Estação Antártica Comandante Ferraz começa a ser reconstruída

A reconstrução da Estação Antártica Comandante Ferraz (EAFC) teve início neste mês, feita por equipe composta por pedreiros, técnicos e engenheiros. Em dezembro, os equipamentos para a realização das obras, vindos da China, desembarcaram no continente. A meta é concluir a reconstrução da base no primeiro semestre de 2018.

Nessa primeira fase, serão instalados todos os blocos de sustentação dos módulos que irão abrigar os laboratórios, refeitórios, oficina e dormitórios. 

As obras estão seguindo o cronograma previsto, respeitando os prazos. Até março de 2018, a nova estação será inaugurada, afirma o coordenador-geral de Oceanos, Antártica e Geociências do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Andrei Polejack.

Ao custo de US$ 99,6 milhões, a nova base está sendo construída pela empresa estatal Corporação Chinesa de Importações e Exportações Eletrônicas (Ceiec, na sigla em inglês), vencedora da licitação.

Todo o custo da obra, desde a infraestrutura à logística, é financiado pela Marinha do Brasil e pelo Ministério da Defesa. O MCTIC financia as pesquisas e os cientistas mantidos na base.

Estação

Com uma área de aproximadamente 4,5 mil metros quadrados, a estação contará com 17 laboratórios, ultrafreezers para armazenamento de amostras e materiais usados nas atividades científicas, setor de saúde, biblioteca e sala de estar. A área de pesquisa científica foi projetada para atender a várias exigências, com prioridade para os projetos do Programa Antártico Brasileiro (Proantar). Cerca de 300 pesquisadores realizam estudos na região a cada ano.

Todo o custo da obra, desde a infraestrutura à logística, é financiado pela Marinha do Brasil e pelo Ministério da Defesa. O MCTIC financia as pesquisas e os cientistas mantidos na base.

"Tudo vem montado da China. As obras na estação têm pelo menos três fiscais ambientais brasileiros para fiscalizar a reconstrução com respeito ao meio ambiente", comenta o capitão de Mar-e-Guerra, Geraldo Juaçaba, coordenador do projeto de reconstrução e fiscalização da estação.

Ele salienta que o trabalho representa um posicionamento importante do País com relação às pesquisas e, também, na questão geopolítica.

Pesquisas

Na estação existem trabalhos importantes ligados ao monitoramento de fenômenos da alta atmosfera, como sua temperatura e ondas gravitacionais, ao monitoramento da dinâmica do buraco de ozônio atmosférico e dos raios ultravioleta; de parâmetros atmosféricos de superfície; inventários de fauna e flora locais (ambos terrestres e marinhos); qualidade do ar, impactos ambientais locais (contaminação de solos) e outros.

"Meus estudos atuais estão focados em entender os processos de interação entre a atmosfera, o oceano e o gelo marinho e sua importância em controlar o clima e o tempo na América do Sul", relata o oceanógrafo pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ronald Buss de Souza, chefe do Centro Regional-Sul de Pesquisas Especiais do instituto, em Santa Maria (RS). 

A reconstrução da estação vai possibilitar dar continuidade às pesquisas nas áreas de biologia, meteorologia, aeronomia e relações Sol e Terra, que se iniciaram em sua implantação, em 1984, e que só tiveram períodos de descontinuidade devido ao incêndio ocorrido em fevereiro de 2012.

A pesquisadora do Inpe, Emília Correia, ressalta que os resultados das pesquisas brasileiras no continente têm contribuído de maneira expressiva para as pesquisas no contexto internacional, principalmente, nas áreas de ciências biológicas, físicas e geofísicas.

Compartilhar:

Leia também

Inscreva-se na nossa newsletter