Estação Antártica Comandante Ferraz – Contrato Avaliação Impacto Ambiental

A Marinha do Brasil (MB) assinou, na quinta-feira (8), com a empresa gaúcha Ardea Consultoria Ambiental, um contrato para a elaboração da avaliação de impacto ambiental atinente à reconstrução e à operação das novas edificações da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF).
 
Estiveram presentes à assinatura, na cidade de Porto Alegre, as principais autoridades brasileiras referentes ao Projeto Antártico (PROANTAR):

– Contra-Almirante Marcos Silva Rodrigues, Secretário da Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM);
– Capitão-de-Mar-e-Guerra Marcello Melo da Gama, Secretário-Adjunto da SECIRM;
– Capitão de Mar-e-Guerra Geraldo Juaçaba, Coordenador do Projeto de Reconstrução da Estação Antártica Comandante Ferraz, e,
– Dr. Paulo Rogério Gonçalves, Diretor do Ministério do Meio Ambiente/Secretaria Biodiversidade e Florestas, Depto. Biodiversidade Aquática, Oceano e Antártica.
 
 A empresa Ardea Consultoria Ambiental foi selecionada dentre 16 empresas, por meio de um pregão eletrônico, realizado pela Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM), no dia 02 de julho.
 
A avaliação ambiental será fundamental para o início da construção da nova Estação Antártica Comandante Ferraz, incendiada parcialmente em um incidente no dia 25 Fevereiro 2012.
 
O estudo a ser realizado pela Ardea Consultoria Ambiental, baseado em bibliografia, servirá de guia para o IBAMA e para o Comitê Internacional da Antártica, avaliarem e aprovarem, antes do início da construção da nova Estação, cujas obras de fundações estão prevista para ocorrer em fevereiro e março de 2014.
 
A efetiva construção da nova estação está programada para ter início no verão antártico de 2014/2015, com um custo estimado de 110 milhões de reais.
 
Todos os dejetos na nova EACF serão tratados e ela, tanto quanto possível, deve gerar a sua própria energia. Está previsto a instalação de 3 aerogeradores para a produção de energia elétrica.
 
Os estudos deverão estar prontos em 5 meses . Os sócios da Ardea Consultoria Ambiental, os biólogos Aurélea Mäder e Nicolas Mascarello e sua equipe estão confiantes em vencer o desafio e atender o prazo estipulado de 5 meses.
 
 
OUTRAS INFORMAÇÕES
 
O Meio Ambiente
 
A Antártica é a região do planeta mais preservada e assim deve ser mantida, compatibilizando a presença do homem e o atendimento de suas necessidades, e mitigando o impacto ambiental naquele que é um ecossistema com alto grau de fragilidade.
 
Ao ratificar o Tratado da Antártica, o Brasil obteve o direito de participar dos mecanismos decisórios do Sistema do Tratado, mas também, assumiu compromissos internacionais, dentre os quais, os deveres de preservar o meio ambiente antártico e de realizar pesquisas científicas.
 
A Estação Antártica Comandante Ferraz
 
Localizada na ilha Rei George, no interior da Baía do Almirantado, a estação terá todas as suas edificações reconstruídas ou substituídas, com exceção dos tanques de combustíveis – que estão íntegros e serão mantidos no local onde se encontram atualmente.
 
Além do Brasil, os seguintes países desenvolvem programas de pesquisa na ilha Rei George: Argentina, Chile, China, Coréia do Sul, Equador, Estados Unidos, Peru e Polônia.
 
A base chilena possui um aeroporto que é utilizado pelas aeronaves C-130 (Hércules) da FAB para prestar apoio logístico à estação brasileira e realizar o revezamento dos pesquisadores brasileiros que desenvolvem pesquisas na Antártica, a bordo do Navio de Apoio Oceanográfico “Ary Rongel” e do Navio Polar “Almirante Maximiano”, da MB.
 
A temperatura média anual é de -2,8°C, tendo sido registrada a mínima absoluta, em 1991, de -28,5°C, enquanto a máxima absoluta, registrada em 1998, foi de 14,4°C. Durante o inverno, o acúmulo de neve na área da estação pode chegar a três metros de altura.
 
