US Army – Armamento do Grupo de Combate de Nova Geração – Next Generation Squad Weapons (NGSW)

US Army – Armamento do Grupo de Combate de Nova Geração – Next Generation Squad Weapons (NGSW)

 

Por Alexandre Beraldi

Policial Federal aposentado, empresário

e especialista em armamento e munição

Fotos do Autor

 

O Exército Norte-Americano anunciou o novo Armamento do Grupo de Combate de Nova Geração – Next Generation Squad Weapons (NGSW), composto pelo fuzil XM5 e pela metralhadora leve XM250, que substituirão os fuzis M4, M4A1 e M-16A4, bem como a metralhadora leve M249, conhecida no Brasil como Minimi. A letra “X” na designação do XM5 e da XM250 indicam o caráter experimental do primeiro lote de armas, que algumas unidades devem receber até o quarto trimestre de 2023, as quais serão produzidas exclusivamente em New Hampshire, pela fabricante SIG SAUER, ganhadora do contrato.

 

O novo sistema de armas usará uma nova família de munições no calibre 6,8x51mm, ao invés da tradicional munição de 5,56x45mm OTAN utilizada pela família M4/M-16. O novo calibre 6,8x51mm provou superar a maioria das munições modernas nos calibres 5,56x45mm e 7,62x51mm da OTAN contra uma gama extremamente diversificada de alvos, com especial destaque para a capacidade de perfuração de blindagens flexíveis de Kevlar e Dyneema, bem como placas balísticas rígidas de cerâmica, titânio, aramida e polietileno de alto peso molecular.

Também demonstrou características aerodinâmicas superiores a qualquer munição leve da OTAN, dobrando o alcance efetivo da munição 5,56x45mm OTAN atualmente em uso no armamento individual da infantaria.

 

“Devemos saber que esta é a primeira vez em nossa vida – esta é a primeira vez em 65 anos – que o Exército colocará em campo um novo sistema de armas dessa natureza: um novo fuzil e uma nova metralhadora leve; um sistema de controle de tiro totalmente digital e integrado aos sistemas C4ISR; e um novo calibre, com toda uma nova família de munições. Isso é revolucionário”, foram as palavras do Brig. Gen. Larry Burris, diretor da Equipe Multidisciplinar para Letalidade do Soldado.

 

As unidades do Exército Norte-Americano que se envolvem em combates diretos a curta distância serão as primeiras a receber as armas: os soldados da infantaria, os fuzileiros da cavalaria, engenheiros de combate, médicos de combate e observadores avançados.

 

Em 1964, antes do Exército dos EUA entrar no conflito do Vietnã, o fuzil M-16A1 foi introduzido no rol de armas do serviço. Foi uma melhoria significativa em relação ao fuzil M14, tornando-se o fuzil padrão para todos os membros de todas as forças armadas do país, dominando também pelas cinco décadas seguintes todo o mercado de armas policiais e civis, esportivas e de defesa, em boa parte do mundo livre.

 

Esta próxima geração de armas e munições proporcionará um imenso aumento na capacidade da força de combate corpo-a-corpo, bem como promete repetir o sucesso comercial do binômio AR-15/M-16 & munição 5,56x45mm, pois a versão civil do novo fuzil XM5, denominada Sig Sauer SPEAR, já se encontra à venda no mercado consumidor norte-americano, acompanhado da versão civil da nova munição, que recebeu o nome de .277 FURY, as únicas diferenças sendo que o fuzil civil não possui no seletor de tiro a posição para fogo automático (rajadas) e a munição civil não possui o penetrador de blindagem de alta densidade.  

Não causou nenhuma surpresa o fato de todo o primeiro lote de armas e munições fabricados pela Sig Sauer ter se esgotado em todas as lojas do país em menos de uma semana, apesar do salgado preço no lançamento, que foi realizado de forma concomitante ao anúncio da adoção da arma pelo Exército Norte-Americano…

 

Historicamente, em 2017 o Estudo para Configuração de Munições de Armas Leves identificou lacunas na capacidade das munições em dotação nas forças armadas dos EUA e então, já em 2018, o programa Armamento do Grupo de Combate de Nova Geração – Next Generation Squad Weapons (NGSW), foi estabelecido para combater e derrotar ameaças emergentes protegidas ou não por blindagem corporal.

