Missão interministerial deve atender 6 mil pessoas nas Terras Indígenas Kayapó, no Pará

No contexto da Operação Covid-19, os Ministérios da Defesa e da Saúde apoiarão a comunidade da Terra Indígena Kayapó no Polo Base de Ourilândia do Norte, no Pará. Nesta terça-feira (17), seguiram profissionais de Saúde, equipamentos de proteção individual (EPI), materiais, medicamentos, vacinas e testes para detectar o novo coronavírus. Marinha, Exército e Força aérea Brasileira (FAB) vão executar as ações no período de 17 a 24 de novembro.

A ação, denominada “Missão Kayapó”, contará com equipe de mais de 60 pessoas, sendo 26 profissionais de saúde nas áreas de pediatria, ginecologia e obstetrícia, clínicos geral, médicos veterinários, enfermeiros e técnicos de enfermagem, de laboratório e de veterinária. A expectativa é beneficiar mais de seis mil índios das aldeias Turedjam, Kikretum, Kokraimoro, Moikarako, Aukre, Kubenkrãnkrehn e Gorotire. 

Mais de três toneladas de insumos foram encaminhadas à região por meio de aeronave da FAB. O Secretário de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto do Ministério da Defesa, General Manoel Luiz Narvaz Pafiadache, falou sobre a Operação. “Vamos atender uma série de aldeias isoladas, que estão precisando do nosso apoio. É a segunda vez que voltamos ao Pará, uma vez que já estivemos em Tiriós, no noroeste do estado. O Ministério da Defesa e o Ministério da Saúde, por meio desta ação interministerial, cumprirão aquilo que nos determinamos, que é levar saúde, orientação, meios, insumos e medicamentos a comunidades indígenas aldeadas”, declarou.

De acordo com o Coordenador Administrativo da missão, Tenente-Coronel Klaus Raylen Tavares Rêgo, a missão, além de levar saúde a comunidades isoladas, tem o objetivo de mitigar os impactos do novo coronavírus. “Nossa intenção nesta missão interministerial é atender o maior número de índios da etnia Kayapó no apoio à saúde e conscientização no enfrentamento à Covid-19” nas aldeias”, ressaltou. 

Em sua primeira missão humanitária, a Segundo-Tenente Thamires dos Santos Veras, médica do Esquadrão de Saúde de Alcântara, no Maranhão, pretende desempenhar trabalho em equipe com todos os participantes da operação. “É um desafio muito grande. Estou de coração aberto para ajudar”, afirmou. Sentimento compartilhado pelo Terceiro-Sargento Alisson Bruno da Silva, técnico em enfermagem na mesma organização militar. “Estou ansioso. Quero aplicar meus conhecimentos e também aprender mais sobre a cultura indígena. Quero ser útil e acredito que voltarei com uma bagagem de conhecimentos e ao mesmo tempo de contribuição à comunidade Kayapó.

Para a Capitão Thais Cristina de Lima Matos Negrão, médica pediatra do Hospital de Aeronáutica de Belém, fazer parte desta missão é um desafio. “Já atuei como pediatra em diversas missões pela FAB, mas esta experiência de apoio assistencial à população indígena é enriquecedora, em especial quando se trata da atenção integral à saúde da criança. Sinto-me motivada, pois no cuidado multidisciplinar nessas comunidades devemos compreender e respeitar a cultura e a religiosidade dos índios”, disse. 

Os militares da missão pernoitarão, até o dia 24 de novembro, na Base em Ourilândia do Norte (PA), e se deslocarão diariamente às aldeias, por meio de helicópteros e viaturas das três Forças. A Operação conta também com apoio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI).

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