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Segurança – Militares simulam ataques

KELLY ALMEIDA
RODRIGO ANTONELLI

Preocupadas com possíveis confusões e ataques durante as copas da Confederação e do Mundo, as forças de segurança da capital federal se mobilizam para antecipar situações de risco durante as competições internacionais. Ontem, a Polícia Militar e o Comando Militar do Planalto fizeram treinamentos para mapear os pontos de grande movimento.

Equipes do Exército, por exemplo, montaram blitzes em diversas regiões do DF. Em um hotel no centro da cidade, PMs simularam uma ocorrência com quatro reféns.

Essa última ação ocorreu às 15h30, quando os policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) libertaram quatro pessoas em cárcere privado no 18º e no 19º andares do Hotel Meliá. Quarenta homens participaram da operação de resgate, com uso de máscaras e armamento pesado. Até rapel foi utilizado para que eles chegassem aos quartos. Toda a ação, que durou cerca de uma hora e meia, faz parte do treinamento para mapear um dos locais que hospedará representantes da Federação Internacional de Futebol (Fifa) e autoridades internacionais durante os eventos esportivos.

De acordo com o comandante do Bope, tenente-coronel Fábio Pizetta, o exercício é importante para que os militares tenham intimidade com o interior do hotel e estejam preparados para atuar em situações reais. "Esse tipo de treinamento nos facilita, pois eles vão saber o tamanho dos corredores, dos quartos, além das ações que podem executar", explicou. Pizetta ressaltou ainda que a simulação é apenas um dos treinamentos da unidade. "Preparamo-nos diariamente e em situações diferentes."

O Hotel Meliá, escolhido para a simulação, está com 85% das vagas reservadas para junho, mês da abertura da Copa das Confederações. As reservas foram feitas há quatro anos. "Não podemos revelar quem vai ficar aqui, mas são autoridades e patrocinadores da Copa", disse Percio Mello, gerente de vendas do estabelecimento.

Segurança
Vários grupamentos do Comando Militar do Planalto, acompanhado da Marinha do Brasil e da Força Aérea Brasileira, espalharam-se pela cidade e organizaram blitzes e patrulhamentos. Pela manhã, quem passou pela área entre o Estádio Nacional de Brasília e o Autódromo Nelson Piquet se surpreendeu com a quantidade de militares armados no local. “Achei que estivesse ocorrendo algo muito sério e perigoso. Só mais tarde, descobri que era um treinamento”, conta o estudante Pedro Queiroz, 26 anos.

Fernanda Aragão, 37, foi parada em uma blitz do Comando, na L4 Norte, e também se assustou com a situação. “Não é normal blitz com esse tanto de armas e militares. Fiquei com um pouco de medo no início, mas depois que me explicaram tudo, vi que é por um bom motivo. Com tantos turistas na cidade, será realmente importante ter mais gente cuidando da segurança”, afirma a funcionária pública. Além das blitzes, equipes de patrulhamento a pé e motorizadas mudaram a paisagem do Parque da Cidade, da W3 Norte, da L2 Sul e do Guará.

Hoje, é a vez de o Comando Militar do Planalto, acompanhado da Marinha do Brasil e da Força Aérea Brasileira, fazer outra simulação na capital federal. A partir das 15h, as tropas que atuarão nos grandes eventos participarão de um treinamento para a desobstrução de vias e o controle de distúrbios. A atividade ocorrerá no Centro de Treinamento da Seleção Brasileira em Brasília, localizado na Academia do Corpo de Bombeiros, no Setor Policial Sul.

Cerca de 3 mil militares — de Goiás, de Minas Gerais, de Tocantins e do DF —, 200 veículos blindados, além de cães e um grupamento a cavalo participarão da atividade. O contigente está dividido nas ruas do DF desde a última segunda-feira fazendo operações de reconhecimento da área para garantir a segurança de autoridades e da população durante os torneios de futebol.
 
Memória

Operação no Setor Hoteleiro
Princípio de incêndio, acidente de trânsito, contaminação por produto químico e ameaça de bomba. Essas foram algumas das situações que as equipes de segurança e de saúde do DF tiveram de enfrentar numa simulação que durou aproximadamente duas horas e interditou parte de via no Setor Hoteleiro Norte, entre as 9h e as 11h. Durante o exercício, feito em 27 de março de 2013, os agentes encarregados da segurança ainda enfrentaram uma pane no helicóptero que transportaria as vítimas em estado grave. Ladrões se aproveitaram da situação para furtar objetos do hotel.

Ao todo, houve seis mortos e 40 feridos na encenação. O objetivo do GDF era preparar as equipes de diversos órgãos para agir de forma integrada e detectar possíveis vulnerabilidades que podem ocorrer em uma situação real. Uma das principais dificuldades identificadas na simulação foi a mobilidade de grandes veículos no centro da capital, já que os estacionamentos se mostram apertados, e os carros utilizados especialmente pelos bombeiros, pelo Samu e pela Polícia Militar são de grande porte.

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