Submarinos reforçam atuação da Marinha na região Norte do País há mais de 50 anos

Meios das Classes “Oberon”, “Guanabara”, “Tupi” e, agora, “Riachuelo” consolidam presença operativa na foz do Rio Amazonas

Por Agência Marinha de Notícias

Embora inédita para um submarino da Classe “Riachuelo”, a recente atuação do “Humaitá” (S41) nas atividades de inteligência, vigilância e reconhecimento da Margem Equatorial brasileira, durante a Operação “Atlas”, insere-se na continuidade da presença operativa da Marinha do Brasil (MB) na região. Há mais de 50 anos, submarinos da Força mantém patrulhamento regular na porção Norte do território marítimo nacional, considerada estratégica para o País.

Há registros da atuação de submarinos da Marinha na região que remontam à década de 1970. O Submarino “Humaitá” (S20), da Classe “Oberon”, cumpriu uma missão de oito dias naquela ocasião. Ele suspendeu do porto de Ilhéus (BA) no dia 14 de junho de 1976, com destino ao porto de Belém (PA), onde atracou em 25 de junho, após navegar 1.203 milhas náuticas, sendo 668 em imersão, com mais de 195 horas submerso. Durante toda a comissão, o submarino percorreu 3.396 milhas náuticas, sendo 865,8 em imersão, totalizando 231 horas submerso e 19 dias de mar.

Construído nos estaleiros Vickers Shipbuilding, no Reino Unido, o Submarino “Humaitá” (S20) foi incorporado à Marinha do Brasil em 1973. Com 90 metros de comprimento e deslocamento de 2.420 toneladas em imersão, a unidade era equipada com oito tubos lança-torpedos de 533 milímetros e possuía uma tripulação composta por seis Oficiais e 64 Praças.

Submarinos “Amazonas” (foto) e “Humaitá” já exerciam patrulhamento na Foz do Amazonas na década de 1970 – Imagem: DPHDM/ Marinha do Brasil

Naquele mesmo período, o Submarino “Amazonas” (S16), da Classe “Guanabara”, colaborou com a vigilância local. O modelo foi construído pela Eletric Boat Company, nos Estados Unidos, e incorporado à Força Naval brasileira também em 1973. O navio possuía 98,17 m de comprimento e deslocamento de 2.621 toneladas em imersão. Era equipado com 10 tubos lança-torpedos de 533 mm e sua tripulação era composta por oito Oficiais e 75 Praças.

Além deles, o Submarino “Tupi”, primeiro da Classe de mesmo nome, participou de patrulhamento e coleta de dados ambientais em janeiro de 1994. O navio foi produzido no estaleiro Howaldtswerke Deutsche Werft, na Alemanha, e incorporado à MB em 1989. Ele serviu de referência para a construção das demais unidades da mesma Classe pelo Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro. O submarino possuía 61,20 m de comprimento, deslocamento de 1.440 toneladas em imersão e oito tubos de lança-torpedos de 533 mm. A tripulação era formada por sete Oficiais e 29 Praças.

Margem Equatorial: nova fronteira estratégica para o Brasil

A Margem Equatorial Brasileira, compreendida entre a foz do Rio Oiapoque (AP) e o litoral norte do Rio Grande do Norte, foi recentemente objeto de reconhecimento por parte da ONU, que ratificou a ampliação de 360 mil km² da plataforma continental brasileira nessa faixa. Esse avanço confere à MB e aos órgãos associados direitos nacionais sobre a exploração de recursos viventes e não viventes no leito e no subsolo marinho, em uma área de soberania que equivale à extensão territorial de países como a Alemanha.

“Essa conquista é o resultado do trabalho contínuo de marinheiros, pesquisadores e diplomatas na Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM) na importante tarefa de ampliar nossos limites, expandindo cada vez mais nossa Amazônia Azul. Essa expansão traz consigo toda a riqueza de recursos vivos e não vivos que constituem um verdadeiro patrimônio da sociedade brasileira”, afirmou o Secretário da CIRM, Contra-Almirante Ricardo Jaques Ferreira.

Fonte: Agência Marinha de Notícias

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