China debate com OMS possível uso global de suas vacinas contra Covid-19

A China está negociando uma avaliação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de suas vacinas contra Covid-19 produzidas localmente, um passo para disponibilizá-las para uso global, disse uma autoridade da OMS nesta terça-feira.

Centenas de milhares de trabalhadores essenciais e outros grupos considerados de alto risco da China receberam vacinas desenvolvidas localmente mesmo antes de os testes clínicos terem sido finalizados, o que despertou temores de segurança entre especialistas.

Socorro Escalate, coordenadora de remédios essenciais e tecnologias de saúde da OMS para a região do Pacífico Ocidental, disse em uma coletiva de imprensa virtual que a China realizou conversas preliminares com a OMS para incluir suas vacinas em uma lista de uso emergencial.

O procedimento de inclusão na lista de uso emergencial da OMS permite que vacinas e tratamentos ainda sem licença sejam avaliados para acelerar sua disponibilidade em emergências de saúde pública. Isto ajuda os países-membros da entidade e agências de compra da Organização das Nações Unidas (ONU) a determinarem a aceitabilidade das vacinas.

“Potencialmente através do uso desta listagem de uso emergencial, a qualidade, a segurança e a eficiência destas vacinas poderiam ser analisadas… e depois isto poderia ser disponibilizado para nossos licenciados”, disse Escalante.

A China tem ao menos quatro vacinas experimentais no estágio final dos testes clínicos. Duas são desenvolvidas pela China National Biotec Group (CNBG), que tem apoio estatal, e as outra duas são da Sinovac Biotech e da CanSino Biologics, respectivamente.

Elas estão sendo testadas em países como Paquistão, Indonésia, Brasil, Rússia e Emirados Árabes Unidos.

Uma em cada 10 pessoas pode ter contraído Covid-19 e mundo caminha para "período difícil", diz OMS

Aproximadamente 1 em cada 10 pessoas pode ter sido infectada com o novo coronavírus, deixando a grande maioria da população mundial vulnerável à Covid-19, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta segunda-feira.

Mike Ryan, o principal especialista em emergências da OMS, disse ao Conselho Executivo da agência que os surtos da infecção estão aumentando em partes do sudeste da Ásia, além de os casos e as mortes estarem aumentando em partes da Europa e na região leste do Mediterrâneo.

“Nossas melhores estimativas atuais nos dizem que cerca de 10% da população global pode ter sido infectada por este vírus. Varia dependendo do país, varia de urbano a rural, varia dependendo de grupos. Mas o que isso significa é que a vasta maioria do mundo continua em risco”, disse Ryan. “Estamos entrando em um período difícil. A doença continua a se espalhar.”

A OMS apresentou às autoridades chinesas, para consideração, uma lista de especialistas para fazer parte de uma missão internacional à China para investigar a origem do coronavírus, afirmou ele.

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