China nega incursão em zona marítima disputada após acusação das Filipinas

Pequim negou nesta segunda-feira (22) que seus navios tenham realizado uma "incursão" perto de um recife disputado no mar da China Meridional, conforme denunciado pelas Filipinas, e afirmou que eram navios de pesca que tentavam se refugiar do clima ruim.

A China reivindica praticamente todas as ilhas desse mar, rico em recursos naturais. No entanto, controla apenas uma parte delas e enfrenta as ambições territoriais de outros países da zona: Vietnã, Malásia, Brunei e Filipinas.

No fim de semana, Manila denunciou a presença, em 7 de março, de mais de 200 "embarcações da Milícia marítima chinesa" perto do recife Whitsun, no arquipélago das Spratleys, a 320 km ao oeste da ilha filipina de Palawan.

O ministro filipino da Defesa, Delfin Lorenzana, denunciou uma "incursão" e seu colega das Relações Exteriores, Teodoro Locsin, disse no Twitter que emitiu um protesto diplomático.

"Navios de pesca chineses pescam há muito tempo nas águas próximas a esse recife", declarou nesta segunda-feira em coletiva de imprensa Hua Chunying, uma porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores.

"Por causa das más condições do mar, alguns se refugiaram perto do recife […]. Acredito que seja uma ação totalmente normal, e espero que seja tratada de forma racional", destacou.

A China afirma que é o primeiro país a descobrir e nomear as ilhas do mar da China Meridional, das quais reivindica a maioria.

Mas a Corte Permanente de Arbitragem (CPA), com sede na Holanda, decidiu a favor de Manila em 2016, considerando que Pequim não tinha nenhum "direito histórico" nesse mar, que possui uma importância estratégica.

As relações entre China e Filipinas melhoraram sob o mandato do presidente filipino Rodrigo Duterte, que pretende reduzir a influência que os Estados Unidos, uma ex-potência colonial, exerce sobre o seu país e reforçar a cooperação econômica com Pequim.

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