Desarmamento mesmo é com a Polícia Federal

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, antecipou para maio a campanha do desarmamento, prevista para junho até que um desajustado matasse a tiros 12 crianças numa escola da Zona Oeste do Rio. Assustado, o governo liberou R$ 10 milhões para que sejam arrematadas as armas de fogo dos que querem desfazer-se delas. Tudo quase perfeito, embora o que desencadeou esse momento propício para um esforço de desarmamento tenha custado tantas vidas inocentes.

No entanto, tudo está quase perfeito porque o ilustre ministro da Justiça tem algo muito mais efetivo ao seu alcance. Como chefe da Polícia Federal, José Eduardo Cardozo deveria cobrar da corporação um efetivo combate à entrada de armamentos em território nacional. O Brasil é um país infestado de armas. Os depósitos já não chegam para tantos armamentos apreendidos, seja um simples revólver calibre 32 ou as sofisticadas máquinas de matar encontradas com os traficantes.

Além da campanha de desarmamento, o governo deveria empreender uma cruzada nas fronteiras para impedir o tráfico de armas. O mapa é conhecido por todos: Pedro Juan Caballero, no Paraguai, é um dos maiores entrepostos para a infiltração da muamba mortífera. Espera-se que o ministro ordene uma eficiente fiscalização.

Ao mesmo tempo, nossa sociedade deve repensar o festival de incentivo à beligerância exibido em todas as redes de TV. Uma farra que contamina as novas gerações desde os primeiros desenhos animados da manhã até os últimos filmes de “ação” das madrugadas.

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