Eleições 2012: resgate em tribo indígena foi um dos raros incidentes registrados pelas Forças Armadas

Insatisfeitos com o resultado das eleições em Jacareacanga, no Pará, índios da tribo Kururu fecharam a pista de pouso da aldeia para impedir que funcionários do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PA) fossem retirados de avião por militares do Exército Brasileiro. O incidente levou à mobilização do Comando Militar da Amazônia (CMA), com sede em Manaus (AM), que enviou reforço para o resgate dos servidores por meio de helicóptero Cougar.

Este foi um dos nove incidentes ocorridos durante a votação e apuração em 400 municípios que contaram com a participação de 40 mil militares das Forças Armadas no último domingo (7) e manhã de segunda-feira (8). O balanço foi divulgado pelo Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), ao concluir o planejamento para o segundo turno das eleições municipais. Apenas três dos municípios onde houve apoio de forças federais não tiveram a eleição concluída em primeiro turno: São Gonçalo (RJ), Manaus (AM) e Campina Grande (PB).

Para o chefe do EMCFA, general José Carlos De Nardi, as eleições 2012 mostraram que o Brasil vive “em plena vigência da democracia”. Segundo De Nardi, os pouquíssimos incidentes registrados podem ser considerados “de menor importância”, levando em consideração a região onde atuaram as tropas militares.

De Nardi explicou que mesmo no caso da tribo Kururu, a ação do Exército permitiu que os servidores da Justiça Eleitoral saíssem ilesos da localidade. “Tivemos uma excelente parceria com a Justiça Eleitoral”, avaliou o general, que recebeu, no próprio domingo (7), uma ligação da presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha, parabenizando pelo sucesso da atuação conjunta nas eleições.

"Estamos fechando os relatórios sobre o primeiro turno e nos preparando para atuar nas cidades onde houver requisição do TSE [Tribunal Superior Eleitoral]. Em princípio, acreditamos que a mobilização se dará apenas nas cidades onde estivemos presentes no último domingo. Porém, pode haver caso de o juiz eleitoral, em função de fato ocorrido no primeiro turno, necessitar da participação militar para assegurar o cumprimento da lei e a ordem no dia 28 de outubro”, afirmou o general.

Balanço das eleições

Dos nove incidentes registrados, segundo o EMCFA, um ocorreu antes do início da votação. Em Porto de Moz, no Pará, militares isolaram a delegacia de polícia às 23h30 do último sábado (6), para dispersar manifestantes que ameaçavam invadir, devido à prisão de uma pessoa que teria atirado contra a residência do prefeito.

Durante a votação, outros sete incidentes foram registrados pelas Forças Armadas. Nos municípios de Estância e Itabaiana, em Sergipe, houve a prisão de um candidato que fazia boca de urna e a detenção de um carro que transportava eleitores. Em Itaú, no Rio Grande do Norte, militares dispersaram moradores que promoviam tumulto com uso de armamento não letal.

Mais quatro incidentes foram registrados no Piauí e em Tocantins. Em Simões (PI) e Geniniano (PI), candidatos a vereador foram detidos por fazer boca de urna e agredirem eleitor. Em Goiatins (TO), um candidato a vereador foi detido também por fazer boca de urna.

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