SISVANT – Sistema de Veículos Aéreos do Departamento de Policia Federal

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QUESTÕES FREQÜENTES A RESPEITO DO VANT DA POLÍCIA FEDERAL

 

Com base no documento interno  Q&A (Questions & Answers), da Polícia Federal, para o evento de São Miguel do Iguaçú,Paraná,  10 Novembro 2011.

Fotos na maioria tiradas no dia 10 Novembro 2011

1 .Por que a Polícia Federal sentiu a necessidade de usar VANT para monitorar áreas de fronteira?

DPF: O Sistema de Veículos Aéreos do Departamento de Policia Federal (SISVANT-DPF) esta inserido em um projeto muito maior, que não se resume somente na utilização dos VANT para monitorar as áreas de fronteiras. O SISVANT-DPF e 01 (um) dos 08 (oito) subprojetos que integram o Centro de lnteligência Policial e Analise Estratégica (CINTEPOL), iniciado em 2007, o qual, entre outras, terá a capacidade de monitorar as áreas de fronteira através das diversas ferramentas de inteligência (incluindo os VANT) com o cruzamento de todas as bases de dados integradas, produção de informações e  dados eficientes no combate a criminalidade, de um modo geral, mas, principalmente, o crime organizado. A utilização de VANT decorre de varies fatores, que vai desde a necessidade, em razão da imensa extensão de nossas fronteiras, a carência de satélites nacionais, o baixo custo para obtenção de imagens, a transmissão de imagens em tempo real, a extensão continental de nosso país etc.

2. Por que foi escolhido o Heron, uma vez que há modelos nacionais similares sendo desenvolvidos?

DPF: Infelizmente, os fornecedores nacionais alnca estão aquém das necessidades operacionais e tecnol6gicas do DPF, as quais são decorrentes dos fatores já citados e das atribuições constitucionais da Polícia Federal. Deve-se registrar que a experiência das empresas israelenses no desenvolvimento e utilização dos Veículos Aéreos Não Tripulados data da guerra de Yom Kipur (1973) e os fornecedores brasileiros somente começaram a pesquisar e desenvolver seus produtos a partir de 2006. Ou seja, zero Brasil esta com uma defasagem tecnol6gica de aproximados 30 anos. Obviamente, esta defasagem pode e deve ser anulada com algum tempo, mas multo trabalho ha pela frente. Dessa forma, a afirmacao de que existem modelos nacionais similares ao adquirido (HERON I) e equivocada. No momento, não existe nenhum VANT nacional em desenvolvimento ou em operação com capacidade para atender os requisitos técnicos e operacionais estipulados pelo DPF.

O processo de seleção e escolha de qual VANT seria o melhor indicado para a Policia Federal melhor desempenhar suas atribuições foi objeto de uma vasta pesquisa, iniciada em novembro de 2007, que efetuou o levantamento e análise de 544 (quinhentos e quarenta e quatro) modelos de 262 (duzentos e sessenta e duas) empresas de 57 (cinqüenta e sete) diferentes países.

Após isto, tomando como Base várias Premissas (o Sistema de Veículos Aéreos Não Tripulados a ser adquirido deveria ser utilizado para atender as competências constitucionais do DPF, transferir os conhecimentos e as tecnologias correlacionadas as industrias e meios acadêmicos brasileiros, ser um dos pilares do CINTEPOL através da integração dos dados e informações geradas, ser instrumento de apoio a outros órgãos do Estado, ter aplicabilidade em todo 0 territ6rio nacional, ser operado de forma autônoma e em quaisquer condições meteorológicas, transmitir as informações e sinais em tempo real, possuir certificações mínimas de aeronavegabilidade, redundância de sistemas, maturidade operacional e elevado nível de segurança etc.) e cenários futuros para as operações policiais do DPF com a utilização dos VANT, foi possível chegar a urna lista de cerca de 20 (vinte) diferentes modelos.

