Militares prosseguem nos trabalhos de combate a Covid-19

O Comando Militar do Nordeste continua participando das ações de desinfecção de locais públicos, em vários estados.

Na noite de 29 de abril, como parte da Operação COVID-19, a 10ª Região Militar, integrante do Comando Conjunto Nordeste, realizou uma ação de desinfecção no Terminal de Integração do Antônio Bezerra, em Fortaleza (CE), em áreas de grande fluxo de pessoas. O objetivo da operação foi contribuir para a contenção e mitigação dos impactos causados pelo novo coronavírus, minimizando a contaminação.

Nos dias 28 e 29 de abril, militares do Exército que integram o Comando Conjunto Rio Grande do Norte e Paraíba realizaram a desinfecção da Superintendência Regional da Polícia Federal, em Mossoró (RN), e do Hospital Municipal Paulina Targino, em Messias Targino (RN). Durante a ação, foram empregados militares especializados em Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear (DQBRN), habilitados para atuar em atividades como descontaminação de pessoal, ambientes e materiais.

Já no período de 28 a 30 de abril, militares capacitados em DQBRN do 15º Batalhão de Infantaria Motorizada, que também integram o Comando Conjunto Rio Grande do Norte e Paraíba, executaram tarefas de desinfecção de instalações e áreas de grande circulação de militares no “Batalhão dos Paraibanos”, como atividade da Operação COVID-19.

O objetivo dessas ações é a prevenção e o combate ao novo coronavírus, além de oferecer mais segurança e tranquilidade aos integrantes da organização militar em áreas de grande circulação, como pavilhão de comando, corpo da guarda, enfermarias, alojamentos, refeitórios e garagens. O trabalho de descontaminação foi realizado em horário coordenado, com o intuito de evitar a concentração de pessoas nos locais, tendo em vista a aplicação de produtos químicos de forma segura.

AMAN fortalece medidas de prevenção à COVID-19, orientando os cadetes em visita de recesso a familiares

A Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) tem participado dos esforços de combate ao coronavírus desde as suas primeiras ocorrências em Território Nacional.

Nesse cenário, a AMAN implementou ações que contaram com a dedicação e a responsabilidade peculiares à profissão militar, empregando um plano estratégico que acompanha a evolução dos acontecimentos.

Desde o dia 18 de março, foram instalados postos de triagem nos dois acessos à AMAN, que funcionam como o primeiro filtro para as mais de duas mil pessoas que entram na academia diariamente. Também estão sendo realizadas a higienização pessoal, a desinfecção de ambientes e as adaptações de espaços (refeitórios e dormitórios), entre outras medidas.

As medidas de prevenção foram adotadas para todo o público da AMAN, abrangendo os 1.765 cadetes, os militares do corpo permanente e demais servidores. Todos são acompanhados de perto pela equipe médica do Corpo de Cadetes (CC), mediante a realização de entrevistas, questionário epidemiológico para a identificação de sintomas, aferição de temperatura e adoção das medidas sanitárias preventivas. No caso de suspeita de sintomas de infecção pelo novo coronavírus, a pessoa é levada ao Hospital Militar de Resende (HMR), onde é submetida a exames para a obtenção de um diagnóstico.

Se o diagnóstico for positivo para a COVID-19, esse militar segue internado na unidade, em uma área isolada da enfermaria. No caso dos cadetes, eles são direcionados para um alojamento especificamente preparado para o acolhimento e tratamento dos infectados e continuam sendo acompanhados pela equipe médica do CC.

Diante desse quadro, a AMAN realizou um esforço de planejamento para que o conteúdo programático das atividades acadêmicas fosse antecipado, permitindo a realização do licenciamento dos Cadetes no período de 8 a 27 de maio.

O comando da AMAN tomou, portanto, a decisão de oferecer aos cadetes a possibilidade de visitarem os seus familiares. Foram mantidas as recomendações para a manutenção da disciplina de prevenção sanitária e a sua difusão no âmbito dos grupos sociais para onde se deslocarem. É importante ressaltar que a adesão ao período de licenciamento é voluntária. Assim, dos 1.765 cadetes, cerca de 1.700 devem deixar a academia. O cadete que desejar poderá permanecer nas instalações da AMAN, tendo acesso às medidas sanitárias correntes.

Destaca-se que haverá uma intensificação do controle sanitário, tanto na saída, quanto no retorno à AMAN. Os ônibus que serão utilizados passarão por uma inspeção sanitária e o uso das máscaras será obrigatório durante todo o trajeto. Além disso, será realizado o acompanhamento remoto individualizado da situação de saúde de cada cadete, por meio de um questionário epidemiológico aplicado por meio eletrônico.

Caso algum cadete teste positivo para o coronavírus durante o licenciamento, ele permanecerá em uma unidade de saúde ou em sua residência, conforme orientação médica, até que seja constatada sua plena recuperação.

Por ocasião do retorno à AMAN, os cadetes passarão novamente por uma fiscalização sanitária, retomando o regime de quarentena, que se estenderá por 15 dias.

