Programa de submarinos deve ser plenamente cumprido, diz Ministro

Transferência de tecnologia, nacionalização e capacitação pessoal. Essas são as premissas básicas do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), cujas instalações o ministro da Defesa, Aldo Rebelo, e o Comandante da Marinha, Eduardo Bacellar Leal Ferreira, visitaram nesta terça-feira (1º), em viagem à Itaguaí (RJ).

Segundo o coordenador geral do PROSUB, almirante Gilberto Reffé Hirschfeld Max, uma das maiores contribuições do programa para o País é capacidade de adquirir conhecimento e tecnologia. "É muito importante que o País detenha conhecimento e tecnologia", afirmou, durante apresentação feita à comitiva, na Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM).

O PROSUB tem como objetivo final o projeto e a construção de um submarino com propulsão nuclear. Foi concebido por meio da parceria estratégica estabelecida entre o Brasil e a França, em 2008. O contrato principal do programa foi celebrado pela Marinha Brasileira e o Consórcio Baía de Sepetiba (CBS), formado pela DCNS (empresa estatal francesa de projeto e construção naval), Construtora Norberto Odebrecht (CNO) e Itaguaí Construções Navais (ICN). Esta última é uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), na qual o Governo Federal é representado pela Marinha.

Engenheiros e técnicos brasileiros trabalham em conjunto em diferentes etapas do Programa. A Transferência de Tecnologia (ToT) se dá nas áreas de projeto e construção de submarinos e da infraestrutura industrial. Na área nuclear, toda a tecnologia é brasileira. Os contratos firmados entre a França e o Brasil incluem cláusulas que se referem à transferência de tecnologia tanto para a Marinha quanto para empresas brasileiras, com o objetivo de promover a nacionalização de equipamentos.

Mais de 600 empresas brasileiras foram envolvidas na construção da UFEM, dos estaleiros e da base naval, o que garantiu a nacionalização de 95% dos componentes e sistemas. “O PROSUB oferece ao Brasil o orgulho de um projeto que, ao mesmo tempo, preenche a necessidade da defesa nacional e também um projeto de construção científica e tecnologia do País”, disse o ministro. “É compatível com a tradição da Marinha do Brasil, que é uma instituição que sempre se voltou para a defesa e também para a construção científica e tecnológica do País”, completou.

O ministro disse que tem o compromisso de buscar os recursos necessários para a continuidade do programa. “Vou zelar para que o programa seja plenamente cumprido”, disse.

Depois da apresentação sobre o PROSUB, a comitiva conheceu as instalações da UFEM, do Estaleiro e Base Naval (EBN) e da Nuclebras Equipamentos Pesados (Nuclep). A UFEM fabrica, monta e instala os sistemas, equipamentos, tubulações, dutos, suportes e estruturas internas do submarino.

A EBN é destinada à montagem, lançamento, operação e manutenção dos submarinos. Já a Nuclep, é responsável pela fabricação dos cascos dos submarinos. O PROSUB também inclui o projeto e construção de quatro submarinos convencionais (S-BR). Além disso, prevê a construção do reator multipropósito, considerado outra importante contribuição para o País.

O reator resultará em vários benefícios para a população. Um deles é a capacidade de gerar energia para uma cidade de 20 mil pessoas. Após conhecerem as instalações do PROSUB, a comitiva visitou o Navio-Aeródromo São Paulo e o Centro de Análises de Sistemas Navais (CASNAV).

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