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COPA – Tropa de Choque


André de Souza
Brasília

O governo já se prepara para a possibilidade de protestos violentos durante a Copa de 2014. Uma tropa de choque composta por 10.657 homens da Força Nacional de Segurança vai apoiar as ações da Polícia Militar nas cidades-sede. Segundo o Ministério da Justiça, pasta à qual a Força é ligada, esses homens já foram treinados para apoiar operações em qualquer ponto do país.

O contingente mobilizado é o total de homens cadastrados pela Força Nacional, que usa atualmente 1,2 mil agentes. Segundo o Ministério da Justiça, todos poderão ser usados na Copa, se for necessário.

– A Força foi criada em 2004, já visando, naquela época, os Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio. Também nos preparamos para a Copa com lições de outros países, verificando como foi a atuação da polícia na África do Sul e na Alemanha – afirma Regina Miki, titular da Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça.

Em outubro passado, em entrevista ao GLOBO, o delegado da Polícia Federal Andrei Augusto Passos Rodrigues, da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, também ligada ao Ministério da Justiça, já havia afirmado que o governo "não vai aceitar atos de vandalismo e de violência que venham a interferir na realização da Copa do Mundo e dos Jogos de 2016".

Em outubro passado, em entrevista ao GLOBO, o delegado da Polícia Federal Andrei Augusto Passos Rodrigues, da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, também ligada ao Ministério da Justiça, já havia afirmado que o governo "não vai aceitar atos de vandalismo e de violência que venham a interferir na realização da Copa do Mundo e dos Jogos de 2016".

Caberá à secretaria comandada por Rodrigues a coordenação das medidas de segurança durante a Copa do Mundo. O orçamento para isso não é modesto. A estimativa é que o governo federal gaste R$ 1,17 bilhão só com a segurança do torneio da Fifa e R$ 1,16 bilhão com as Olimpíadas de 2016.

O governo de São Paulo, onde será realizada a abertura do Mundial, no Itaquerão, dispensou o uso da Força Nacional.

– Não há necessidade. Temos um contingente já em planejamento de 3 mil a 4 mil homens só para a Copa – diz o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella Vieira.

Segundo o Ministério da Justiça, a Força Nacional adquiriu minirrobôs para monitorar os protestos e distinguir manifestantes violentos daqueles que participam dos atos de forma pacífica. Regina Miki conta que as policias estaduais também vêm adquirindo esses equipamentos.

Nos protestos de junho do ano passado, durante a Copa das Confederações, um dos alvos dos atos foram os gastos com os estádios. Os confrontos entre manifestantes e policiais, naqueles dias, são uma lição para o governo, que pretende evitá-los.

A Força é formada por policiais militares, civis, bombeiros militares e peritos de todo o Brasil. Segundo o Ministério da Justiça, todos são selecionados e capacitados em instruções que seguem padrões de atuação de forças de paz da ONU.

Parte dessa tropa de choque que vai atuar na Copa do Mundo trabalhou no combate aos protestos de junho do ano passado e durante a visita do Papa Francisco ao Rio, para a Jornada Mundial da Juventude. Segundo o Ministério da Justiça, a Força Nacional pode ser acionada sempre que um governador solicitar sua atuação ao governo federal.

Para a segurança dos grandes eventos, há dois centros integrados de comando e controle – um em Brasília e outro no Rio. Na Copa, haverá ainda 12 centros regionais, um para cada cidade-sede, e bases dentro dos estádios. Alguns desses centros já estão em operação, com representantes das várias forças de segurança do país.

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