Mãe que completou 70 anos na UTI do Hospital Geral de Curitiba venceu a COVID-19 após 44 dias internada

Foram 44 dias internada numa cama de hospital, sendo 42 deles na UTI. Sem abraços, sem beijos, sem toques. O único contato foi com pessoas totalmente desconhecidas, com máscaras resistentes, dezenas de luvas e todos os tipos de proteção.

Por mais que tudo fosse proibido, existia ali um misto de sentimentos abertos: amor, carinho, gratidão. Glória Maria de Camargo Moro, de 70 anos, lutou e venceu o coronavírus ao lado de um esquadrão de branco forjado nos corredores do Hospital Geral de Curitiba (HGeC), subordinado à 5ª Região Militar do Exército Brasileiro. Neste Dia das Mães, 10 de maio de 2020, ela está em casa, ao lado dos filhos, marcada para sempre como uma das pacientes sobreviventes com mais tempo de internação por COVID-19 no Brasil.

"Uma alegria que vem da alma, porque não foi fácil. Acho que fui uma escolhida de Deus e também graças às médicas e enfermeiras, que cuidaram de mim com carinho, atenção e dedicação", diz dona Glória, aliviada ao olhar para alguns integrantes da equipe médica.

Agora, eles já não são mais tão desconhecidos assim.

"Uma das médicas é a cara da minha filha Renata, que mora nos Estados Unidos”, completa a mãe mais feliz do mundo neste domingo.

Foi justamente lá, em solo norte-americano, em New Jersey, que dona Glória contraiu esse vírus implacável. Após visitar sua filha e retornar ao Brasil no dia 17 de março, ela não tinha a mínima noção do que viria pela frente.

Quase dez dias depois, um de seus maiores dramas em 69 anos (até então) de vida começava. Era uma manhã diferente em 26 de março.

"Eu achei que estava tudo muito quieto e resolvi entrar no quarto dela. Ela estava na cama, em uma posição virada, que não era normal, e imóvel. Quando eu peguei o braço dela, ela me olhou e disse que estava mal, muito fraca. Naquele momento, liguei para o meu irmão. Ele veio rapidamente, pegamos ela no colo porque não conseguia nem andar direito, colocamos no carro e viemos para o hospital. Chegamos por volta das 7h30 e ela já foi atendida prontamente na enfermaria. Dali não saiu mais, já ficou internada", conta o filho Maurício, designer e chefe de cozinha.

A partir de então, um exército, literalmente, passou a cuidar de dona Glória. Uma equipe multidisciplinar encarou um de seus maiores desafios em anos de medicina.

"Dona Glória foi nossa primeira paciente de COVID-19 grave aqui no hospital. Ela chegou num momento bem inicial da doença no Brasil, de uma maneira geral. Chegou na UTI com insuficiência respiratória, precisando de intubação orotraqueal e ventilação mecânica: um comprometimento pulmonar bem grave mesmo", relembra a Capitão Arana, médica intensivista e chefe da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do HGeC.

Como a doença ainda era muito desconhecida, cada evolução era comemorada com sorrisos, choros e emoção à flor da pele entre os profissionais da saúde.

"Cada dificuldade, cada desafio que enfrentamos, nós nos unimos para vencer tudo isso com ela", vibra, emocionada, a 1º Tenente Marcela, enfermeira da UTI.

Os dias passavam rapidamente e todos os envolvidos mal conseguiam respirar.

"Exigiu da nossa equipe bastante estudo, muita discussão entre nós; mostrou-nos a importância de um trabalho multidisciplinar que foi essencial para ela desde o primeiro dia de internação", destaca a 1º Tenente Patrícia Harder, fisioterapeuta do HGeC.

Assim que acordou, dona Glória queria se libertar daquela cama, mas confiava em cada um dos rostos desfocados que via entre as máscaras diariamente.

"E nunca chegava a hora de sair. Me diziam mais um dia, mais dois, mais três dias. Então, eu já tinha jogado assim…o que vier vem bem", recorda a então paciente.

Até que chegou a última sexta-feira, 8 de maio, data em que as Forças Armadas comemoraram o Dia da Vitória em alusão à atuação da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na 2ª Guerra Mundial. Um dia sugestivo também aos Camargo Moro.

"Agradeço muito à equipe médica deste hospital militar pela alta da minha mãe, porque eles foram sempre muito solícitos, nunca nos esconderam nada, sempre foram bem claros com a situação. Todos os dias a gente ligava pontualmente e nunca tivemos que ficar esperando. Inclusive até antes do tempo nos deixaram fazer uma videochamada com ela, o que foi importantíssimo, tanto para a recuperação dela, quanto para o nosso emocional. Eles foram fantásticos!", atesta o primogênito Maurício.    

Dona Glória completou 70 anos dentro da UTI, no dia 22 de abril. Não teve beijo, abraço, nem olho no olho, mas, neste domingo iluminado, ela vai poder comemorar o Dia das Mães mais feliz da sua vida ao lado dos filhos, Mauricio e Fernando, e, virtualmente, vendo e conversando com a caçula, Renata, por videochamada dos Estados Unidos. Uma Glória restabelecida, curada, lúcida e renascida.

Glória à vida! Glória aos profissionais da saúde!

 

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