Rússia aumentará suas forças armadas diante do ‘aumento da atividade’ da OTAN

A Rússia anunciou nesta quarta-feira (24) sua intenção de aumentar o efetivo e o equipamento de suas forças armadas em resposta à "crescente atividade" da OTAN ao longo de suas fronteiras, em um contexto de tensões entre Moscou e o Ocidente devido ao conflito no leste da Ucrânia.

"A atual complexa situação militar e política no mundo e a crescente atividade dos países membros da OTAN nas proximidades das fronteiras russas nos impõem a necessidade de continuar o desenvolvimento qualitativo de nossas forças armadas", disse o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, citado pela agência oficial de notícias Ria Novosti.

De acordo com o ministro, trata-se, principalmente, de “aumentar a eficácia de combate, manter a prontidão de combate das forças nucleares e melhorar o potencial das forças de dissuasão não nucleares”. Shoigu destacou a atual modernização do exército russo, que equipa-se de "armas de alta precisão, meios eficazes de destruição, armas e equipamentos modernos".

Há anos a Rússia denuncia sistematicamente o envio de tropas da OTAN para perto de suas fronteiras e as ambições de países que considera parte de sua área de influência – Ucrânia e Geórgia – de aderirem à Aliança Atlântica.

Rússia e Ucrânia elevam alerta militar com exercícios de combate

AIR FORCE COMMAND OF UKRAINIAN – Um Caça ucraniano decola durante exercício na região de Mykolaiv, no sul da Ucrânia

A Rússia realizou exercícios militares no Mar Negro, ao sul da Ucrânia, nesta quarta-feira e disse que precisa afiar a prontidão de combate de suas forças convencionais e nucleares por causa da intensificação das atividades da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) perto de suas fronteiras.

A Ucrânia, que juntamente com os aliados Estados Unidos diz acreditar que a Rússia pode estar preparando uma invasão, realizou seus próprios exercícios perto da fronteira com Belarus.

O aumento das atividades militares dos dois lados ocorre depois de semanas de tensões crescentes que elevam o risco de uma guerra entre os dois vizinhos, embora a Rússia negue intenções agressivas e fontes de inteligência ocidentais tenham dito à Reuters que não consideram uma invasão algo iminente.

Os EUA e a OTAN assinalam seu apoio à Ucrânia de maneiras que o governo russo considera provocadoras, o que inclui manobras de navios de guerra no Mar Negro neste mês e a entrega de barcos de patrulha norte-americanos à Marinha ucraniana.

A secretária britânica das Relações Exteriores, Liz Truss, disse à Reuters nesta quarta-feira que seria "um erro grave da Rússia" atacar a Ucrânia. Caças e navios russos treinaram repelir ataques aéreos a bases navais e reagir com ataques aéreos durante exercícios militares nesta quarta-feira no Mar Negro, relatou a Interfax.

Separadamente, a agência de notícias citou o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, segundo o qual a necessidade de seu país desenvolver mais suas Forças Armadas é ditada pelas "condições militares e políticas complicadas do mundo e pela atividade crescente de países da OTAN perto das fronteiras da Rússia". Ele disse que aumentar as capacidades das Forças Armadas, apoiar a prontidão de combate de forças nucleares e fortalecer o potencial da dissuasão não-nuclear estão entre as prioridades.

Na terça-feira, Shoigu acusou os EUA de ensaiarem um ataque nuclear contra a Rússia com bombardeiros vindos de duas direções diferentes no início deste mês e se queixou de que os aviões se aproximaram demais da divisa russa.

O Pentágono disse ter aderido a protocolos internacionais ao realizar o exercício. Também nesta quarta-feira, a Ucrânia realizou o que classificou de "operação especial" na fronteira com Belarus, incluindo exercícios com drones e manobras militares para unidades antitanque e aerotransportadas. O país teme que a fronteira com Belarus, uma aliada próxima da Rússia, seja usada para realizar um ataque militar.

 

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