto ETH, na Suíça.

O gás de síntese produzido pelo reator solar – uma mistura de hidrogênio e monóxido de carbono – é depois convertido em querosene de aviação usando o processo Fischer-Tropsch tradicional.

Embora o ciclo redox acionado por energia termossolar para a produção de gás de síntese ainda esteja nos estágios iniciais de desenvolvimento, o processamento de gás de síntese para obtenção do querosene já está sendo implantado por empresas em escala global.

Além disso, o querosene obtido pelo processo Fischer-Tropsch já está aprovado para uso pela aviação comercial. Na próxima fase do projeto, a equipe pretende otimizar o reator solar e avaliar o potencial técnico-econômico de implementação da tecnologia em escala industrial.

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