O Projeto
 
Iniciando o processo de reconstrução da EACF, o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) e a Marinha do Brasil lançaram, no dia 28 de janeiro de 2013, o edital do Concurso Estação Antártica Comandante Ferraz, a fim de selecionar o melhor projeto arquitetônico das novas instalações da estação científica brasileira na Antártica. Cento e nove arquitetos se inscreveram e setenta e quatro projetos foram apresentados.
 
Em maio deste ano, a empresa ESTÚDIO 41 ARQUITETURA SS LTDA, de Curitiba-PR, vencedora do concurso, foi contratada para elaborar os Estudos Preliminares, Anteprojetos e o Projeto Executivo, além de prestar assessoria durante o processo licitatório para a realização da obra de reconstrução da EACF.
 
A cada nova etapa, o projeto passa por um complexo e detalhado processo de avaliação, sob a responsabilidade de uma Comissão Técnica instituída pela SECIRM, com a participação dos Ministérios de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Meio Ambiente (MMA); de representantes de diversas Organizações da Marinha do Brasil; e da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
 
A Estação será construída no mesmo local ocupado pela anterior, com capacidade para abrigar, no máximo, 64 pessoas. O edifício principal terá uma área total de aproximadamente 4.500 m².
 
Os materiais adotados no projeto buscam a máxima eficiência, tanto no que se refere ao desempenho ambiental, como na reduzida necessidade de manutenção e facilidade de operação.
 
Nesse sentido, as estruturas foram propostas em aço de alta resistência à corrosão e os elementos que compõem a envoltória externa possuem alta resistência às condições ambientais rigorosas.
 
A concepção de construção modular adotada no projeto leva em conta a logística de montagem e as necessidades de industrialização, pré-montagem, transporte e montagem final. Os módulos construtivos propostos incorporam o maior número de sistemas pré-fabricados possível na fase de pré-montagem, contemplando desde os mobiliários até as esquadrias, reduzindo, assim, o número de processos a serem executados em canteiro.
 
Com relação ao conforto, foi dada especial atenção ao desempenho da envoltória, por meio de estudos, realizados em software simulador, que consideram o consumo energético da edificação para a definição da espessura ideal e a composição dos materiais.
 
A complexa infraestrutura prevê a gestão de água e esgoto por sistemas de reaproveitamento de águas servidas. O projeto contempla o uso de energias a partir de fontes renováveis (fotovoltaica e eólica), a cogeração e o gerenciamento inteligente dos sistemas.
 
Embora o diesel continue sendo a fonte primária de energia para o funcionamento da EACF, está prevista a incorporação, de forma gradual, de sistemas geradores de energia a partir de fontes renováveis.
 
No que tange à segurança, especialmente quanto à ocorrência de incêndios, o princípio básico adotado foi a setorização e o isolamento de riscos, bem como a criação de barreiras corta fogo e a adoção de sistemas de combate e extinção do fogo.
 
Em decorrência do compromisso com o desenvolvimento de pesquisas, a área que sofreu maiores ampliações e melhorias foi a destinada aos laboratórios. Outro aspecto priorizado foi a adoção de tecnologias voltadas para a minimização do impacto ambiental, em função das preocupações ambientais que envolvem o continente. Nesse contexto, espera-se, além da ampliação nas pesquisas desenvolvidas na região, estabelecer um programa de monitoramento ambiental, visando identificar a efetiva eficiência dos sistemas instalados e, eventualmente, propor ajustes e melhorias.
 
É indiscutível que a pesquisa continuada em várias áreas do conhecimento – inclusive na de tecnologia em edificações – permitiu ao Brasil estabelecer parâmetros de alto nível para a reconstrução da sua nova Estação, cuja obra de fundações está prevista para ocorrer em fevereiro e março de 2014.
 
A efetiva construção da nova estação está programada para ter início no verão antártico de 2014/2015, com um custo estimado de 110 milhões de reais.

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