Brasil Nuclear – Angra 3 não pode ser nosso fantasma de Fukushima

HOJE, o acidente nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, completa 25 anos, e ainda estão longe de serem estancadas as consequências da tragédia de Fukushima, no Japão, onde um terremoto seguido de tsunami provocou um desastre ambiental de classificação 7, a mesma dada à antiga usina soviética, cujo vazamento matou pelo menos 50 mil pessoas desde 1986. Num momento em que todos os países – inclusive a Alemanha, nosso introdutor na tecnologia nuclear – estão repensando o uso da energia nuclear, é de se estranhar que no Brasil não haja qualquer indício de revisão dessa opção energética.

Um país com tantas possibilidades de aproveitamento das energias eólica e solar deveria, pelo menos, pensar nisso. Ontem, ativistas do Greenpeace fizeram uma manifestação em frente à sede do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) questionando a direção da instituição por investir alto na usina nuclear Angra 3, no Rio. Segundo os integrantes do grupo ecológico, a tecnologia usada ali é antiquada, pois data dos anos 70, e insegura.

Todos conhecem o gosto do Greenpeace por ações que reforcem seu marketing, e foram elas, aliás, que permitiram a popularização do grupo. No entanto, seus métodos heterodoxos de protesto, vez por outra, passam dos limites. Não foi o caso da ação de ontem, quando a sede do BNDES no Rio foi coberta por uma fumaça amarela simbolizando um vazamento radioativo. A experiência nos mostra, pelo menos no caso nuclear, que onde há fumaça, há fogo.

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