Após nova fase de estudos, pedidos de informações a fabricantes, recebimento de documentações por parte dos fornecedores que se interessaram pelo projeto, analise das ofertas e avaliação operacional, em fevereiro de 2010, a Policia Federal, com aprovação de seu projeto pelo Ministério da Justiça, decidiu adquirir os VANT de modelo HERON I.

3. Qual foi o resultado dos testes feitos com VANT desde 2009? Houve resultados práticos que não poderiam ter sido obtidos sem as aeronaves (por exemplo, grupos fazendo contrabando ou trafico foram detectados ao atravessar a fronteira)?

DPF: Nos testes realizados em julho 2009, 0 VANT de modelo HERON atendeu a todos os requisitos técnicos e operacionais estipulados pelo DPF durante o processo de seleção. Sem dúvida, várias capacidades do VANT não estão disponíveis em outras ferramentas utilizadas pela inteligência.

4. Os VANT vão operar exclusivamente na Tríplice Fronteira?

DPF –: Não. Os VANT da Polícia Federal terão como área de atuação todo o território nacional. Em razão dos vários acordos de cooperação técnica firmados pelo MJ e pela PF com diversos organismos governamentais, alem da operação em todo o território brasileiro, as atividades também atenderão necessidades desses órgãos, como o IBAMA, a Polícia Rodoviária Federal, a Receita Federal do Brasil etc. Também existe grande possibilidade de utilização dos VANT em países vizinhos, principalmente no combate ao plantio de entorpecentes, mediante a celebração de acordos bilaterais.

5. Quantos VANT foram comprados?

DPF-: foram comprados 02 (dois) VANT. Futuras compras estão sendo discutidas, observando o estabelecido no Projeto VANT/DPF.

Na verdade, foi comprado um Sistema VANT (SISVANT), que inclui diversos equipamentos (estação de controle de solo, eletroópticos, radares, antenas, pecas de reposição, formação e treinamento etc.), sendo que, inicialmente, este SISVANT e composto por duas aeronaves.

6. Como a Policia Federal vê o uso dos VANT no Brasil no futuro?

DPF: A utilização de VANT no Brasil deve se intensificar muito nos próximos anos, não só na área de segurança publica, mas também na defesa, nas pesquisas, nas atividades comerciais, na agricultura, seguindo uma tendência que e mundial.

7. Quais são as etapas do SISVANT?

DPF: O Sistema de Veículos Aéreos do Departamento de Policia Federal tem previstas quatro etapas:

Fase 1: BASE VANT/DPF/PR – Sistema VANT de 03 Aviões (2010/2011) e base de desdobramento;
Fase 2 : Base VANT/DPF/RO – Sistema VANT de 3 Aviões (2011/2012);
Fase 3  Base VANT/DPF/DF – Sistema VANT de 05 Aviões com o Centro de Manutenção e Centro de Formação e Treinamento (2012/2013; e
Fase 4: Base VANT/DPF/AM – Sistema VANT de 03 Aviões (2013 / 2014)
Nota – Dados do Planejamento de 2010.

8. Já é possível patrulhar áreas urbanas com VANT?

DPF: Sim. Porém, a operação em áreas urbanas no Brasil exige adequado planejamento, ajuste de acordos operacionais a serem firmados com o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA/FAB), atendimento a todas as regras (segurança da aviação, habilitação de tripulações, homologação operacional, utilização de freqüências e radiotransmissores etc.) impostas pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC/SAC) e pela Agencia Nacional de Telecomunicações (ANATEL). A palavra de ordem do projeto SISVANT/DPF e operar a aeronave com total segurança.

