Terras-raras: um mercado estratégico para o Brasil

 

Assessoria de Comunicação do CGEE


O grupo é conhecido como terras-raras. São elementos químicos que, conforme a pureza, têm aplicações em diversas tecnologias de ponta e são considerados 'materiais da terceira onda' porque têm inúmeras aplicações na indústria – entre elas metalurgia, catalisadores, vidros, energia nuclear, lâmpadas fluorescentes, refrigeradores e fibras óticas, entre outros – e na agricultura.

As terras-raras fazem parte do nosso cotidiano: estão nos aparelhos de televisão a cores, nos telefones celulares e nos aparelhos de som. Também são utilizadas em refrigeração magnética e supercondutores.

Anualmente, o consumo anual de terras-raras supera a marca de 70 mil toneladas. O valor do mercado é significativo e, de acordo com o consultor de prospecção do CGEE, Alfred Leroy Trujillo, chega a US$ 2 bilhões anuais.

A primeira grande fonte mundial desses elementos foi encontrada no Brasil. A exploração das areias monazíticas, localizadas nas praias de Cumuruxatiba-Bahia, começou em 1886, para atender à demanda por produção de mantas incandescentes de lampiões a gás.

O país foi o maior produtor mundial da indústria mineira de terras-raras até 1915, quando passou a alternar essa posição com a Índia durante 45 anos. Ainda assim, o país deixou de lado a produção dos concentrados de terras-raras em 1995, quando produziu 110 toneladas de óxidos. Hoje, a sua única usina de produção está fechada.

Isso não significa que os estudos científicos e tecnológicos sobre o tema estejam abandonados. Alfred Trujillo defende a concentração de esforços e investimentos na prospecção das terras-raras. Para ele, isso pode significar um avanço tecnológico inestimável para o Brasil.

Esse trabalho de prospeção está sendo desenvolvido pelo CGEE, que realiza estudos mais aprofundados para verificar a possibilidade de reinserção do Brasil no mercado internacional de terras-raras.

Os especialistas priorizam entre outras, uma reserva significativa em Catalão (GO), a cerca de 150 km de Brasília.

A jazida recebeu o nome de Córrego do Garimpo e tem reservas potenciais de 30 milhões de toneladas de minério de monazita com teor médio de 7,56% de óxidos de terras raras (OTRs).

Outra reserva de destaque no Brasil é a Mina do Pitinga, em Presidente Figueiredo (AM). Trata-se de uma das maiores reservas de xenotima do mundo. A xenotima está sendo estocada como subproduto da produção de cassiterita na região.
 

Presidente americano disse que é preciso garantir
o futuro energético do país

Agência Reuters 13 Março 2012

WASHINGTON – O presidente americano, Barack Obama, disse nesta terça-feira que a disputa judicial que opõe Estados Unidos, União Europeia e Japão contra a China sobre as exportações de terras raras foi desenhada para garantir que trabalhadores americanos tenham uma oportunidade justa em uma economia global.

Terras raras são um conjunto de 17 elementos químicos encontrados em jazidas minerais e fundamentais para a produção de aparelhos de alta tecnologia, como laptops, iPods e até mísseis. Esse mercado atualmente é dominado pela China.

As três potências econômicas devem formalizar nesta terça-feira na Organização Mundial do Comércio (OMC) as primeiras tratativas para uma ação contra as restrições chinesas a exportações de matérias-primas, incluindo terras raras que são fundamentais para fabricantes de eletrônicos.

“Temos que tomar o controle de nosso futuro energético e não podemos deixar que a indústria energética crie raízes em alguns outros países porque eles foram autorizados a quebrar as regras”, disse ele, em comunicado. “Nosso governo vai levar esse caso contra a China hoje. Vamos continuar trabalhando, a cada dia, para dar aos trabalhadores americanos, e aos negócios americanos, condições justas em uma economia global”, disse ele.

O comissário de comércio do bloco europeu Karel De Gutch disse que o primeiro passo dado pelos países era formalizar um pedido de resolução de litígio, ação preliminar à apresentação de uma ação completa.

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