DefesaNet O presente artigo omite um fato de importância relevante: O trabalho teórico: Mini-Manual do Guerrilheiro Urbano – Carlos Marighella – Junho de 1969 Texto original pode ser acessado em Marxist.Org Link |
Sérgio Roxo
SÃO PAULO. Considerado inimigo público número um da ditadura militar, o guerrilheiro Carlos Marighella será homenageado amanhã, dia do centenário de seu nascimento, pela Comissão de Anistia. A família dele receberá, em Salvador, cidade natal do ex-líder da Ação Libertadora Nacional (ALN) , o pedido formal de desculpas do Estado brasileiro por causa da perseguição política que sofreu ao longo de toda a vida.
Entre parentes e ex-companheiros, o evento, em que será concedida a anistia política ao guerrilheiro, é visto como símbolo de resgate de sua figura.
– Pode fazer com que novas gerações se interessem em conhecer a importância do Marighella ao país – diz Clara Charf, viúva do líder da ALN.
– É o coroamento de 40 anos de luta para fazer com que o país conheça uma figura que viveu condenada a um silêncio total por todo esse período – afirma Carlos Augusto Marighella, filho do guerrilheiro com Elza Sento Sé.
Filho afirma que imagem de Marighella foi destruída
Para Carlos Augusto, a ditadura militar teve a preocupação de destruir a imagem de seu pai.
– Não permitiram que a família tivesse o direito de sepultá-lo. Ele era apresentado como um facínora, um terrorista. O inimigo da pátria.
Sueli Bellato, uma das vice-presidentes da Comissão de Anistia, acredita que a concessão da anistia pode ajudar a sociedade a ter mais informações sobre o papel do guerrilheiro na História.
– A concessão da anistia traz a possibilidade, aos que não tiveram acesso na academia a esse período histórico, de saber o que aconteceu e reconhece qual foi a contribuição que pessoas como Marighella quiseram dar ao nosso país – afirma.
A homenagem acontecerá no Teatro Vila Velha, a partir das 15h. A família entrara com o pedido de anistia política neste ano, e o processo será julgado no evento. Não houve pedido de indenização. Na ocasião, também será lançado o Pró Memorial Marighella Vive, que irá reunir acervo sobre o ex-líder da ALN. Ainda em razão do centenário, no dia 15 dezembro ocorrerá um evento na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio. Vão participar também a OAB , o MST, o Grupo Tortura Nunca Mais, a Fundação Dinarco Reis (ligada ao PCB) e a Rede Democrática.
A ideia dos organizadores é dar início ao Ano Marighella, com atividades, palestras, debates e seminários pelo país. Sindicatos de professores também serão procurados para que a história do guerrilheiro seja levada à sala de aula.
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