9. Além do combate ao tráfico de drogas e ao contrabando, em que outros tipos de operação os VANT podem ser usados pela Polícia Federal?
Resposta:

-Segurança de grandes eventos;
-Segurança de dignitários;
-Acompanhamento de alvos (pessoas, veículos, embarcações e aeronaves);
– Apoio de equipes de solo, com transmissão de imagens em tempo real;
– Combate ao desmatamento ilegal;
– Combate a incêndios;
– Erradicação de plantações de maconha (no Brasil e no exterior);
– Erradicação de culturas ilícitas em países vizinhos;
– Combate a assalto a bancos (monitoramento seguro dia e noite e apoio de equipes de solo);
Roubo de cargas e veículos (monitoramento em tempo real e detecção de receptadores);-lmigração ilegal;
– Patrulhamento de portos (nas atribuições da PF);
– Monitoramento de estradas (apoio às polícias rodoviárias);
– Monitoramento de reservas indígenas;
– Monitoramento de reservas ambientais;
– ldentificação de garimpos ilegais;
– Combate a pesca predatória:
– Apoio a ações da Defesa Civil;
– Apoio a ações de busca e salvamento (SAR);
– Apoio em atendimento de demandas apresentadas pelas Forcas Armadas Brasileiras, Receita Federal do Brasil (RFB), IBAMA, FUNAI, ANATEL etc.

2. DADOS TECNICOS

– Modelo: HERON I
– Fabricante: IAI -Israel Aerospace Industries Ltd.
– Maturidade do Sistema: mais de 100.000 horas de voo.
– Dimensões:da Aeronave:
– Envergadura: 16,6 metros;
– Comprimento: 8,5 metros;
–  Altura: 2,3 metros
      Da Estação de Comando e Contrôle:
– Comprimento: 3,5 metros;
– Largura: 2,1 metros;
– Altura: 1,9 metros.
– Peso Maximo de Decolagem: 1,150 kg;
– Teto de Serviço: 30.000 pés;
– Autonomia de Voo: 37 horas:
– Modos de operação de Comando e Controle:
– LOS (Line-of-Sight): capacidade de operar a aeronave em ate 250 km de distancia da Estação de Comando e Controle;
– SATCOM (Satellite Communication): comunicação através de satélites, permitindo operar o sistema a distancias ilimitadas;
 – Automatic Take Off and Landing System (ATOL): Sistema de Pouso e Decolagem
Automático:
– Sistema de freio a disco; 
– Combustível: Gasolina de Aviação 100 LL (AVGAS);
– Capacidade do tanque de combustlvel: 620 Iitros ou 400 kg;
– Consumo de combustível rnedlo: 18 lltros/hora: 
– Capacidade para sensores (payload): 250 kg;
– Velocidade máxima: 120 nos; 
– Trem de pouso retratil;
– Motor: Rotax 914 com turbo compressor (com Certiflcação Aeronáutica): 
– MTBO (Main Time Between Overhaul: 600 horas;
– Estrutura da aeronave: material composto (em sua maior parte, grafite-epoxy, possibilitando baixo peso, alta reslstêncla e baixa assinatura radar);
– Sensores:
– MOSP: Câmera Eletroóptica e Infravermelha;
– Radar SAR: Multi Mission Radar ELTA EUrvI-2022A (SAR, Meteorolóqico, Ar-Ar, Ar-Mar e Ar-Terra);
– Radar SAR: Synthetic Aperture Radar (SAR) with Ground Moving Target Indication (GMTI) ELTA ELM-2055DX(L)
– Transponder Modo A e C (IFF);
– Capacidade Mulitmissão: Decola com 4 (quatro) tipos de sensores instalados, operando simultaneamente;
–  Radar meteorológico;
– Transmissão/Recepção de sinais em tempo real;
– Câmera Panorâmica: capacidade de "Pilot View";
– Redundância Tripla de Sistemas Críticos;
– Air Data Relay (ADR): capacidade da aeronave servir como retransmissora de sinais (Comando e Controle, radiocomunicaçãoo etc) para outra aeronave;
– TCAS (Traffic Collision and Alert System): capacidade de instalação:
– Mobilidade e Resposta Operacional: capacidade de desmontar, acondicionar, montar e operar a aeronave em 4 horas

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