“Encobrimento” do coronavírus é a Chernobyl da China, diz conselheiro da Casa Branca

Um importante funcionário da Casa Branca comparou neste domingo o tratamento dedicado pela China à pandemia do novo coronavírus ao encobrimento da União Soviética do colapso na usina nuclear de Chernobyl em 1986.

O conselheiro de segurança nacional, Robert O’Brien, disse que Pequim sabia o que estava acontecendo com o vírus, que se originou em Wuhan, a partir de novembro, mas mentiu para a Organização Mundial da Saúde (OMS) e impediu que especialistas externos acessassem informações.

“Eles lançaram um vírus no mundo que destruiu trilhões de dólares em riqueza econômica americana que estamos tendo que gastar para manter nossa economia viva, para manter os americanos à tona durante esse vírus”, disse O’Brien no programa ‘Meet the Press’ da NBC.

“O encobrimento que eles fizeram do vírus entrará na história, junto com Chernobyl. Veremos um especial da HBO sobre isso daqui a dez ou 15 anos”, acrescentou, referindo-se a uma minissérie da televisão.

O desastre na usina nuclear de Chernobyl, na antiga república soviética da Ucrânia, liberou material nuclear radioativo que matou dezenas de pessoas em semanas e obrigou dezenas de milhares a fugir. Moscou demorou a revelar a extensão do que é considerado o pior acidente nuclear da história.

O presidente dos EUA, Donald Trump, reclama regularmente sobre o tratamento da China à pandemia do coronavírus.

A China negou as acusações, e seu principal diplomata no domingo acusou os Estados Unidos de espalharem mentiras e atacarem o país.

China diz que EUA devem parar de perder tempo com batalha do coronavírus

Os Estados Unidos devem parar de perder tempo em sua luta contra o coronavírus e trabalhar com a China para combatê-lo, em vez de espalhar mentiras e atacar o país, disse neste domingo o principal diplomata do governo chinês, Wang Yi.

Os laços sino-americanos foram afetados desde o surto do novo coronavírus, com as administrações do presidente Donald Trump e do presidente Xi Jinping trocando repetidamente discussões sobre questões relacionadas à pandemia, especialmente acusações dos EUA de encobrimento e falta de transparência.

As duas principais economias também entraram em conflito em razão de assuntos como Hong Kong, direitos humanos, comércio e apoio dos EUA a Taiwan, reivindicada pelos chineses.

O conselheiro de Estado Wang, falando em sua entrevista coletiva anual à margem do parlamento da China, expressou suas mais sinceras condolências aos Estados Unidos pela pandemia, onde se espera que o número de mortos ultrapasse 100.000 nos próximos dias, o maior número de qualquer país.

“Lamentavelmente, além do enfurecido coronavírus, um vírus político também está se espalhando nos Estados Unidos. Esse vírus político está aproveitando todas as oportunidades para atacar e difamar a China”, disse Wang, que também é ministro das Relações Exteriores da China.

“Alguns políticos ignoraram os fatos mais básicos e inventaram muitas mentiras sobre a China e planejaram muitas conspirações”, acrescentou.

“Quero dizer aqui: não perca mais tempo precioso e não ignore vidas”, disse Wang. “O que a China e os Estados Unidos mais precisam fazer é primeiro aprender um com o outro e compartilhar sua experiência na luta contra a epidemia, e ajudar cada país a combatê-la.”

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