 

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Acima imagens da MCX SPEAR (XM-5) Foto Alexandre Beraldi

“Estamos aqui para estabelecer uma superação total dos próximos adversários potenciais, e isso é mais urgente e relevante hoje do que em qualquer momento da história recente. Estamos um passo gigante mais perto de superar os adversários e ameaças globais que surgiram no campo de batalha de hoje e surgirão no de amanhã.”, disse o já mencionado Brig. Gen. Larry Burris. O General também disse que, com a ajuda de parceiros da indústria, o Exército acelerou um processo de aquisição que normalmente leva de oito a 10 anos para ser concluído em apenas 27 meses.

 

Durante a fase de protótipo, o sistema de armas NGSW superou o fuzil M4A1 e a metralhadora leve M249 em todos os testes. Mais de 20.000 horas de feedback de cerca de 1.000 soldados foram coletados durante 18 oportunidades de contato do novo produto com soldados usuários finais, e mais de 100 testes técnicos moldaram o projeto do sistema NGSW. O Exército continuará a melhorar o sistema de armas, combinando novas tecnologias e diminuindo o tamanho, peso e custo, ao mesmo tempo em que aumenta a potência da munição.

 

“Este é um processo conduzido por dados e moldado pelo usuário: o soldado, que será o beneficiário no campo de batalha. O soldado nunca teve acesso a um conjunto completo de recursos como esse em um sistema totalmente integrado. Nós nos comprometemos a equipar o soldado e o Grupo de Combate como uma plataforma de combate integrada, para introduzir e aprimorar as capacidades de nova geração de forma holística. Estamos comprometidos a criar uma arquitetura que facilite o crescimento da tecnologia e a integração de recursos nessas plataformas. E, por fim, estamos facilitando as aquisições rápidas de recursos aprimorados para aumentar a capacidade do soldado e do grupo de combate em lutar, vencer e sobreviver no campo de batalha moderno”, disse o General Burris.

O XM5 pesa cerca de 900 gramas a mais que o fuzil M4, já a metralhadora XM250 é cerca de 1,8Kg mais leve que a metralhadora M249. Ambos ainda estão em fase de protótipo e podem mudar um pouco quando se iniciar a produção em massa. O XM5 pesa 3,8kg na configuração básica e 4,47kg com o supressor de ruído, que será de uso padrão e contínuo para todas os fuzis e metralhadoras.

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O Autor com a XM250

A metralhadora leve XM250 é realmente muito leve frente às suas similares atualmente em uso, e pesa 5,9kg com o bipé e 6,58kg com o supressor de ruído.

 

Atualmente, a carga básica de combate do XM5 é de sete carregadores de 20 cartuchos, que pesam 4,45kg municiados com a nova munição de combate 6,8x51mm com penetrador de alta densidade. Para a metralhadora leve XM250, a carga básica de combate é de quatro cofres de munição com 100 cartuchos cada, perfazendo 12,3kg. Para fins de comparação, a carga básica de combate do fuzil M4, é de sete carregadores com 30 cartuchos de munição M885A1 (similar à munição CBC SAT nacional), que pesam um total de 3,36kg. Já a carga de combate da metralhadora leve M249 é de três cofres de munição de 200 cartuchos M885A1, que pesam um total de 9,44kg.

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Acima a XM250 e abaixo a XM5

 

O comprimento total do fuzil XM5 com supressor é 91,4cm. Para a metralhadora leve XM250 são 106cm de comprimento com o supressor de ruído acoplado. O cano do fuzil XM5 mede 312mm de comprimento e o da XM250 tem 444mm de comprimento. A metralhadora leve XM250 não tem um cano de troca rápida como a M249, pois nos 36 anos de uso em combate real dessa arma com as forças armadas dos EUA e de aliados da OTAN, essa função nunca foi utilizada ou se mostrou relevante para o papel de arma automática do Grupo de Combate.

 

Fonte: Serviço de Notícias do US Army

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