Demanda de países emergentes favorece Arianespace

Maior fabricante privada de foguetes para satélites e responsável por enviar ao espaço mais de 50% dos satélites comerciais lançados por ano no mundo., a francesa Arianespace tem se favorecido pela demanda aquecida nos mercados emergentes.

"Nosso mercado está se movendo para os países em desenvolvimento", diz o CEO da companhia, Jean-Yves Le Gall, responsável por ter enviado ao espaço o satélite Star One C3 da Embratel, sábado passado. "Tínhamos um grande mercado nos Estados Unidos e na Europa e no Oriente Médio, e agora temos um forte crescimento na Ásia, no Pacífico e na América Latina." A Arianespace já tem contrato para fornecer o foguete que enviará ao espaço o próximo satélite da Embratel, em 2014. Este ano, dois dos lançamentos da companhia são satélites para a América Latina.

O mercado latino-americano é favorecido pelas demandas de transmissão de TV e dados para a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, ambas no Brasil, diz Le Gall. Na Ásia, a empresa fará os primeiros lançamentos para clientes do Catar e do Azerbaijão nos próximos meses.

Em relação ao mercado europeu, o executivo diz que a crise ainda não provocou redução da demanda no continente. "A crise de crédito poderia afetar nosso setor, mas não houve muita mudança. Mesmo que exista uma crise, as pessoas ainda se dispõem a pagar pela TV via satélite", diz. A companhia prevê faturar US$ 1,7 bilhão este ano e US$ 2 bilhões em 2013.

Atualmente, a Arianespace responde por 47% dos lançamentos de satélites nas Américas, 54% dos lançamentos da Europa, Oriente Médio e África, e 64% da Ásia e Pacífico, excluindo a China.

Em 2013, a empresa prevê lançar 11 a 13 satélites, o que corresponde a mais de 50% do total de lançamentos previstos para o ano no mundo. Suas três bases na Guiana Francesa e Cazaquistão permitem à Arianespace realizar até 20 lançamentos por ano.

Fundada em 1980, a Arianespace oferece três modelos de foguetes, incluindo o Soyuz, de fabricação russa, e o europeu Ariane 5, que pode levar dois satélites e uma carga de nove toneladas. A companhia prepara-se para realizar 26 lançamentos. E trabalha no desenvolvimento de uma nova geração de foguetes para 2020.

Mesmo com os preços mais caros do mercado – cada lançamento custa entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões -, a companhia não teme a concorrência: "Nos últimos dez anos fizemos todos os lançamentos bem-sucedidos. Dez anos sem falhas é uma garantia considerada pelos clientes".

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