Com Rússia na mira, chefe do Pentágono visita a região do Mar Negro

O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, voou neste domingo (17) para a região do Mar Negro para reforçar as alianças com os países submetidos à pressão russa e mostrar o agradecimento dos Estados Unidos pela sua contribuição na guerra do Afeganistão durante duas décadas.

Austin visitará Geórgia, Romênia e Ucrânia antes de comparecer pessoalmente à cúpula de ministros da Defesa da OTAN em Bruxelas em 21 e 22 de outubro.

"Estamos tranquilizando e reforçando a soberania dos países que estão na linha de frente da agressão russa", declarou à imprensa um alto funcionário da Defesa americano, antes da viagem.

Austin também agradecerá seus sócios pelas contribuições e as grandes perdas que sofreram como parte das forças da coalizão no Afeganistão durante duas décadas, antes da precipitada retirada dos Estados Unidos este ano.

"Vamos mostrar reconhecimento e agradecimento pelos sacrifícios e compromissos de nossos sócios e aliados", disse o funcionário.

Localizados à margem do Mar Negro, onde a Rússia tentou ampliar sua influência e impedir a expansão da aliança entre Estados Unidos e Europa, os três países estão na órbita da OTAN, com Romênia como membro e Geórgia e Ucrânia como associados.

Austin terminará a semana na sede da OTAN em Bruxelas, onde os laços com os Estados Unidos – prejudicados pela gestão de Donald Trump – receberam outro golpe no mês passado quando a Austrália cancelou um megacontrato com a França para anunciar uma associação estratégica com os Estados Unidos e o Reino Unido, o que provocou uma importante crise diplomática.

Secretário da Defesa dos EUA visita Geórgia

O secretário americano da Defesa, Lloyd Austin, chegou à Geórgia nesta segunda-feira (18) na primeira etapa de sua viagem por três países do Mar Negro para dar-lhes uma mensagem de apoio diante das ameaças da Rússia.

Primeiro chefe do Pentágono a visitar a região desde 2014, Austin buscará renovar um programa de treinamento militar e mostrar que os Estados Unidos estão comprometidos com Tbilisi.

"Estamos tranquilizando e reforçando a soberania dos países que estão na linha de frente da agressão russa", disse um funcionário de alta patente da Defesa dos EUA à imprensa antes d viagem.

A Rússia tem tropas em duas regiões separatistas da Geórgia (Abkházia e Ossétia do Sul). Moscou rejeita as tentativas da Geórgia de se tornar um membro pleno da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Hoje, o país é membro associado.

Austin se reúne com o primeiro-ministro da Geórgia, Irakli Garibashvili, e seu ministro da Defesa, Juansher Burchuladze, para agradecer-lhes por seu apoio à guerra de duas décadas no Afeganistão, disseram autoridades americanas.

O governo do presidente Joe Biden deve prestar mais atenção à Geórgia para evitar uma potencial inclinação para a Rússia, ou para a China, disse David Kramer, cientista político da Florida International University.

"Há uma crescente preocupação com que o governo (Biden) seja muito flexível com Moscou", acrescentou.

Austin também visitará Ucrânia e Romênia, levando a mesma mensagem de apoio frente à Rússia.

O Pentágono teme que a região seja um possível foco de conflito, em especial desde que a Rússia anexou a península da Crimeia em 2014.

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