‘Rússia não pode impor posições à OTAN’, diz ministra alemã

Em um contexto de elevada tensão entre Moscou e países ocidentais sobre o conflito na Ucrânia, a ministra alemã da Defesa, Christine Lambrecht, afirmou neste domingo (19) que a Rússia não pode "impor suas posições" à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) sobre segurança nacional.

"Temos que resolver esta tensa situação", disse Christine à imprensa durante uma visita à Lituânia. "Temos que nos falar, o que significa discutir as propostas que a Rússia apresentou (…) mas a Rússia não pode impor suas posições aos sócios da OTAN", frisou.

A Lituânia e seus vizinhos bálticos, Estônia e Letônia, estão preocupados com a segurança na região, desde que Moscou posicionou milhares de soldados perto da fronteira com a Ucrânia.

Esta é a primeira viagem oficial de Lambrecht desde sua nomeação, depois que o novo chanceler, o social-democrata Olaf Scholz, formou um governo com os verdes e os liberais no início deste mês.

Lambrecht se reuniu com o ministro lituano da Defesa, Arvydas Anusauskas. Segundo seu homólogo, "a Rússia mobilizou forças na região de Kaliningrado dez vezes superiores ao batalhão estacionado em Rukla", no centro da Lituânia.

Cerca de 550 soldados alemães se encontram na base militar de Rukla, e a Alemanha lidera o batalhão multinacional na Lituânia.

"Nesta situação, as demandas da Rússia que enfraquecem a segurança dos nossos países são simplesmente impossíveis de serem aplicadas. Acho que devem ser rejeitadas", declarou Anusauskas à imprensa.

Depois de concentrar cerca de 100.000 soldados perto da Ucrânia, a Rússia divulgou, na sexta-feira (17), duas propostas para limitar o papel dos Estados Unidos e da OTAN nas ex-repúblicas soviéticas.

General da OTAN quer tropas na Bulgária e na Romênia, diz jornal alemão

O principal general da OTAN sugeriu que a aliança estabeleça uma presença militar na Bulgária e na Romênia depois que a Rússia montou posição perto da fronteira com a Ucrânia, publicou o jornal alemão Der Spiegel neste sábado.

A publicação afirmou que as propostas feitas por Tod Wolters, Comandante Supremo das Forças Aliadas da OTAN na Europa, terão como efeito ampliar a missão da "presença avançada melhorada" da aliança, sob a qual tem enviado forças militares para Estados bálticos e para a Polônia.

O Der Spiegel não citou Wolters diretamente. A publicação afirmou que obteve a "informação" de que Wolters "defendeu um reforço de tropas na fronteira oriental" da OTAN durante uma videoconferência com chefes militares das nações aliadas da OTAN.

O jornal afirmou que o plano terá como efeito "expandir a presença da OTAN (para Romênia e Bulgária) por meio da missão de Presença Avançada Melhorada (EFP)".

Representantes da OTAN não comentaram o assunto. A expansão da presença da OTAN na Bulgária e Romênia é algo que ambos os países têm pedido.

A Rússia nega que esteja planejando uma invasão da Ucrânia. O país afirma que está respondendo ao que considera como ameaças à sua segurança por conta das relações cada vez mais próximas da Ucrânia com a OTAN e aspirações do país em aderir à aliança.

Moscou disse na sexta-feia que quer uma garantia vinculante da OTAN de que vai desistir de qualquer atividade militar no leste da Europa e na Ucrânia.

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